PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

terça-feira, 2 de dezembro de 2014


RECORTES
                BY: VMC



Vida retilínea não é coisa boa de se dizer
Vida tortuosa, tão pouco merece mencionar
Vida triste e vazia, não vale a pena viver

Vida colorida cheia de imprevistos isso sim, é viver!
E a vida continua....

domingo, 23 de novembro de 2014

O que ENSINAR??
                                                                                                By:VMC

Durante minha vida educacional
aprendi que ensinar seria transmitir conhecimentos
através dos  meus ilustres professores, sempre dignos do seu ofício
decidi que queria ensinar tudo aquilo que aprendera através deles

Depois que mudei de condição, ou seja quando me tornei uma educadora
descobri muitas coisas que estavam ocultas, entre elas, aprendi
que ensinar é um infinito exercício de aprender, quer queiramos ou não
quanto mais se ensina, mais se aprende....

Atualmente me pergunto: o que ensinar, como ensinar e
principalmente, para quem ensinar??
Serei eternamente uma ensinante
busco eternamente um aprendente.


Autoestima

E agora, diante de tudo isso, como você se posiciona diante do que já sabe sobre o tema AUTOESTIMA?
QUAL O SEU AUTOCONCEITO  atual? o que já sabe sobre esses temas na teoria e na prática?
Te aguardo!
Olá amigos

Ao longo desse minha trajetória como educadora, aprendi que:
1. Quanto mais aprendo, mais tenho consciência que nada sei. (essa constatação não é original) ou seja, não fui eu a primeira a constatar essa verdade.
2. Aprendi também que, aprendizagem nunca é demais. Ou seja: aprender não ocupa espaço.
Nosso cérebro é capaz de assimilar trilhões de informações apenas pelo mecanismo da plasticidade.
Daí resolvi publicar esse vídeo para desafiar as pessoas que se interessem a debater esse tema.

http://youtu.be/mjaxvUvfOw8

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

AUTOESTIMA E AUTOREALIZAÇÃO

http://www.redeamigoespirita.com.br/video/video/show?id=2920723%3AVideo%3A1535519&xgs=1&xg_source=msg_share_video

AUTOESTIMA SEGUNDO MASLOW

o que sou?
o que me disseram que sou?
o que quero ser quando crescer?
o que quero ganhar?
quanto quero ou preciso ganhar para ser feliz?







http://www.redeamigoespirita.com.br/video/as-ilus-es-do-ego

Queridos Professores!!
Parabéns pelo seu dia. Que nossos governantes um dia quem sabe?
decidam realmente cumprir todas as promessas de uma campanha eleitoral.
Que um dia as novas gerações de professores sejam realmente respeitados
pela sociedade, valorizados pela família, e agradecidos por cada um de seus alunos.

FELIZ DIA DOS PROFESSORES!


AUTOESTIMA DO PROFESSOR!



QUERIDOS PROFESSORES!




FELIZ DIA DO PROFESSOR! FRASE MACHISTA SE CONSIDERARMOS QUE ESTATISTICAMENTE A MAIOR PARTE DE PROFISSIONAIS DESSA PROFISSÃO É COMPOSTA POR MULHERES. BRAVAS E DESBRAVADORAS MULHERES!

ENSINAR É SEMPRE UMA GRANDE CHANCE DE APRENDER
ESPERO EM DEUS QUE UM DIA NOSSOS GOVERNANTES
REALMENTE PRIORIZEM A EDUCAÇÃO COLOCANDO EM PRÁTICA
TUDO QUE NOS PROMETE EM CAMPANHA ELEITORAL

ESTAMOS EM PLENA CAMPANHA. VOTAREMOS ÀS CEGAS
COMO SEMPRE JÁ QUE OS PROFESSORES DOS PROFISSIONAIS
DE COMUNICAÇÃO E DE AGENCIAS DE PROPAGANDA TRABALHAM
PARA AQUELES QUE LHES PAGAM MAIS.

ENTÃO, VENÇA O MAIS BEM INTENCIONADOS DE TODOS!
VETEMOS NAQUELE CANDIDATO QUE , AO MENOS TENHA SIDO
UM BOM ALUNO. NÃO AQUELE NOTA DEZ. AQUELE QUE RESPEITOU
E SOUBE RECONHECER O VALOR DA NOSSA PROFISSÃO. QUEM SERÁ?

SE EM ALGUM PLEITO ALGUM DOS CANDIDATOS SE DEIXASSEM
PESQUISAR SUA VIDA FAMILIAR, SUA VIDA ESTUDANTIL E SUA
RELAÇÃO COM SEUS EDUCADORES....SERÁ QUE ISSO CONVENCERIA
O ELEITORADO?! SERÁ QUE O EGO DESSE CANDIDATO SERIA VERDADEIRAMENTE APROVADO?  QUE DEUS NOS ABENÇOE!!!!!!!

http://www.redeamigoespirita.com.br/video/as-ilus-es-do-ego


sábado, 4 de outubro de 2014

AUTOESTIMA CONT....

      

  Como disse anteriormente, o autoconceito e a autoconfiança são os dois pilares que dão sustentação a autoestima.  Esta surge da autoimagem positiva ou negativa que temos de nós; trata-se  de uma série de processos embasados nas palavras e impressões que vemos, ouvimos e internalizamos ao longo de nossa vida.  Isso significa que, independentemente da família em que nascemos,( rica, pobre ou remediada),  todos estamos vulneráveis  às críticas, comentários verbais ou não verbais.

 Durante os primeiros anos de vida da criança, ela recebe inúmeros estímulos visuais, auditivos e cinestésicos que irão construir sua autoimagem. Assim, quando a criança cresce num ambiente onde todas as figuras de Valencia (pais,irmãos, tios, professores, etc.) fazem questão de registrar sempre os erros, os comportamentos, as atitudes inadequadas dessa criança, ela estará registrando posturas e atitudes sempre reforçadas por essas figuras, primeiro do ciclo familiar e, posteriormente nos outros ciclos sociais tais como: a escola, grupos religiosos, grupos de lazer e posteriormente no  trabalho.

          Quando tais observações são sempre negativas, mesmo sem a intenção de “ofender” e/ou com intenções de "educar"  a criança, ela registrará em seu inconsciente como algo negativo, inadequado, etc. Dessa forma sua autoimagem será construída. Assim, o seu autoconceito se estrutura, ou, desestrutura. Seus comportamentos sempre estarão em ”xeque”. Quando a criança constrói uma autoimagem negativa, crescerá com essa autoimagem e, terá como consequência uma autoconfiança também fragilizada. As consequências desse processo podem se tornar devassadora para um ser humano. Talvez você conheça alguém que está sempre se menosprezando, independentemente do que aconteça na vida dela. Alguém que é incapaz de aceitar um único e singelo elogio. Sim! Até um singelo e honesto elogio sobre a cor  ou o corte do seu cabelo, ou a roupa que está usando torna-se  motivo de graves abalos em sua autoestima. Isso porque  essa pessoa interpreta tudo como uma provocação, uma vez que, a sua autoimagem internalizada é sempre de alguém incompetente, sem graça, feia, (o), enfim, de uma pessoa desprezível.

          A situação torna-se mais difícil quando esta pessoa é muito próxima a você tipo: uma esposa ou esposo, um filho (a) ou a melhor  amiga (o). Ou seja, quanto mais próximos afetivamente estamos dessa pessoa mais difícil se torna a convivência. Isto porque, não importa o quanto você elogia, e tenta elevar a autoestima, essa pessoa sempre estará recuperando em seu "HD", (Disco Rígido),  as marcas de sua infância.


Gostaria que aproveitasse esse intervalo e registrasse em uma folha de papel, todas as lembranças que julga serem responsáveis por sua baixa autoestima.......

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

AUTOESTIMA

COMO MELHORAR A AUTOESTIMA ATRAVÉS DO AUTOCONCEITO E DA  AUTOCONFIANÇA

                                                                                                                                                    By: VMC
De acordo com as descobertas da psicologia, a autoestima, autoconceito e autoconfiança formam o tripé que estrutura  nossa personalidade.  Sabemos também que esses conceitos são internalizados ao longo da convivência em nosso meio familiar ou seja: construímos nossa autoestima, autoconfiança e nosso autoconceito a partir das avaliações que ouvimos sobre nós dos nossos pais, irmãos, parentes, e/ou figuras de valor como, nossos primeiros professores.
Os mecanismos psicológicos responsáveis pela construção desses conceitos estão intimamente ligados ao cérebro direito (emoção) pois, quando criança, dependemos inteiramente dos adultos que nos educa, nossos familiares principalmente.  Dessa forma, se uma criança nasce em uma família minimamente estruturada, com direito ao afeto e respeito, sua percepção sobre ela mesma, pode contribuir para uma autoestima equilibrada no futuro. Ao chegar a escola, mesmo que o ambiente não  lhe seja tão propício, ainda assim, estará bem embasada para sobreviver às críticas de outras crianças e até mesmo superar qualquer tentativa de modificar essa realidade para a criança. Tal criança dificilmente será vítima de bullying.
Os dois outros componentes desse tripé (autoconceito e autoconfiança), advém de uma boa estrutura da autoestima. Se ensinamos a uma criança desde sua tenra idade, que ela é importante, inteligente, competente e, principalmente que ela é amada, daremos a ela,  o princípio básico da integridade do ego. Nesta altura, você poderá questionar então: e aquelas crianças que não tiveram essa oportunidade? Por inúmeros motivos não tiveram pais ou cuidadores amorosos? Já estão adultos, e permanecem com esse tripé completamente capenga? O que se pode fazer? Esse é o objetivo desse artigo. Sugerir algumas estratégias, técnicas e atividades, geralmente propostas em psicoterapia embasada na  Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

Continua....

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A nova cara da terceira idade: Max Petrucci at TEDxFloripa 2013

Você vai viver 30 mais do que seus avós: Alexandre Kalache at TEDxUFRJ

O que é Envelhecência?

O QUE  É  ENVELHECÊNCIA?
                        
              By: VMC

Como todo processo de natureza humana, devemos considerar o antes, o durante e o depois. Na escala evolutiva do gênero humano não é diferente ou seja, nascemos, crescemos, nos tornamos adolescentes , adultos e consequentemente envelhecemos. Nossa sociedade pouco tem designado tempo e espaço tanto na mídia como nas pesquisas científicas sobre o processo de envelhacência.  De acordo com Mário Prata (1997)

“... A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim com a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não. Antes, a envelhescência...”




Nos últimos 10 anos o Brasil tem se deparado com um fenômeno visivelmente gratificante por um lado, quando observamos que o número de pessoas com mais de 60 anos tem sobrevivido a todas as estatísticas e censos demográficos pois a longevidade vem aumentando a cada censo.  A máxima de que o Brasil é o “país do futuro” que no Brasil há predominância de jovens etc.etc. já não cabe na realidade do último censo em 2010 do IBGE. Essa realidade tem mobilizado a sociedade como um todo em função de incentivar infraestruturas e abrangência de serviços médicos, culturais e de lazer para um grupo comprovadamente numeroso da população que convencionou-se denominar de “a terceira idade”.
A envelhecência é um termo atual utilizado por alguns pesquisadores para esclarecer os estudos sobre o processo de envelhecimento do corpo e intelecto humano nas últimas três décadas.  Obviamente poder-se-ia questionar porque  tamanho interesse sociocultural da economia que cada vez mais promove atividades especificamente direcionadas para essa população . Os países ditos desenvolvidos encabeçaram a lista com empreendimentos em várias vertentes para “faturar” com a clientela da terceira idade. Aqui no Brasil estamos um tanto mais atrasados principalmente no que se refere aos investimentos em pesquisas para doenças que acometem o ser humano após os 50 anos. As dificuldades de conviver e tratar pessoas com tais doenças é, o ponto crucial: o psiquismo na terceira idade e a problemática relacional.
É esse o ponto fundamental que gostaria de discutir nesse artigo. Vejamos: é sabido que nas famílias de classe média, media alta ou rica em nosso país, os anciãos são categorizados em: autossuficientes, independentes, dependentes-agregados. Essa classificação nas classes econômicas media baixa e, baixíssima, o ancião , inevitavelmente é considerado um “contra-peso” para a família principalmente quando a envelhecência ocorre com grandes dificuldades de relacionamentos afetivos, agravados por grandes comprometimentos da saúde física e mental. A propósito disso, temos um caso bastante simbólico que utilizarei para refletirmos. Trata-se de uma senhora chamada Anne Leitrim, inglesa, de 70 anos, residente no sul da Inglaterra que foi encontrada morta no quarto do seu apartamento após 6 anos...SIM!!! pasmem!  A família não havia sentido sua ausência durante todo esse período. Considerando que esse caso aconteceu num continente considerando evoluído, devemos no mínimo questionar: até que ponto o desenvolvimento sócio econômico do país está comprometido com o desenvolvimento sócio afetivo dos seres que habitam esse país?
Esse caso poderia nos levar a inúmeras reflexões dentre as quais: essa senhora não tinha amigos. Seus vizinhos a ignorava. Seus familiares a detestava. Seus planos de saúde ou serviços assistenciais a terceira idade da Inglaterra eram negligentes. Seus fornecedores (mercado, entregador de pizza,  farmácia, etc.) eram todos incompetentes a ponto de não manter um cadastro de “cliente fidelizado” ou,  imaginar que pela total invisibilidade, essa pobre senhora foi  esquecida até por Deus!

Considerando que estamos falando de uma sociedade desenvolvida e considerada de “primeiro mundo” , imaginem o que se passa em nossa “jovem” sociedade, antes conceituada como um país de terceiro mundo, atualmente reclassificado como “pais em desenvolvimento!? Diante de tantas incongruências  em uma sociedade em pleno desenvolvimento, com tantas divergências e tantas injustiças cometidas por Instituições comerciais, governamentais, assistenciais, etc.  por discriminações e maus tratos até mesmo pelos próprios familiares,  que nós,  brasileiros aprovamos no congresso uma lei especificamente estruturada  para obrigar , isso mesmo, pasmem! Obrigar nossa sociedade a respeitar, mesmo que sob a força da lei, os nossos envelhecentes.

Pois bem, o  Estatuto do Idoso é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Trata-se da lei nr. 10.741 de   primeiro de outubro   de 2003   ( em outubro próximo ), estará completando 11 aninhos em 2014.  (atenção envelhecentes!)  Esse Estatuto, dispõe sobre o papel da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público de assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,  à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho , à cidadania, à liberdade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Ironicamente, essa lei estaria entrando na pré-adolescência , segundo a classificação de alguns estudiosos no assunto. Ou seja, se considerarmos que é na adolescência que o indivíduo vive os principais transtornos existenciais, os principais questionamentos sobre “quem sou?” , “o que sou”? , E,  como me farei notar nesse mundo? . É a fase de mudanças hormonais, de transformações físicas e emocionais, etc. etc. etc.....A envelhecência tem o mesmo sentido, com a mesma necessidade e intensidade , as mesmas características de transformação só que, num gráfico descendente. Se não vejamos:

   

Diante disso , concluímos que: envelhecência é  a fase crucial da vida de quem conseguiu chegar até ela. Daí, caso esteja vivendo essa fase, recomendo buscar inteirar-se das leis que “protegem” a população da terceira idade e, se possível praticar esportes e alimentação saudável, cultivar as amizades, ter uma religião, etc..etc....enfim, tudo que a  medicina e as mídias tem publicado para  minimizar os efeitos inerentes a terceira idade.
Considerando o fato de que a nossa população está envelhecendo e, que as Instituições sociais ainda não se adaptaram a essa realidade. Considerando ainda que, a própria medicina não tem estrutura e pessoal devidamente capacitado para enfrentar tal realidade. Devemos imaginar que as próximas décadas serão cruciais para minimizar as dores físicas e emocionais da maioria da população brasileira que, além de envelhecerem, estará submissa as precárias condições socioeconômicas de um país até então considerado pelas estatísticas eminentemente JOVEM.

Diante  disso, pode-se afirmar que é fundamental que as Instituições Sociais organizadas (ONGs, etc) e Governamentais , se reorganizem para acolher de modo humanizado e digno, uma grande proporção da nossa população. Atualmente a população brasileira está estimada em 203.000.000. Desses, cerca de 40%  está entrando na envelhecência e outra grande parte (54%)  que  já  está dentro da população “envelhecida” . A psicologia como ciência do comportamento me parece uma das alternativas plenamente viável para acolher e esclarecer tal demanda uma vez que ela se presta a entender os processos depressivos, e todos os demais processos degenerativos do cérebro humano no sentido de acolher, esclarecer, amparar e , juntamente com a psiquiatria, medicar para que se minimize as incidências de denuncias de maus tratos, explorações econômicas, violências e até suicídios nessa população.

Para refletir, analise o quadro abaixo e emita sua opinião:
Adolescência
Envelhacencia/Velhice
1.   Problemas de saúde mais frequentes estão relacionados com o crescimento e o desenvolvimento, com as doenças da infância que continuam na adolescência e com a experimentação.
2.   Os adolescentes tornam-se vulneráveis a certas condições relacionadas sexualidade;
3.   Gravidez precoce, e doenças transmitidas sexualmente, etc.
4.   É o momento da vida em que se manifestam certos quadros psiquiátricos, como a depressão e outras perturbações do estado de espírito.
5.    Aumenta consideravelmente o risco de suicídio. 


1.    Problemas mais frequentes estão relacionados aos processos degenerativos do corpo.

2.    Instalação das Doenças genéticas, hereditárias, crônicas, tais como: hipertensão,cardiopatias. diabete, etc.

3.    Disfunções sexuais generalizadas. Situação mais evidenciada no sexo masculino


4.    Incidência de DST principalmente AIDS entre casais “estáveis”

5.    Incidência de doenças psiquiátricas tais como: síndromes do pânico, Ansiedade, Depressão, Demências  e grande risco de suicídio.

Concluindo, o processo de envelhecência demanda uma atenção especial de toda sociedade em virtude das modificações biológicas, psicológicas e sociais. Faz-se  necessária uma maior atenção dos Governantes a formulação e efetivação de políticas públicas voltadas para o idoso. Todos sabemos que não basta o Estatuto do Idoso, já que este não inclui em seus artigos  o que é inerente em muitas culturas e civilizações, principalmente as orientais, onde o idoso é visto com respeito e veneração, representando uma fonte de experiência, do valioso saber acumulado ao longo dos anos, da prudência e da reflexão.
 A propósito , a História nos mostra que o envelhecimento do corpo de muitos anciãos não acontece do mesmo modo para quem sabe e/ou não aprende a  cultivar o Espírito. A idade cronológica não representou barreiras para  Inúmeros ícones das artes plásticas, musical, arquitetônicas, etc. Giuseppe Verdi, compositor italiano,  aos sessenta anos compôs "Aída"; com mais de setenta e quatro, "Otelo", e aos oitenta e quatro completa três  páginas religiosas: "Ave Maria", "Stabat Mater" e "Te Deum".  Pablo Picasso, pintor espanhol, aos noventa e um anos, ainda conseguia criar obras de arte.  Winston Leonard Spencer Churchill, aos setenta, ainda conseguiu forças ideológicas para sustentar a resistência na Segunda Grande Guerra, e morre aos noventa e um anos em plena contribuição social.
         Albert Einsten, Albert Schweitzer, Louis Pasteur, Thomas Edison, Alexander Fleming, Konrad Hermann Joseph Adenauer, Bertrand Russell, mostraram-se altamente produtivos  aos setenta, oitenta, noventa anos (Oscar Niemeyer, 103 anos!!),  de idade física. Todos esses e tantos outros permanecem vivos até hoje, através de suas descobertas, invenções, ideias e ideais.



Referencias bibliográficas

"100 Crônicas", Cartaz Editorial/Jornal O Estado de São Paulo, São Paulo, 1997, pág. 13.

LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Presidência da República ,Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

BEAUVOIR, Simone. A velhice: a realidade incômoda. São Paulo: Difusão Editorial, 1976.

MESSY, Jch. A Pessoa Idosa Não Existe: uma abordagem psicanalítica da velhice. São Paulo, Editora Aleph, 1993. 

BOBBIO, Norberto. O tempo de memória: de senectude e outros escritos autobiográficos. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

CAIXETA, Leonardo. Demências. São Paulo: Lemos Editorial, 2004.

CORALINA, Cora. Ode às muletas. In DENÓFRIO (org.). Melhores poemas de Cora Coralina. São Paulo: Global, 2004. p. 306-310.

DEBERT, Guita. Terceira idade e solidariedade entre gerações. In Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo: Editora Sumaré, 2000. p. 301-318.

DEBERT, Guita; GOLDSTEIN, Donna (orgs.). Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo: Editora Sumaré, 2000.

FEATHERSTONE, Mike; HEPWORTH, Mike. Envelhecimento, tecnologia e o curso da vida incorporado. In: Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo: Editora Sumaré, 2000. p. 109-132.

GOLDFARB, Délia Catullo. Corpo, tempo e envelhecimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

GROISMAN, D. A velhice entre o normal e o patológico. www.sbggrj.org.br/artigos/velhice.htm.

JERUSALINSKY, Alfredo. Papai não trabalha mais. In: O valor simbólico do trabalho e o sujeito contemporâneo. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2000.

LEIBING, Annette. Velhice, doença de Alzheimer e cultura: reflexões sobre a interação entre os campos da antropologia e da psiquiatria. In Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo: Editora Sumaré, 2000. p. 133-150.
   
NICOLA, Pietro de. Fundamentos da Geriatria e Gerontologia. Faculdade de Medicina de Pávia. São Paulo, 1985.

OLIEVENSTEIN, Claude. O nascimento da velhice. Bauru: EDUSC, 2001.

SALGADO, Marcelo. Velhice, uma nova questão social. São Paulo: SESC-CETI, 1982.

SETTLAGE, Calvin F. Transcendendo a velhice: criatividade, desenvolvimento e psicanálise na vida de uma centenária. Boletim de Novidades da livraria Pulsional - Centro de Psicanálise. São Paulo, ano X – n. 101, p. 56-74, set. 1997.

SOARES, Flávia Maria de Paula. Des-envelhescência: o trabalho psíquico na velhice. In Associação Psicanalítica de Curitiba em Revista – Envelhecimento: uma perspectiva psicanalítica, ano V (5), p. 42-49, 2001.

SOARES, Flávia Maria de Paula. O conceito de velhice: da gerontologia à psicopatologia fundamental. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, vol. VIII, n. 1, p. 86-95, mar.2005.


_____ Psicologia do Envelhecimento. In Associação Psicanalítica de Curitiba em Revista – Envelhecimento: uma perspectiva psicanalítica, ano V (5), p. 11-26, 2001.

A morte é um dia que vale a pena viver: Ana Claudia Quintana Arantes at ...

domingo, 3 de agosto de 2014


A NOVA NEUROCIÊNCIA DA PSICOTERAPIA

HIPNOSE TERAPÊUTICA & REABILITAÇÃO:

UM DIÁLOGO CRIATIVO COM NOSSOS GENES
Ern Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, Jan.-Jun. 2003, v.9, n.1, p.79-108 79
O jogo no ensino de conceitos Relato de Pesquisa

O JOGO NO ENSINO DE CONCEITOS A PESSOAS COM PROBLEMAS DE
APRENDIZAGEM: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA DE ENSINO 1

TEACHING CONCEPTS TO PEOPLE WITH LEARNING PROBLEMS: A METHODOLOGICAL PROPOSAL FOR
TEACHING USING GAMES João Serapião de AGUIAR 2

RESUMO: o presente estudo teve por objetivo verificar a eficácia do ensino de conceitos relevantes para a vida
cotidiana, por meio de jogos, a pessoas com problemas de aprendizagem. A amostra foi constituída de 15 participantes, onze meninos e quatro meninas, de oito a treze anos de idade, de famílias de renda baixa. Para avaliação da capacidade de raciocínio geral e intelectual dos participantes foram utilizadas a Escala de Maturidade Mental Colúmbia e as Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. O delineamento utilizado foi de pré-teste, treinamento, pós-teste e generalização. No pré-e no pós-teste foram utilizadas questões do Teste de Conceitos Básicos de Boehm. O ensino de conceitos foi baseado em uma concepção que tem por base o princípio da interligação entre a ação e o desenvolvimento cognitivo, e o jogo como forma de ensino, mediado pela linguagem oral, por objetos e figuras. Utilizou-se também estratégias para a ocorrência do aprendizado cooperativo, com criações de situações desafiadoras visando acionar os esquemas cognitivos dos participantes. Os resultados apontaram efeitos positivos dos procedimentos utilizados, com implicações para a educação inclusiva.

PALAVRAS-CHAVE: jogos; problemas de aprendizagem; educação inclusiva.
ABSTRACT: the purpose of this study was to investigate the efficiency of teaching concepts, relevant to daily life, to people that present learning problems, exposing the participants to collective games. Fifteen pupils were subjects of this study, eleven boys and four girls from low class families, with age varying from eight to thirteen years. The Columbia Mental Maturity Scale and Raven’s Coloured Progressive Matrices were used to evaluate the participants’ general and intellectual reasoning ability. The design used was pre-test, training, post-test and generalization tests. The Test of Basic Concepts of Boehm was used in the pre and post-tests. The teaching of concepts was based on a conception that has as its basis the principle of connection between action and cognitive development, and the game as a way of teaching, guided by oral language, objects and pictures. Strategies guiding to cooperative learning with construction of challenging situations were also used in order to activate the participants’ cognitive schemes. The results pointed out the positive effects of the procedures with implications to inclusive education.
KEYWORDS: games; learning problems; inclusive education.


INTRODUÇÃO  


1 Artigo elaborado como parte de atividades de Pós-Doutorado, junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos, sob orientação da Profª. Drª. Deisy das Graças de Souza.
2 Professor nas Faculdades de Psicologia e de Educação Física da PUC-Campinas - serapiaoa@bol.com.br.est Lawrence Rossi, Ph.D. & Khatryn Lane Rossi, Ph.D.
Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, Jan.-Jun. 2003, v.9, n.1, p.79-108 81
O jogo no ensino de conceitos Relato de Pesquisa

O jogo (brincadeira, brinquedo e lúdico) na educação e no ensino de conceitos: uma visão geral Na nossa cultura as palavras jogo, brinquedo, brincadeira e lúdico têm sido usadas como termos inter-relacionados. Para Ferreira (1986) essas palavras podem significar: jogo brinquedo, passatempo, divertimento; brinquedo objeto que serve para as crianças brincarem, jogo de criança e brincadeiras; brincadeira divertimento, brinquedo, jogo, passatempo, entretenimento, ato ou efeito de brincar; e lúdico o que tem caráter de jogos, brinquedos e divertimentos de ensino, permitindo condutas que conduzem ao comportamento exploratório, contribuindo para a solução de problemas e também para aprendizagem das convenções e habilidades socais.
No campo da educação pelo movimento Le Boulch (1978, 1982, 1983, 1988) mostra a construção de um paradigma que é uma contribuição da Escola Francesa à área do desenvolvimento psiconeurológico da criança. Expõe a importância da psicocinética no período escolar. Conceitua a psicocinética como uma teoria geral do movimento que conduz ao enunciado de princípios metodológicos que permitem encarar a “educação pelo movimento” como meio de formação; e como uma educação psicomotora de base que tem seqüência no plano das aquisições instrumentais e das atividades de expressão, visando desenvolver e manter a disponibilidade corporal e mental (LE BOULCH, 1983, 1988). Le Boulch baseia-se na teoria de Piaget, nas proposições psicanalíticas de Wincicott que salientam a importância do afeto no desenvolvimento, em Wallon e Ajuriaguerra.
Na psicocinética, Le Boulch sugere uma série de atividades motoras, a maioria apresentada sob a forma lúdica, que a criança deve vivenciar na fase escolar, a fim de permitir perceber e organizar melhor sua imagem corporal (ou esquema corporal), núcleo central da personalidade e ponto de partida da organização práxica e gnósica. Le Boulch (1983) define o esquema corporal como “uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que temos de nosso corpo em posição estática ou em movimento, na relação de suas diferentes partes entre si e sobretudo nas relações com o espaço e os objetos que nos circundam” (p. 3). O autor advoga que, através do movimento, ocorrem aquisições e mudanças de hábitos, idéias e sentimentos. Percebe-se nessa concepção a instrumentalização do “movimento humano” como meio de formação e de transmissão de conhecimentos, que é uma das tarefas fundamentais do processo
educacional e, em especial, da escola.
No campo educacional a escola tradicionalmente se responsabiliza pela organização de situações formais que permitem a aquisição de conceitos julgados
relevantes em determinados momentos da escolaridade. Durante o ensino fundamental a ênfase recai em processos verbais, principalmente palavras, símbolos e códigos. Na educação infantil há acordo entre os estudiosos quanto a se ensinar conceitos por intermédio de atividades lúdicas, mediadas pela linguagem oral, gestual (motora), objetos e figuras. Há também consenso que os primeiros anos da escola fundamental constituem a época por excelência para a aquisição de repertórios conceituais considerados básicos ou pré-requisitos para aquisições acadêmicas posteriores. É o caso, por exemplo, do domínio de certos
conceitos relativos a orientação no tempo, como antes, após e durante, e a duração dos intervalos, como tempo longo e tempo curto, que irão, certamente, ter seus reflexos em aprendizagens posteriores.
O jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades. Na educação infantil, mediante a brincadeira, a fantasia, a criança de para cima/para baixo e esquerda/direita) e para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas, tais como: memória, avaliação e resolução de problemas.
Apóia-se nos modelos cognitivos de Piaget (1926, 1952, 1964), Bruner (1964), Guilford (1967) e nos vários tipos de comportamentos ligados à resolução de problemas, pesquisados por Gagné (1965) e Guilford (1968) (CRATTY ,1975).
Piaget (1962, 1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa. É pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças que
em todo lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo ou à ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações, geralmente tidas como maçantes. Os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Piaget (1976) afirma:


“O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor
e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria,
fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em
função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de
educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material
conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades
intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil”



Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, Jan.-Jun. 2003, v.9, n.1, p.79-108 83
O jogo no ensino de conceitos Relato de Pesquisa  (p.160).

Para Piaget (1975a), cada ato de inteligência é definido pelo equilíbrio entre dois mecanismos: assimilação e acomodação. Na assimilação, o sujeito incorpora
eventos, objetos ou situações dentro de formas de pensamento, que constituem as
estruturas mentais organizadas. Na acomodação, as estruturas mentais existentes
reorganizam-se para incorporar novos aspectos do ambiente externo. Dessa maneira, durante o ato de inteligência, o sujeito adapta-se às exigências do ambiente externo. Segundo Piaget (1976), jogando (brincando) a criança chega à adaptação completa que consiste numa síntese progressiva da assimilação com a acomodação, o que de outro modo seria difícil de acontecer.
Silva (2001) com base nas categorias de jogos propostas por Piaget (1975b), discute o valor educacional do jogo para o desenvolvimento e aprendizagem do deficiente mental. Nesse estudo analisa o jogo como modelador de atitudes, como estratégia para o desenvolvimento motor e como meio para a socialização e para o desenvolvimento cognitivo; e critica o uso do mesmo com visão dicotômica, que separa aprendizagem de desenvolvimento e distingue o jogo por áreas de aprendizagem (no caso motora, social e comportamental), descaracterizando a integração dessas áreas com a cognição.
Em estudo sobre o brincar e a aquisição de conceitos, Hartley (1971) diz que durante os primeiros anos de vida a aprendizagem de certos conceitos-chaves é ferramenta indispensável ao desenvolvimento da habilidade de pensar. Para Hartley a criança precisa aprender a identificar, generalizar, classificar, agrupar, ordenar e combinar. Tem necessidade, também, de aprender a lidar com idéias tais como idade e também com os mais velhos. Nos jogos, a criança adquire e inventa regras. Discutindo o ensino formal, Vygotsky traça um paralelo entre o brinquedo e a instrução escolar. Afirma que ambos criam uma “zona de desenvolvimento proximal”, definida como:
“a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através de solução de problemas
sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros”
mais capazes. (VYGOTSKY, 1989, p. 148)

Nos dois contextos, o brinquedo e a instrução escolar, a criança elabora habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis que passará a internalizar.
Durante as brincadeiras todos os aspectos da vida da criança tornam-se temas de
jogos e, sendo assim, na escola, tanto o conteúdo a ser ensinado como o papel do
adulto especialmente treinado para ensinar devem ser cuidadosamente planejados
para atender às reais necessidades da criança. Para Decroly, certos processos de aquisição de conhecimento são facilitados quando tomam a forma de jogos. A autora atribui ao jogo, usado sob a forma de método pedagógico, grande importância na aprendizagem de conteúdos escolares (DECROLY, 1926, apud KISHIMOTO, 1992 e 1994).
Segundo Abreu (1993), os jogos são importantes na escola porque fazem parte do universo infantil, são objetos sociais que trazem dentro de si uma infinidade de conteúdos que integram as disciplinas escolares. Referindo-se a aprendizagem de conceitos e a motricidade como meio de sua aquisição Flinchum (1981), diz que muitos conceitos-chaves podem ser aprendidos pela criança através do uso do movimento como uma estratégia de ensino-aprendizagem. Destaca o autor que de modo geral, os conceitos da educação formal podem ser aprendidos através de atividades motoras. Freire (1989) destaca que conceitos como grande, pequeno, em cima, embaixo, tradicionalmente desenvolvidos nas atividades de escrever, desenhar, recortar, podem perfeitamente ser trabalhados num contexto de jogos motores, de forma a ligar a tarefa da escola mais diretamente com as características próprias da criança. Dante (1994) sugere que antes das atividades de ensino da matemática no início da escolaridade, deve-se realizar atividades concretas que trabalhem o corpo da criança e envolvam o seu meio ambiente, usem sucata e materiais estruturados. Para o autor, as atividades concretas são fundamentais no processo de construção e compreensão das idéias matemáticas. Santos (1998) destaca que:

“As atividades lúdicas podem contribuir significativamente para o processo
de construção do conhecimento da criança. Vários estudos a esse respeito
vêm provar que o jogo é uma fonte de prazer e descoberta para a criança.
Nesta perspectiva o jogo tem muito a contribuir com as atividades didático-pedagógicas
durante o desenvolvimento de qualquer aula.” (p. 49)
Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, Jan.-Jun. 2003, v.9, n.1, p.79-108 87
O jogo no ensino de conceitos Relato de Pesquisa

Individualizado, do vínculo afetivo e da ação sobre objetos concretos para a abstração e generalização, no ensino e aprendizagem do deficiente mental. Constatou-se também a vagarosidade na formação de conceitos por deficientes mentais. No campo dos jogos e educação, foi elaborada esta pesquisa que teve
por objetivo verificar a eficácia do ensino de conceitos relevantes para a vida cotidiana, por meio de jogos, a pessoas com problemas de aprendizagem. Os conceitos de tempo, espaço e quantidade são considerados relevantes para a vida cotidiana, não só porque são básicos para a leitura e escrita, mas também porque são significativos para o ciclo de vida. No dia-a-dia são apresentadas situações à pessoa nas quais a mesma deve descrever objetos, indivíduos, animais ou o próprio corpo; como atuam ou funcionam; a que classe pertencem; em que se parecem; como e onde se localizam; quantos são; qual sua periodicidade, seu ritmo e sua velocidade de funcionamento, e assim por diante. Desse modo, as aprendizagens de conceitos relativos a espaço, tempo e quantidade são fundamentais para a existência das pessoas. Neste trabalho o ensino dos conceitos foi baseado em uma concepção que tem por base o princípio da interligação entre a atividade motora e o desenvolvimento cognitivo, e o jogo foi utilizado como forma de ensino, mediado pela linguagem oral, por objetos e figuras.

MÉTODO

Participantes
A amostra foi constituída de 15 alunos que integravam duas classes (a e b) de Alfabetização de um Instituto de Pedagogia Terapêutica, especializado em educação especial, que acolhe uma clientela de renda baixa, da cidade de Campinas, Estado de São Paulo. A Tabela 1 apresenta uma caracterização dos alunos de ambas as salas. Outra escola de Educação Especial e o “E” veio encaminhado de Creche (Educação Infantil). Os prontuários dos participantes B, C, E e F apontavam como prováveis causas da deficiência mental problemas de ordem neurológica. Os prontuários dos participantes A, D e G não continham dados indicativos das prováveis causas da deficiência mental. Os resultados dos testes psicológicos CMMS e RAVEN apontaram que o participante F não apresentava retardo mental, relativo a capacidades de raciocínio geral e intelectual.

CLASSE b b
A Classe b era composta por 8 alunos, sendo 6 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, com idade variando entre 10 anos e 4 meses a 13 anos e 9 meses. O tempo em que os alunos estavam matriculados no programa de alfabetização no
Instituto de Pedagogia Terapêutica variou de 1 mês a 2 anos e 4 meses. Sete dos
participantes vieram encaminhados do ensino regular, o H, I, J, C, M, N e O. O H, M e O ficaram 1 ano no ensino regular, o N ficou 3 anos e o I, J e L ficaram 4 anos. Dos participantes dessa Classe apenas um, o I, continha no prontuário a provável causa da deficiência mental, suspeita de Lesão Cerebral. Os resultados dos testes psicológicos CMMS e RAVEN apontaram que os participantes I, K e N não apresentavam retardo mental, relativo a capacidades de raciocínio geral e intelectual.

MATERIAL

Testes Psicológicos para Avaliação dos Participantes

Para avaliação da capacidade de raciocínio geral e intelectual dos participantes foram utilizadas a Escala de Maturidade Mental Colúmbia (CMMS) e o Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e para verificação do domínio de conceitos foi utilizado o Teste dos Conceitos básicos de Boehm (BTBC). A Escala de Maturidade Mental Colúmbia (CMMS – Columbia Mental Maturity Scale) é um teste individual de fácil aplicação, que fornece uma estimativa de capacidade de raciocínio geral de crianças com idade entre 3 anos e 6 meses e 9 anos e 11 meses. Seu uso é adequado para crianças que tenham paralisia cerebral ou outra lesão cerebral, retardo mental, deficiência visual, dificuldades na fala ou perda de audição, bem como para crianças normais. O CMMS mede capacidades de raciocínio geral que são especialmente importantes para o sucesso na escola, onde são estimuladas (desenvolvidas) competências conceptuais para discriminar relações entre vários tipos de símbolos e emitir conceitos de generalizações entre os mesmos.
Na Escala de Maturidade Mental Colúmbia os resultados, apresentados
sob a forma de Índice de Maturidade (IM), indicam níveis que são representados
pelos números 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 seguidos pelas letras I e S. Os números 3, 4, 5, 6, 7, outra escola de Educação Especial e o E veio encaminhado de Creche (Educação Infantil). Os prontuários dos participantes B, C, E e F apontavam como prováveis causas da deficiência mental problemas de ordem neurológica. Os prontuários dos participantes A, D e G não continham dados indicativos das prováveis causas da deficiência mental. Os resultados dos testes psicológicos CMMS e RAVEN apontaram que o participante F não apresentava retardo mental, relativo a capacidades de raciocínio geral e intelectual.
CLASSE b b
A Classe b era composta por 8 alunos, sendo 6 do sexo masculino e 2 do
sexo feminino, com idade variando entre 10 anos e 4 meses a 13 anos e 9 meses. O tempo em que os alunos estavam matriculados no programa de alfabetização no
Instituto de Pedagogia Terapêutica variou de 1 mês a 2 anos e 4 meses. Sete dos
participantes vieram encaminhados do ensino regular, o H, I, J, C, M, N e O. O H, M e O ficaram 1 ano no ensino regular, o N ficou 3 anos e o I, J e L ficaram 4 anos. Dos participantes dessa Classe apenas um, o I, continha no prontuário a provável causa da deficiência mental, suspeita de Lesão Cerebral. Os resultados dos testes psicológicos CMMS e RAVEN apontaram que os participantes I, K e N não apresentavam retardo mental, relativo a capacidades de raciocínio geral e intelectual.

MATERIAL

Testes Psicológicos para Avaliação dos Participantes

Para avaliação da capacidade de raciocínio geral e intelectual dos participantes foram utilizadas a Escala de Maturidade Mental Colúmbia (CMMS) e o Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e para verificação do domínio de conceitos foi utilizado o Teste dos Conceitos básicos de Boehm (BTBC). A Escala de Maturidade Mental Colúmbia (CMMS – Columbia Mental Maturity Scale) é um teste individual de fácil aplicação, que fornece uma estimativa
de capacidade de raciocínio geral de crianças com idade entre 3 anos e 6 meses e 9 anos e 11 meses. Seu uso é adequado para crianças que tenham paralisia cerebral ou outra lesão cerebral, retardo mental, deficiência visual, dificuldades na fala ou perda de audição, bem como para crianças normais. O CMMS mede capacidades de raciocínio geral que são especialmente importantes para o sucesso na escola, onde são estimuladas (desenvolvidas) competências conceptuais para discriminar relações entre vários tipos de símbolos e emitir conceitos de generalizações entre os mesmos.
Na Escala de Maturidade Mental Colúmbia os resultados, apresentados sob a forma de Índice de Maturidade (IM), indicam níveis que são representados pelos números 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 seguidos pelas letras I e S. Os números 3, 4, 5, 6, 7, conceito perto e entre, que podem designar tanto uma relação espacial quanto temporal, e segundo e terceiro, que podem designar tanto relações espaciais quanto temporais, bem como quantidades. Assim, a classificação de conceitos nessas quatro categorias de contextos, de certa forma é arbitrária, podendo ser sugeridas outras classificações de significado. Boehm utiliza a categoria mistura para indicar conceitos que pertencem a mais de uma categoria de contexto no BTBC.
A classificação dos conceitos básicos, segundo a concepção de Boehm, distribuídos por categoria, de acordo com o significado principal que têm no BTBC, é a seguinte:
- Espaço: No alto; Atravessar; Afastado; Perto; Dentro; Meio; O mais afastado; Em
volta; Acima; Entre; O mais perto; Ponta; Atrás; Em fila; Centro; Lado; Debaixo
(sob); Lado direito; Frente; Sobre; Separadas; À esquerda; Em ordem.
- Quantidade: Alguns, não muitos; Poucos; A mais larga; Mais; Inteiro; Segundo;
Vários; Quase; Metade; Tanto quanto; Nem o 1º nem o último; Tamanho médio;
Zero; Cada; Um par; O mesmo; Terceiro; Menos.
- Tempo: Depois; Começar; Nunca; Sempre.
- Mistura: Diferente; Outro; Iguais; Semelhante; Pular.
O BTBC permite identificar crianças cujo nível total de domínio de conceitos básicos é baixo. Permite também identificar conceitos em particular que crianças individuais ou grupos de crianças não dominam perfeitamente. Pode funcionar tanto como instrumento de pesquisa diagnóstica, como recurso para orientar o profissional na estruturação de atividades e seqüências de treino. Foram esses os
objetivos que nortearam a utilização do Teste neste trabalho. Por isso, e porque o
Teste não está padronizado para crianças brasileiras, nem para deficientes mentais, crianças e adolescentes, os resultados dos sujeitos não foram comparados com as normas da prova. É bom salientar que neste estudo utilizamos apenas algumas das provas dos cadernos 1 e 2 do BTBC, as referentes aos conceitos ensinados através dos jogos.


RECURSOS MATERIAIS PARA O ENSINO

Nas sessões de treino com os jogos foram utilizados os seguintes recursos
materiais:
- Folha de papel de cartolina branca e colorida, de sulfite e crepom de cor verde.
- Bolas de vários tamanhos, cores e pesos, de borracha, meia e couro.
- Caixas de papelão de formas, tamanhos, cores e pesos diversos.
- Tubos de papelão de diferentes tamanhos.
- Garrafas e copos de plástico, de vários tamanhos e cores.
- Latas vazias de refrigerantes e de óleo.
- Garrafas de refrigerantes de vários tamanhos.
- Canudinhos grossos de refrigerante.
- Fitas de tecidos leves e coloridos, de largura fina.
- Barbante fino. Palitos e caixas de fósforo.
- Giz de cores. Cestinhas de lixo de plástico.
- Maçãs, pêras e laranjas. Argolas leves de madeira. Bichos de pelúcia. Pneus
- Quantidade: Segundo; Terceiro; Nem o primeiro, nem o último; Inteiro; Metade;
Cada; Poucos; Mais; Menos; Par.
- Tempo: Começar; Depois; Sempre; Nunca.
- Mistura: Igual; Diferente; Semelhante.

Para efeito do treino os conceitos foram arranjados da seguinte forma: ¨ Doze como pares (6 pares) e 6 como trios (2 trios), relacionados por oposição, ordem e grau, obedecendo as indicações de Aguiar (1996; 1998), Boehm (1977) e
Gagné (1980), segundo os quais esse arranjo facilita ao indivíduo estabelecer relações e conseqüentemente aprender: frente/atrás; lado direito/à esquerda; em fila/segundo/terceiro; inteiro/metade; igual/diferente; sobre/debaixo; sempre/nunca;
mais/menos/um par.

¨ Quinze em separado ou um a um, na medida que não eram relacional: lado; nem
o primeiro, nem o último; em ordem; separadas; meio; semelhante; entre; começar; pular; no alto; depois; o mais perto; atravessar; cada e poucos.

A seqüência para o ensino dos conceitos, através dos jogos, foi elaborada
pelas professoras dos participantes da pesquisa que, para tanto, levaram em consideração a necessidade do domínio de determinados conceitos básicos de Boehm e da ligação dos mesmos com conteúdos projetados pelas mesmas para serem desenvolvidos no decorrer do ano letivo. O ensino dos conceitos selecionados ficou a cargo do pesquisador, que os ensinaria nas sessões de treinamento conceitual, através dos jogos.

A Tabela 2 apresenta a seqüência de ensino de ensino de conceitos,
realizado através dos jogos.

TABELA 2 – Seqüência do ensino dos conceitos através dos Jogos dos objetivos-alvo das sessões de treinamento conceitual.


Tipo de Arranjo Conceitos Ensinados Seqüência do Ensino (Jogos)
Individual
Lado
Nem o primeiro, nem o último
Em Ordem
Separadas
Meio
Semelhante
Entre
Começar
Pular
No Alto
Depois
O Mais Perto
Atravessar
Cada
Poucos
2
5
6
8
9
11
12
13
14
15
20
17
18
21
22
Pares
Frente / Atrás
Lado Direito / à Esquerda
Inteir o / Metade
Igual / Diferente
Sobre / Debaixo
Sempre / Nunca
1
3
7
10
16
19
Trios Em Fila / Segundo / Terceiro
Mais / Menos / Um Par
4
23









Na apresentação dos jogos a categoria identificada em itálico indica a categoria do contexto a que pertence o(s) conceito(s), de acordo com o significado
no BTBC; outra não em itálico indica contexto adicional, em que o conceito pode ser empregado. Por exemplo, o conceito O MAIS PERTO (JOGO 17) é usado como conceito de ESPAÇO no BTBC, mas também pode ser usado para expressar TEMPO.


JOGO 23 CONCEITOS: MAIS/MENOS/UM PAR
CATEGORIA: QUANTIDADE

OBJETIVO INSTRUCIONAL: Construir com garrafas plásticas do brinquedo boliche e com
garrafas plásticas de refrigerantes de 600ml., de coca-cola e guaraná, conjuntos que contenham ora mais, ora menos garrafas de coca-cola e guaraná e formar um par ou pares, ora com o mesmo tipo de refrigerante, ora mesclando os tipos, ora só com garrafas de boliche e ora com uma garrafa de boliche e uma dos tipos de refrigerante.

CONDIÇÕES DE ENSINO:  Exposição aos sujeitos de cinco garrafas plásticas do brinquedo boliche e dez garrafas plásticas de refrigerantes de 600ml (cinco de coca-cola e cinco de guaraná) distribuídas aleatóriamente ao redor de um círculo, de um metro de diâmetro, desenhado no chão com giz colorido.

MATERIAL: Cinco garrafas plásticas do brinquedo boliche e dez garrafas plásticas de
refrigerantes de 600 ml., cinco de coca-cola e cinco de guaraná.

ORGANIZAÇÃO, EXECUÇÃO E PROCEDIMENTOS DE ENSINO: Iniciou-se o processo de ensino com
os sujeitos em pé, formando um grande círculo ao redor do material e do círculo desenhado no chão. O ensino ocorreu, durante toda a sessão, através da criação de desafios cognitivos, situações problemas, desafiadoras, apresentadas aos sujeitos sob a forma de questões, do tipo: ¾ Quem consegue colocar dentro do círculo mais garrafas de boliche e menos de coca-cola? As intervenções do pesquisador às execuções dos sujeitos foram feitas com formulação de novas questões, como: ¾ Está certo? ¾ É isso mesmo? ¾ O que você acha? ¾ O que o grupo acha? ¾ Porquê está errado? ¾ Quem sabe fazer certo?
Após essa etapa os participantes eram colocados em pé, dispostos em uma coluna, com a frente voltada para o material, atrás de uma linha demarcada no solo com giz de cor, distante aproximadamente cinco metros do círculo desenhado
no chão. Dadas a instrução e as orientações pelo pesquisador, que especificavam
a ação a ser realizada, os participantes, um por vez, atendiam a chamada do pesquisador para executar uma tarefa solicitada. Essa solicitação era feita de forma variada, como por exemplo: ¾ Forme um conjunto que contenha mais garrafas de boliche do que de guaraná. ¾ Forme dois pares, um com garrafa de coca-cola e guaraná e outro com garrafas de boliche. Os conjuntos eram formados dentro do círculo.
Após cada sujeito ter executado tarefas por duas vezes, era dado ao jogo um caráter de competição: ganhava quem tivesse mais acertos. Ao final de cada construção, o pesquisador decorrer do mesmo, o participante deverá levantar a mão direita ou esquerda, ou o pé direito ou esquerdo. Se o comando for para levantar a mão direita, após o aluno levantar a mesma, o pesquisador entregará a bola e o bastão para ele, que os deverá pegar com a mão direita, primeiro a bola, colocá-la no chão, depois o bastão. A seguir, o aluno deverá conduzir a bola com batidas consecutivas do bastão, só seguro com a mão direita, por entre as linhas paralelas, dar uma volta ao redor do cone, que está a sua direita, e retornar ao ponto de saída. Ao chegar deverá entregar o bastão e a bola ao pesquisador, que chamará um outro aluno para executar a ação.
O participante que termina a tarefa deverá dar a voz de comando para o próximo executante e depois voltar a se sentar no semicírculo. Se o comando dado for o de levantar a mão esquerda, o aluno deverá realizar toda a tarefa somente com a mão esquerda, com uma diferença, ao invés de dar a volta ao redor do cone deverá fazer o gol, que está colocado a sua esquerda. Se o comando for o de levantar o pé direito ou esquerdo, a tarefa deverá ser executada apenas com o pé solicitado e a bola ser pega com a mão direita ou esquerda, de acordo com o lado solicitado.

JOGO 17 CONCEITO: O MAIS PERTO
CATEGORIA: ESPAÇO E TEMPO

OBJETIVO INSTRUCIONAL: identificar o participante com a cestinha de lixo amarrada nas
costas que está localizado mais perto, arremessando na cestinha desse participante, com uma das mãos, uma bola de meia, tentando “encestá-la”.

CONDIÇÕES DE ENSINO: expor à vista dos participantes três cestinhas plásticas de lixo
amarradas nas costas de três de seus colegas.
Instrução: arremessar uma bola na cestinha amarrada nas costas do participante que estiver mais perto.
MATERIAL: três cestinhas plásticas de lixo, uma bola de meia e um arco.
ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO: Ao iniciar o jogo os participantes deverão estar sentados, em forma de semicírculo, atrás do arco, distantes aproximadamente dois metros do mesmo e de frente para os seus colegas com as cestinhas amarradas nas costas.
Dadas a instrução e as orientações pelo pesquisador, que especifica a ação a ser realizada, os participantes, um por vez, atendendo à chamada do pesquisador, levantar-se-ão e localizar-se-ão no centro do arco, de frente a um retângulo, de três metros de largura por cinco de comprimento, desenhado no solo, a aproximadamente dois metros do arco. Dentro do retângulo deverão estar os três alunos com as cestinhas amarradas nas costas. Ao um sinal do pesquisador esses três alunos começam a correr dentro do retângulo, a um outro sinal devem parar de costas para o participante que está dentro do arco, o qual, a partir desse momento, deverá arremessar a bola à cesta que estiver mais perto de si, tentando “encestá-la”. Para tanto, terá quatro chances. A cada arremesso que fizer, o participante deverá ir buscar a bola e voltar ao centro do arco para realizar nova tentativa. A cada cesta realizada será computado um ponto para o participante. O jogo terá quatro fases. Vencerá o jogo o participante que conseguir uma soma de 635 acertos e os da Classe Alfa 501, o que indica que existia um efeito de classe, fato que também pode ser observado na Tabela 3, comparando-se as médias
de acertos obtidas pelas Classes á e â.
Um acontecimento de destaque é que os alunos F, I, K e N, que obtiveram
os melhores resultados, não apresentavam pelos testes psicológicos aplicados, CMMS e RAVEN, índices de retardo metal relativo a capacidades de raciocínio geral e intelectual. Já os participantes B e O, que obtiveram os piores resultados, apresentavam no CMMS um I. M. indicador de retardo mental. Esses dados podem ser observados na Tabela 1. O efeito de classe acima citado, provavelmente pode ser explicado pelo fato de três dos alunos (I, K e N) da Classe Beta, dos oito que a compunham, não serem portadores de retardo mental. Dos sete alunos da Classe Alfa, apenas um não apresentava índice de retardo, o participante F. Pela Tabela 1 pode-se também perceber, pelos resultados do CMMS e RAVEN, a não homogeneidade dos alunos das Classes Alfa e Beta, em relação aos índices de raciocínio geral e intelectual. Nota-se também a não homogeneidade do participantes pela idade, pelo tempo de escolarização, que tinham no Instituto de Pedagogia Terapêutica, e pela freqüência que tiveram em outros programas de escolarização.
Pelas Figuras 1 e 2 pode-se também notar, pelas diferenças dos acertos
do pré-teste para o pós-teste e do pré-teste para as generalizações em situações de sala de aula, que todos os participantes tiveram um aumento de desempenho em relação ao número de conceitos acertados. Esse fato também é indicador de efeito positivo do ensino dos conceitos, através do programa de jogos. Pelas somas das diferenças citadas pode-se também perceber, que na Classe Alfa o participante mais beneficiado com o treino foi o B e o menos beneficiado o F, e que na Classe Beta o mais beneficiado foi o O e o menos beneficiado o I.
Esta pesquisa teve por objetivo verificar a eficácia do ensino de conceitos
relevantes para a vida cotidiana, por meio de jogos, a pessoas com problemas de
aprendizagem. Analisando o valor dos jogos em grupo, Kamii e DeVries (1991) afirmam que os mesmos são um dos meios mais naturais e eficazes para estimular a capacidade de desenvolvimento das crianças. Dizem que as crianças aprendem muito em jogos e que as vezes o currículo escolar não consegue motivá-las por não fazer uso dos mesmos. Macedo (1995) analisa o valor do jogo para a escola e para o desenvolvimento da criança, utilizando as categorias de jogos sugeridas por Piaget (1975b), que são: jogos de exercícios, jogos simbólicos, jogos de regras e jogos de construção. Dessa análise, depreende-se que o jogo contribui para o desenvolvimento cognitivo, na dinâmica das reconstruções contínuas do processo de equilibração/ reequilibração, e para a construção conceitual. Interpreta-se também, que o jogo
Na analise que Kamii e DeVries (1991) fazem da importância do jogo
para o desenvolvimento da criança, depreende-se que o sistema escolar necessita de mais estudos dentro de seu contexto, que comprovem a importância do jogo para o desenvolvimento cognitivo. Espera-se que este estudo seja um deles.
Os jogos apresentados nesta pesquisa podem ser usados pelo professor de educação física, em um trabalho integrado com docentes de outros componentes curriculares, ou por qualquer outro professor da escola. O docente interessado em usar os jogos deverá adaptá-los à sua realidade (de acordo com as circunstâncias em que estiver vivendo), reestruturando e recriando por si mesmo ou por sugestões de seus próprios alunos, as condições de ensino, o material, a organização e a execução, porém não deve perder de vista os objetivos instrucionais a serem atingidos.
Nos jogos, o professor deverá desafiar a inteligência dos alunos, estimular e explorar a curiosidade, a imaginação e a criatividade dos discentes, aproveitando suas idéias. Este estudo, realizado em situação natural, não permitiu controle de
variáveis relevantes, como as do contexto familiar e as de desenvolvimento. Também não houve controle, com observação em sala de aula, sobre o que as professoras faziam em classe. Futuras pesquisas, usando deste trabalho, poderão utilizar grupos aleatórios, com número de participantes determinados através da estatística, para que suas conclusões possam ser referendadas a nível de projeção em diversidade de circunstâncias dos grupos de aplicação. Dentre as variáveis que podem ser selecionadas para serem controladas nessas pesquisas, estão as de origem social, renda familiar, acompanhamento de professores em salas de aula e experiência extra-classe. Esses novos estudos devem estabelecer grupo de controle para isolar melhor os efeitos de fatores de influência.

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