Continuação....IV-
FINAL
O
QUE PRECISO saber para encontrar o EQUILÍBRIO?
"lembre-se que o lado de fora é o nosso espelho que reflete o lado de dentro...logo, quanto mais cedo nos convencermos de que precisamos de ajuda, mais RÁPIDO mudaremos nosso padrão de AUTOPERCEPÇÃO. (VMC)
Geralmente, é no outro que encontramos o referencial para
nos mostrar algo que precisa ser
equilibrado em nós. Se estamos com excesso ou falta de tolerância, falta de autoridade,
falta ou excesso de doação ou qualquer outra energia. O outro sempre nos
serve de referencial para que assim possamos perceber o que em nós está
desequilibrado, atuando como um sinal de alerta para nos ajudar nesta percepção.
Se queremos um parceiro por nos
sentirmos abandonados, pode ser hora de repensar essa necessidade. Afinal,
todos sabemos que excesso de carência significa falta de autoestima, auto
respeito e o pior: dificuldade de conviver consigo próprio.. Por mais que seja frustrante ou
irritante, as situações desagradáveis que nos faz necessitar da presença do
outro para nos “completar”, “nos fazer feliz”....etc. Devemos aprender que tais
situações nada mais são di que oportunidades para ir além, fazer diferente,
mesmo que os resultados alcançados sejam mínimos e a situação pareça mudar
muito pouco ou até mesmo nada.
Como isso pode ser feito? Primeiramente cuidando de
nós mesmos, nos mantendo o melhor que pudermos e preservando ao máximo nosso autoconceito
intacto, mesmo diante de mais um "fracasso" devemos perseverar até encontrar
o que buscamos. Testamos e fortalecemos nosso amor-próprio e poder pessoal,
buscando maneiras e estratégias de não nos deixar abater pela situação em que nos encontramos no
momento, fazendo a escolha de não deixar os sentimentos negativos nos derrubarem
ou comprometerem a força em nossa crença de que seremos feliz.
Muitas vezes sozinhos não conseguimos realizar essa
conscientização e, a ajuda terapêutica pode se tornar necessária. Se você
anseia por uma mudança de atitude do parceiro, esqueça! Foque em sua própria
mudança - ainda que a pessoa esteja agindo de maneira não muito positiva -
experimente perceber sua própria responsabilidade sobre a atual situação,
buscando maneiras e estratégias de mudar sua abordagem interna e externa para
tal questão. Como lidar com as próprias insatisfações, raivas, revoltas,
orgulhos? Como será que esses sentimentos foram construídos dentro de nós?
AUTOESTIMA
E PODER PESSOAL É fundamental
Até mesmo aqueles que acham que já se amam bastante
e são fortes o suficiente, com certeza têm questões a serem trabalhadas e
harmonizadas. Em todos os casos de harmonização, o fortalecimento de autoestima
e poder pessoal são imprescindíveis.
A percepção cada vez maior de
como a situação acontece, e a crescente consciência acerca das próprias atitudes
e do que precisa ser trabalhado, ainda que não mude o resultado final, já é um
enorme passo. Muitas vezes, mesmo que estejamos mais conscientes e trabalhando
para as mudanças, repetimos os padrões que desejamos mudar e obtemos o mesmo
resultado frustrante. Lembre-se que é a mesma dificuldade de um drogadicto, um
viciado em jogos, sexo, etc. O risco de
recaída é igual. Afinal, gerar grandes mudanças de início, é muito difícil.
Porém, se dispor a começar e sedimentar o caminho, criando condições para que a
mudança aconteça é fundamental e, nem
sempre se consegue sozinho.
Quando admitimos que precisamos da ajuda
profissional ainda assim, incorremos no erro de perdermos a paciência com os
resultados frustrados e a falta de perseverança
para continuar acreditando e apostando na mudança. É nesse ponto que muitas
vezes acabamos desistindo, pois como não vemos resultados concretos ainda, não
conseguimos nos manter acreditando que estamos realizando algo efetivo. Nesse
ponto, vale a pena reconsiderar o profissional que nos atende (existe
empatia?), ou até a linha psicoterapêutica (behaviorista, cognitivo
comportamental, humanista, gestaltista, etc.) escolhida.
Pode ser ainda que estejamos num professo psicoterápico, com
plena identificação da linha psicológica, não conseguimos perceber que
estamos no caminho de harmonização. Não percebemos o quanto já caminhamos, pois
geralmente esperamos resultados rápidos e de acordo com o que achamos que tem
que ser. Se começamos a nos cuidar, queremos nos sentir bem e ver nossa vida
afetiva mais harmoniosa logo, mas é preciso paciência, além é claro de um amplo
e completo esclarecimento por parte do psicólogo dos objetivos da psicoterapia
e claro, das variáveis que envolvem a mudança ( pré-disposição do paciente,
envolvimento nas tarefas, dedicação e compromisso com as mudanças
pré-estabelecidas.
Considerando todas essas variáveis, lhe pergunto:
Vale a pela continuar reclamando? vale a pena desistir logo na primeira
tentativa? Vale a pena justificar que em
sua primeira tentativa com um profissional de psicologia, foi uma grande
decepção? Vale a pena generalizar um profissional de psicologia desconsiderando toda a
ciência psicológica? Com certeza , isso só deixa as coisas mais pesadas e o
caminho parece ficar ainda mais longo. Então, que tal parar de se lamentar, sacudir a poeira e seguir em frente, buscando ajuda profissional?
Bibliografia sugerida:
- Vujicic, Nicolas James, Uma Vida sem Limites, Inspiração para uma vida absurdamente boa, Ed. Novo conceito, SP, 2011;
- WINNICOTT, D.W. Consultas terapêuticas em Psiquiatria infantil. Rio de Janeiro: Imago, 1984. 2. WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
- WINNICOTT, D.W. Textos Selecionados da Pediatria à Psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. b) Bibliografia Complementar 1. KHAN, M. M. R. Quando a primavera chegar: despertares em psicanálise clínica. São Paulo: Escuta, 1991.
- KREISLER, L. A consulta terapêutica em psicossomática dos bebês. In: Kreisler, L. A Nova Criança da desordem psicossomática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
- SAFRA, G. A Clínica em Winnicott. In: Natureza Humana: revista internacional de filosofia e práticas clínicas. v. 1, n. 1: p.91-101. São Paulo: EDUC, 1999.
- SAFRA, G. Um método de consulta terapêutica através do uso de estórias infantis. Dissertação de mestrado. Instituto de Psicologia da USP, 1984.