BY:VMC
Como vimos a dislexia é um problema neurológico que não se configura uma “doença”. Trata-se de um modo diferenciado do indivíduos captar as informações “grafadas” (leitura) e sua interpretação e recuperação (compreensão e memória) pós leitura. Poder-se-ia dizer que Dislexia é uma característica individual, especial e em muitas vezes, excepcional de ser. As pessoas portadores desta disfunção, geralmente são extremamente ativas intelectualmente, são muito criativas e conseguem disfarçar magistralmente suas dificuldades quanto a leitura, e escrita.
Minhas experiências com disléxico confirma minha teoria de que esses personagens são extremamente capazes, desde que recebam o verdadeiro atendimento. Daí aquelas listas intermináveis de sugestões que indicamos aos educadores, familiares e amigos dos disléxicos. Sempre ressaltando que não basta dar um tratamento especial ao aluno, durante as avaliações. É fundamental que os educadores tenham plena consciência de não discrimina-los perante aos seus colegas de modo a sugerir que ele está recebendo tratamento especial. É fundamental que o educador saiba ser discreto o suficiente para colaborar no processo de aprendizagem do disléxico, a ponto de não despertar no restante da sala de aula que este está sendo tratado de modo diferenciado. É comum verificar que umas das principais características dos alunos portadores de dislexia seja a sua autoestima que sempre está abaixo da média esperada por crianças, na idade escolar.
Outro diferencial é que raramente se percebe que essa criança está vivendo uma situação emocional bastante delicada uma vez que não consegue acompanhar o mesmo desempenho esperado pelo professor. O aluno disléxico não demonstra déficit em outras áreas do conhecimento como nas aulas de educação física, educação artísticas, ou qualquer outra área do conhecimento que não exige a cognição tal como a escola coloca como objetivos em suas avaliações. Assim, ser avaliado em português, história, geografia, filosofia, etc. em disciplinas cuja leitura e interpretação são mais exigidas, geralmente o aluno não consegue atingir as metas dessas avaliações uma vez que todas as formas de ler, interpretar e responder as questões estão comprometidas com a condição limitante do aluno.
Por esses e outros motivos, sempre recomendamos que, ao avaliar um aluno portador de dislexia , o professor tenha o cuidado de respeitar tais limitações, adaptando as avaliações da seguinte forma:
1. Use um tipo de letra clara e direita, tipo verdana, no tamanho 12 ou superior, prefeencialmente num tom escuro para que o disléxico posso distinguir bem o fenômeno gestaltico “figura-fundo”;
2. Use espaçamento de 1,5 ou 2 para falicitar a leitura e diminuir a incidência de troca de linhas ou repetições da mesma linha já lida anteriormente;
3. Sempre optar pelo negrito ao invés do itálico ou sublinhado. Claro que deve-se primar pelo treinamento da leitura formal para que o aluno possa se orientar paulatinamente com os livros e outras grafias convencionais porém, durante os processos avaliativos, sempre poder-se-á contribuir para o melhor entendimento da leitura e interpretação dos textos obedecendo essas indicações. Assim, o professor estaria avaliando o conhecimento real do aluno em detrimento de suas dificuldades;
4. De preferência aos textos não justificados ou justificados à esquerda porque os espaços brancos distraem o leitor disléxico;
5. Se possível, faça frases e parágrafos curtos e objetivos;
6. Estruture o melhor possível o enunciado. Se possível use listas com números ou marcadores de esquemas;
7. Sempre que possível, comece uma nova frase no ínício da linha e não no fim da frase anterior;
8. Sempre que possível, opte pelas colunas em vez de linhas compridas;
9. Sempre utilize um fundo claro para respeitar a lei geltaltica de “figura-fundo”;
10. O disléxico assimila melhor as imagens e gráficos por isso, sempre que possível traduzir a questão nesses moldes;
11. Sempre que possível evite abreviações e hifenizações. Caso não seja possível, é interessante ler para o aluno e traduzir tais indicações gráficas;
12. As partes importantes do texto devem ser evidenciadas com caixa alta ou grifos;
INDICAÇÕES PARA OS PROFESSORES EM SALA DE AULA
1. Posicionar o aluno perto do professor para receber ajuda mais facilmente;
2. Repetir as novas informações e verificar se foram compreendidas;
3. Respeitar o tempo do aluno, no trabalho a ser organizado e concluído
4. Ensinar métodos e práticas de estudo;
5. Incentivar a prática de sequencia de ver-observar e depois tapar, depois escrever , verificar utilizando a memória;
6. Ensinar as regras ortográficas porém, não impor tal cobrança com rigor nas avaliações;
7. Sempre que possível, utilizar recursos mnemônicos;
8. Utilizar sempre o computador como ferramenta de digitação de textos;
9. Incentivar o uso do corretor ortográfico de um processador de textos;
10. Permitir a apresentação de trabalhos de forma criativa, variada e com diferentes gráficos, diagramas, desenhos, processamento de textos, vídeos, áudios, etc. enfatizando a verbalização.
11.Sempre elogiar de forma verdadeira, o que o aluno fizer ou disser bem, dando-lhe a oportunidade de se sobressair perante a turma;
12. Criar sempre que possível uma rotina para ajudar o aluno disléxico adquirir um sentido de organização;
13. Incentivar sempre o trabalho prático em grupo;
14. Dispensar sempre a convicção que o aluno disléxico é preguiçoso ou descuidado – reconheça suas dificuldades e respeite-as;
15. Evite sempre fazer comparações com outros alunos da turma;
16. Ao corrigir suas tarefas, evite a cor vermelha para não ser tão evidente os seus erros. Há outras forma de evidenciar tais erros.
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