PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

domingo, 28 de junho de 2015

VIDA AFETIVA , PROCESSOS DE AUTO SABOTAGEM E PSICOTERAPIA

Continuação....IV- FINAL


O QUE PRECISO saber para encontrar o EQUILÍBRIO?

     "lembre-se que o lado de fora é o nosso espelho que reflete o lado de dentro...logo, quanto mais cedo nos convencermos de que precisamos de ajuda, mais RÁPIDO mudaremos nosso padrão de AUTOPERCEPÇÃO. (VMC)
Geralmente,  é no outro que encontramos o referencial para nos  mostrar algo que precisa ser equilibrado em nós. Se estamos com excesso ou falta de tolerância, falta de autoridade, falta ou excesso de  doação  ou qualquer outra energia. O outro sempre nos serve de referencial para que assim possamos perceber o que em nós está desequilibrado, atuando como um sinal de alerta para nos ajudar nesta percepção.
Se queremos um parceiro por nos sentirmos abandonados, pode ser hora de repensar essa necessidade. Afinal, todos sabemos que excesso de carência significa falta de autoestima, auto respeito e o pior: dificuldade de conviver consigo próprio.. Por mais que seja frustrante ou irritante, as situações desagradáveis que nos faz necessitar da presença do outro para nos “completar”, “nos fazer feliz”....etc. Devemos aprender que tais situações nada mais são di que oportunidades para ir além, fazer diferente, mesmo que os resultados alcançados sejam mínimos e a situação pareça mudar muito pouco ou até mesmo nada.
Como isso pode ser feito? Primeiramente cuidando de nós mesmos, nos mantendo o melhor que pudermos e preservando ao máximo nosso autoconceito intacto, mesmo diante de mais um "fracasso" devemos perseverar até encontrar o que buscamos. Testamos e fortalecemos nosso amor-próprio e poder pessoal, buscando maneiras e estratégias de não nos deixar abater  pela situação em que nos encontramos no momento, fazendo a escolha de não deixar os sentimentos negativos nos derrubarem ou comprometerem a força em nossa crença de  que seremos feliz.
Muitas vezes sozinhos não conseguimos realizar essa conscientização e, a ajuda terapêutica pode se tornar necessária. Se você anseia por uma mudança de atitude do parceiro, esqueça! Foque em sua própria mudança - ainda que a pessoa esteja agindo de maneira não muito positiva - experimente perceber sua própria responsabilidade sobre a atual situação, buscando maneiras e estratégias de mudar sua abordagem interna e externa para tal questão. Como lidar com as próprias insatisfações, raivas, revoltas, orgulhos? Como será que esses sentimentos foram construídos dentro de nós?
AUTOESTIMA E PODER PESSOAL É fundamental
Até mesmo aqueles que acham que já se amam bastante e são fortes o suficiente, com certeza têm questões a serem trabalhadas e harmonizadas. Em todos os casos de harmonização, o fortalecimento de autoestima e poder pessoal são imprescindíveis.
A percepção cada vez maior de como a situação acontece, e a crescente consciência acerca das próprias atitudes e do que precisa ser trabalhado, ainda que não mude o resultado final, já é um enorme passo. Muitas vezes, mesmo que estejamos mais conscientes e trabalhando para as mudanças, repetimos os padrões que desejamos mudar e obtemos o mesmo resultado frustrante. Lembre-se que é a mesma dificuldade de um drogadicto, um viciado em jogos, sexo, etc.  O risco de recaída é igual. Afinal, gerar grandes mudanças de início, é muito difícil. Porém, se dispor a começar e sedimentar o caminho, criando condições para que a mudança  aconteça é fundamental e, nem sempre se consegue sozinho.

Quando admitimos que precisamos da ajuda profissional ainda assim, incorremos no erro de perdermos a paciência com os resultados frustrados e  a falta de perseverança para continuar acreditando e apostando na mudança. É nesse ponto que muitas vezes acabamos desistindo, pois como não vemos resultados concretos ainda, não conseguimos nos manter acreditando que estamos realizando algo efetivo. Nesse ponto, vale a pena reconsiderar o profissional que nos atende (existe empatia?), ou até a linha psicoterapêutica (behaviorista, cognitivo comportamental, humanista, gestaltista, etc.) escolhida.
Pode ser ainda que  estejamos num professo psicoterápico, com plena identificação da linha psicológica, não conseguimos perceber que estamos  no caminho de harmonização.  Não percebemos o quanto já caminhamos, pois geralmente esperamos resultados rápidos e de acordo com o que achamos que tem que ser. Se começamos a nos cuidar, queremos nos sentir bem e ver nossa vida afetiva mais harmoniosa logo, mas é preciso paciência, além é claro de um amplo e completo esclarecimento por parte do psicólogo dos objetivos da psicoterapia e claro, das variáveis que envolvem a mudança ( pré-disposição do paciente, envolvimento nas tarefas, dedicação e compromisso com as mudanças pré-estabelecidas.

Considerando todas essas variáveis, lhe pergunto: Vale a pela continuar reclamando? vale a pena desistir logo na primeira tentativa?  Vale a pena justificar que em sua primeira tentativa com um profissional de psicologia, foi uma grande decepção? Vale a pena generalizar um profissional de psicologia desconsiderando toda a ciência psicológica? Com certeza , isso só deixa as coisas mais pesadas e o caminho parece ficar ainda mais longo. Então, que tal parar de se lamentar, sacudir a poeira e seguir em frente, buscando ajuda profissional?

Bibliografia sugerida:
  • Vujicic, Nicolas James, Uma Vida sem Limites, Inspiração para uma vida absurdamente boa,  Ed. Novo conceito, SP, 2011;
  •  WINNICOTT, D.W. Consultas terapêuticas em Psiquiatria infantil. Rio de Janeiro: Imago, 1984. 2. WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.  
  • WINNICOTT, D.W. Textos Selecionados da Pediatria à Psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. b) Bibliografia Complementar 1. KHAN, M. M. R. Quando a primavera chegar: despertares em psicanálise clínica. São Paulo: Escuta, 1991. 
  • KREISLER, L. A consulta terapêutica em psicossomática dos bebês. In: Kreisler, L. A Nova Criança da desordem psicossomática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. 
  •  SAFRA, G. A Clínica em Winnicott. In: Natureza Humana: revista internacional de filosofia e práticas clínicas. v. 1, n. 1: p.91-101. São Paulo: EDUC, 1999. 
  •  SAFRA, G. Um método de consulta terapêutica através do uso de estórias infantis. Dissertação de mestrado. Instituto de Psicologia da USP, 1984.