PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

terça-feira, 14 de maio de 2019

Teoria Psicossocial do Desenvolvimento em Erik Erikson

Teoria Psicossocial do Desenvolvimento em Erik Erikson

Teoria Psicossocial do Desenvolvimento em Erik Erikson
4.625     Avaliação 4.63 (8 Avaliações)
(Tempo de leitura: 3 - 5 minutos)
Erik Erikson propôs uma concepção de desenvolvimento humano em 8 fases (ou estágios) psicossociais, perspectivados, por sua vez, em oito idades que decorrem do nascimento até a morte, pertencendo as quatro primeiras ao período de bebê e de infância, e as três últimas aos anos adultos e à velhice. Cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial, sendo uma vertente positiva e uma negativa.
teoria de Erik Erikson dá especial importância ao período da adolescência, notadamente por ser uma transição entre a infância e a idade adulta, onde ocorrem acontecimentos relevantes para a o desenvolvimento da personalidade adulta.
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este se dá em 8 fases e cada fase contribui para a formação da personalidade total (princípio epigenético), sendo, desta forma, todos importantes mesmo depois de se os atravessar.
O núcleo de cada fase/estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico, apenas será mais proeminente em cada fase, trazendo raízes prévias dos estágios anteriores e com consequência para os estágios posteriores.
Para Erikson, a formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios e o senso desta ocorre na adolescência, evoluindo e influenciando os últimos três estágios.
Erikson perspectivava em sua teoria o desenvolvimento tendo em conta aspectos de cunho biológico, individual e social.
teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se forma no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está presente em todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para a resolução, na vida futura, dos conflitos. 

As 8 Fases do Desenvolvimento Psicossocial em Erik Erickson

1. Confiança  X  Desconfiança  (até um ano de idade)

Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo. 

2. Autonomia  X  Vergonha e Dúvida   (segundo e terceiro ano)

Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência. 

3. Iniciativa  X  Culpa (quarto e quinto ano)

Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e  intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.

4. Construtividade  X  Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)

Neste período a criança está sendo alfabetizada e frequentando a escola, o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá  maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade. 

5. Identidade  X  Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)

O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece, ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção dramática, por  tratar-se de a algo pontual e localizado com pólos positivos e negativos.

6. Intimidade  X  Isolamento (jovem adulto)

Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro. 

7. Produtividade  X  Estagnação  (meia idade)

Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material. 

8. Integridade  X  Desesperança (velhice)

Se o envelhecimento ocorre com  sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a  impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.

Sobre a Autora:

Maria Aparecida Melo Girão - Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI (2011), especialista em Psicopedagogia pela Universidade do Vale do Acaraú (2014), especialista em AEE (Atendimento Educacional Especializado) pelo Instituto de Ensino Superior Múltiplo. Atuou, ainda, como acompanhante terapêutica (2008-2011) junto a crianças com desenvolvimento atípico.
Lecionou as disciplinas de Desenvolvimento Infantil, Inclusão Escolar e Psicologia Clínica Infantil na Universidade Estadual do Piauí – UESPI entre os anos de 2016 e 2018.
Realiza atendimento clínico infantil desde 2011, atuando com diversas demandas, como autismo, TDAH, TDO, Ansiedade, dificuldades de aprendizagem. Além disso trabalha com treinamento parental, orientação de professores, atendimento domiciliar e também com palestras e workshops voltados à atuação do acompanhante terapêutico (AT), professor e pai.

Referências:

ATKISON, Rita L. Introdução à psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
CLONINGER, Susan. Teorias da personalidade. Trad. Claudia Berliner. 1ª ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1999.
HALL, Calvin S.; LINDZEY, Gardner; CAMPBELL, John. Teorias da Personalidade. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora. 2000.