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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Principais Comportamentos de uma Pessoa com Transtorno de Personalidade Antissocial


Principais Comportamentos de uma Pessoa com Transtorno de Personalidade Antissocial
(Tempo de leitura: 8 - 16 minutos)

Resumo: Neste artigo, pretende-se abordar os principais comportamentais de pessoas com transtorno da “Personalidade Antissocial”. O trabalho apresenta uma breve revisão teórica dos conceitos e características comportamentais, utilizando-se de uma literatura direcionada aos comportamentos que surgem nos sujeitos portadores deste transtorno.
Palavras-chave: Transtorno da Personalidade Antissocial, Terapia Cognitiva, Características Comportamentais de um Antissocial.

1. Introdução

O tema que será abordado nos leva a pensar o quanto a mente humana é misteriosa e instigante para estudos que se estendem há séculos e possivelmente seguirão por anos a fio. A personalidade de um ser humano é constituída de características peculiares e se desenvolve para os traços biopsicossociais, possibilitando conceituar a unicidade do ser. As características, que se aprimoram por toda a vida, dependerão das estimulações que recebem dos contextos vivenciados pelo sujeito.
O presente artigo faz uma abordagem panorâmica do transtorno antissocial que algumas pessoas desenvolvem nos vários setores da sociedade, e que, talvez em função do comportamento de dissimulação, característica própria do transtorno, é frequentemente negligenciado nas relações humanas.
O artigo apresenta uma breve visão dos comportamentos da psicopatia e em sua conclusão destaca a necessidade e a importância do cuidado de quem convive e necessita manter contatos com um psicopata.
Neste artigo pretende-se conceituar o que é psicopatia e sociopatia, apresentando as características peculiares dos transtornos, dando ênfase em como foi se instalando ao longo do tempo, as crenças profundas, os pensamentos e os comportamentos desenvolvidos pelo sujeito.
A percepção e os processos psicológicos de um psicopata são diferentes das outras pessoas, estes entendem o mundo ao seu redor de forma egocêntrica e egoísta, importando somente em satisfazer os seus desejos instintivos. A sua motivação é intensa na direção e persistência, com vistas à realização de uma determinada meta, mesmo que seja atropelando as pessoas a sua volta.
Neste raciocínio, o psicopata desenvolve sua personalidade com refinamento da inteligência racional, desenvolvendo habilidades em determinada área, com o intuito de dominar e fazer desta estratégia o uso do poder para se sobressair diante dos outros.
Na Psicologia, o estudo da personalidade começou a ser expressivamente estruturado na década de 1930, por meio das proposições de Gordon Allport, sendo que seu livro Personality: a psychological interpretation (Allport, 1937) oficializou o marco inicial do estudo da personalidade na ciência psicológica.
A personalidade como "a ordenação dinâmica daqueles sistemas psicofísicos que, no indivíduo, determinam as suas adaptações singulares ao meio ambiente", sublinhando-se assim, que a personalidade é "menos um processo acabado do que um processo progressivo". "Ela possui, sem dúvida alguma, características estáveis, mas encontra-se sujeita a modificações constantes" (Allport, 1937 p. 347).
Segundo observações clínicas por vários estudiosos, caracteriza-se como psicopata, um conjunto de comportamentos apresentados por uma personalidade fria, calculista e sem medo de ofender as outras pessoas. Observa-se também no comportamento, falta de autocontrole emocional e comportamental, falta de empatia, irresponsabilidade, impulsividade, dificuldade para estabelecer vínculos interpessoais por congelamento afetivo, falta de preocupação com os compromissos, ausência de remorso, procura de aventuras sensacionalistas e comportamento antissocial sem necessariamente cometer um delito (Hare, 1973, p.41).
Por conseguinte, Keysers, Rochele Kothe (p. 36), descrevem a empatia como uma conveniência comportamental:
[...] aparentemente, a empatia, para a maioria de nós, é um padrão. Se virmos uma vítima, partilhamos da sua dor. Para os criminosos psicopatas, a empatia parece ser uma atividade voluntária. Se eles quiserem, eles podem ter empatia, o que explicaria como eles podem ser tão charmosos e tão manipuladores. Uma vez que seduzem alguém, a empatia pode ir embora. Livres de restrições desse sentimento, nada pode impedi-los de usarem a violência. 
A psicopatia, assim como a sociopatia, geralmente começa a surgir na infância e na adolescência, mas o diagnóstico é fechado por volta dos 18 anos. O comportamento padrão é de desrespeito às normas sociais e às pessoas próximas. Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM IV), classificação dos transtornos mentais feita pela Associação Americana de Psiquiatria, a pessoa que desenvolve o transtorno da personalidade antissocial tem como características principais o engodo e a manipulação. É um transtorno que afeta mais o sexo masculino, com possíveis influências genéticas. São indivíduos extremamente inteligentes na racionalidade, com certo entorpecimento na inteligência emocional, argumentativos, sedutores, charmosos e utilizam-se desta estratégia como mecanismos de sobrevivência para manter o lado sádico de sua personalidade.
Um sociopata é guiado por comportamentos considerados desviantes ou impróprios e até mesmo perversos em alguns casos, podendo assim causarem sofrimentos, enquadrados em ambos aspectos, para si mesmo e para a sociedade.
“Chamamos personalidades psicopáticas certos indivíduos que, sem perturbação da inteligência, inobstante não tenham sofrido sinais de deterioração, nem de degeneração dos elementos integrantes da psique, exibe através de sua vida intensos transtornos dos instintos, da afetividade, do temperamento e do caráter, mercê de uma anormalidade mental definitivamente pré-constituída, sem, contudo, assumir a forma de verdadeira enfermidade mental” (Croce; Croce Júnior, 2012, p. 666).
Geralmente a pessoa que desenvolve o transtorno antissocial, recebe uma pressão da sociedade, comunidade, familiares, professores ou dos cônjuges para que busque tratamento, devido a comportamentos indevidos ou relacionamentos interpessoais estressantes. Essa imposição também pode acontecer no trabalho e nas penitenciárias, porque, em muitos casos, a liberdade condicional dependerá do engajamento na psicoterapia.
Essas pessoas criam problemas para a sociedade, já que o transtorno é um padrão de desrespeito e violação aos direitos alheios (American Psychiatric Association, 2000, p.685).
“Mesmo que a psicopatia seja considerada uma patologia social (pelo sociólogo), ética (pelo filósofo), de personalidade (pelo psicólogo), educacional (pelo professor), do ponto de vista médico (psiquiátrico) ela não parece configurar uma doença no sentido clássico, sendo que atualmente há uma tendência universal de considerar os psicopatas como plenamente capazes de entender o caráter lícito ou ilícito dos atos que pratica e de dirigir suas ações (Trindade; Beheregaray; Cuneo, 2009)”.

2. Metodologia

O artigo foi desenvolvido com pesquisa bibliográfica, utilizando SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e outros artigos sobre o tema transtorno de personalidade Antissocial. Desse modo, presente estudo possui caráter descritivo, resumido com informações retiradas por meio de livros e periódicos de embasamento teórico, técnico-científico que se baseiam em saúde mental, em específico a psicopatologia do “Transtorno da Personalidade Antissocial”.

3. Sociopatia e a Teoria Cognitiva

A sociopatia é um transtorno da personalidade descrito no manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5) como “transtorno de personalidade antissocial”. Esse distúrbio é definido como “uma condição mental na qual uma pessoa tem um padrão prolongado de manipulação, exploração ou violação dos direitos de outras pessoas”, segundo a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
Os axiomas formais da teoria cognitiva postulados por Beck (2000) são: a psicopatologia resulta de significados mal adaptativos construídos em relação ao self, ao contexto ambiental (experiência), e ao futuro (objetivos), que juntos são denominados de tríade cognitiva. Na raiva e no transtorno antissocial, o self é visto como sendo maltratado ou abusado pelos outros, e o mundo é visto como injusto e em oposição aos interesses da pessoa. A especificidade do conteúdo cognitivo está relacionada desta maneira a tríade cognitiva. Há dois níveis de significado: (a) o significado público ou objetivo de um evento, que pode ter poucas implicações significativas para um indivíduo; e (b) o significado pessoal ou privado. O significado pessoal, ao contrário do significado público, inclui implicações, significação, ou generalizações extraídas da ocorrência do evento. O nível de significado pessoal corresponde ao conceito de "domínio pessoal".
Neste sentido, o self se vê como solitário, autônomo e forte. Alguns se veem como maltratados pela família e sociedade e, portanto, faz sentido abusar e transgredir as normas e valores sociais. Geralmente, a visão que se tem dos outros é que eles são exploradores e merecem serem explorados ou que são subservientes e merecer serem vítimas. Seguindo este raciocínio, o sociopata ataca para não ser atacado e explora para não ser explorado. A principal crença desenvolvida pela sociopata é a seguinte: “eu tenho que atacar para não ser atacado”.
O comportamento observável do sociopata na sociedade se estende para a mentira, trapaça e enganação dos outros abertamente, sempre utilizando a sedução como estratégia para manipulação, para em sequência explorá-las e enganá-los.

4. Critérios Diagnósticos do Transtorno Antissocial

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5), as pessoas com transtorno de personalidade antissocial se caracterizam pelos seguintes critérios:
Pelo DSM-V
Critérios diagnósticos pelo DSM-V (Código: 301.7)
  • A. Um padrão perversivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde a adolescência, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
  1. Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos éticos e legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de reprovação social ou detenção (crimes);
  2. Impulsividade predominante ou incapacidade em seguir planos traçados para o futuro;
  3. Irritabilidade e agressividade, indicadas por histórico constante de lutas corporais ou agressões verbais violentas;
  4. Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
  5. Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
  6. Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter manipulado, ferido, maltratado ou roubado outra pessoa;
  7. Tendência para enganar e à falsidade, indicada por mentir compulsivamente, distorcer fatos ou ludibriar os outros para obter credibilidade, vantagens pessoais ou prazer;
  • B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
  • C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
  • D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Transtorno Bipolar.
Portanto, no diagnóstico do transtorno de sociopatia o indivíduo necessita ter no mínimo 18 anos de idade e preencher três dos critérios citados acima em um período de tempo considerado.

5. Características do Comportamento de um Sociopata

O sociopata não consegue desenvolver empatia nas relações humanas, ao contrário, o seu comportamento é vazio emocionalmente, frio e muitas vezes cruel. A arrogância se faz presente e a autossuficiência em seus investimentos comportamentais. Não considera o outro em seus projetos pessoais, sociais e de trabalho, e o seu lado narcisista impera diante da comunidade em que vive. Não se submete a qualquer investimento para não frustrar o seu ego, portanto, o seu investimento pessoal no campo da razão é intenso, justamente para não se submeter em ocupações que não merecem destaque na sociedade.
Seu papel de caçador de vítimas se estende para os vários setores da sociedade e a estratégia comportamental é a obstinação, a vaidade e a sedução de forma generalizada para explorar os relacionamentos e satisfazer o seu eu. Hare (2009), considerado a maior referência no assunto e autor do diagnóstico de psicopatia, cita:
“Eles andam pela sociedade como predadores sociais, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis, deixando carteiras vazias por onde passam”.
Vimos que uma pessoa que não demonstra empatia pelos outros merece muita atenção e cuidado nas relações humanas porque o seu interesse com a qualidade de vida do outro não existe. A pessoa com o transtorno antissocial possui baixa tolerância à frustração e muita impulsividade no comportamento, responsabiliza os outros e tenta intelectualizar suas condutas antiéticas. São egocêntricas e egoístas, não respeitam a individualidade do outro e não desenvolvem lealdade e solidariedade. Quanto aos seus projetos pessoais e profissionais, são desorganizadas e cheio de conflitos interpessoais por falsidade, calúnia e distorções de ideias das pessoas.
Segundo estudos realizados e publicados pela psiquiatra, Dra. Ana Beatriz B. Silva (2010, p. 44):
Os psicopatas têm total ciência dos seus atos (a parte cognitiva ou racional é perfeita), ou seja, sabem perfeitamente que estão infringindo regras sociais e por que estão agindo dessa maneira. A deficiência deles (e é aí que mora o perigo) está no campo dos afetos e das emoções. Assim, para eles, tanto faz ferir, maltratar ou até matar alguém que atravesse o seu caminho ou os seus interesses, mesmo que esse alguém faça parte de seu convívio íntimo. Esses comportamentos desprezíveis são resultados de uma escolha, diga-se de passagem, exercida de forma livre e sem qualquer culpa.
Segundo Farrington (2005), a definição de psicopatia sintetizada e utilizada nas pesquisas atuais é derivada das contribuições teóricas, originalmente propostas sobre o constructo e embasada em estudos empíricos. Envolve três importantes dimensões, além dos comportamentos antissociais em si, assim caracterizadas:
  1. Um estilo interpessoal enganador e arrogante, incluindo desinibição ou charme superficial, egocentrismo ou um senso grandioso de autoestima; mentira, trapaça, manipulação e enganação.
  2. Experiência afetiva deficiente, com pouca capacidade de sentir remorso, culpa e empatia; uma consciência fraca, insensibilidade, afeto superficial e falha em aceitar responsabilidade pelas ações (utilizando-se de negação, desculpas, etc.).
  3. Um estilo de comportamento impulsivo ou irresponsável, incluindo tédio, busca contínua por emoção, falta de metas em longo prazo, impulsividade, falha em pensar antes de agir e um estilo de vida parasita (tais como: dívidas, hábitos de trabalho insatisfatórios).
Pessoas com transtornos de personalidade antissocial são mentirosas e trapaceiam com facilidade e sem remorso. Conseguem manipular até mesmo quem estiver próximo para satisfazer o seu ego. São promíscuos na sexualidade e podem até maltratar animais sem piedade. São capazes de começar a participar de alguns grupos sociais, como por exemplo, religião, escola, clubes recreativos, justamente para ficar próximo às suas vítimas.

6. A Emoção de um Sociopata

Os sociopatas são absolutamente racionais, agem conforme os seus interesses, são frios em relação aos afetos. Hare (2009) cita:

Um psicopata ama alguém da mesma forma como eu, digamos, amo meu carro – e não da forma como eu amo minha mulher. Usa o termo amor, mas não o sente da maneira como nós entendemos. Em geral, é um sentimento de posse, de propriedade. Se você perguntar a um psicopata por que ele ama certa mulher, ele lhe dará respostas muito concretas, tais como “porque ela é bonita”, “porque o sexo é ótimo” ou “porque ela está sempre lá quando preciso”. As emoções estão para o psicopata assim como está o vermelho para o daltônico. Ele simplesmente não consegue vivenciá-las.
Silva (2008, p. 12) cita seu posicionamento a respeito dos psicopatas, expressando a respeito dos seus sentimentos:
”Os psicopatas em geral são indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício”.

7. Sociopatia e Psicopatia

Segundo o pesquisador Robert Hare, a diferença entre a sociopatia e psicopatia está ligada diretamente ao início que o transtorno se apresenta. Para ele, a sociopatia começa no meio ambiente, isto é, na sociedade, onde o indivíduo começa a cometer alguns delitos.
A psicopatia é diferente, possui ligação de fatores biológicos, genéticos e socioambientais. O indivíduo possui um traço inerente na personalidade com a junção desses fatores, formando a sua essência de personalidade, independente das influências do meio em que vive. Portanto, a sociopatia pende mais para as questões ambientais e a psicopatia para as questões genéticas próprio do indivíduo.
Robert Hare (2009):
 "É enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos - os psicopatas - as regras sociais não são uma força limitante, e a ideia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e inconveniente". 

8. Psicoterapia

Segundo estudos desenvolvidos pela Psicologia , a psicoterapia mais indicada para tratar pessoas com transtorno de personalidade antissocial, é a Terapia Cognitivo-Comportamental. Constatou-se que pacientes submetidos a esta psicoterapia tiveram uma melhora em seus impulsos primitivos e passaram a pensar mais nas consequências de seus atos. Os pesquisadores alegam que a personalidade não mudou, porém, a reincidência caiu de 40 a 52% para 20 e 33% com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional.

9. Conclusão

Fica evidente que o tema abordado é muito complexo, requer um olhar cuidadoso dos psiquiatras e psicólogos clínicos para compreender e auxiliar indivíduos que desenvolveram o transtorno antissocial com o intuito de minimizar as consequências, auxiliando a sociedade a ficar alerta quanto a gravidade do mesmo. Nota-se, pelos estudos desenvolvidos, que por trás de toda atitude, existe uma intenção para satisfazer uma mente egoísta e egocêntrica.
Muito ainda se tem a compreender sobre psicopatia, sociopatia e os transtornos antissociais. Para isso, faz-se necessário desenvolver diagnósticos, prognósticos, tratamentos e continuar com trabalhos de pesquisa, estimulando novos pesquisadores. Com este estudo, ficou evidente que os investimentos necessitam ser intensificados, não somente na teoria, mas na prática clínica, a fim de proporcionar reestruturação psicológica, melhorando os indivíduos com este transtorno e alertando a sociedade para casos graves, com possibilidade de comportamentos psicopatológicos e delituosos.
Nota-se que, para alguns casos, o indivíduo com transtorno antissocial necessita colocar em prática os seus mais sórdidos desejos irracionais para a satisfação de um sadismo perverso. Os psicólogos merecem ficar atentos quanto ao diagnóstico, prognóstico e tratamento, sempre instrumentalizando sua ação com a humildade de buscar mais estudos, para compreender melhor esse tipo de personalidade.

Sobre o Autor:

Referências: 

American Psychiatric Association (APA). Psychiatric Diagnosis and the Diagnostic Statistical Manual of Mental Disorders (Fourth Edition – DSM-IV). Fact Sheet. 1997;1-4.
ALLPORT, G. W. (1937). Personality: a psychological interpretation. New York: Holt.
AZEREDO, S. D. Pressupostos da Terapia Cognitiva no Processo de Entendimento da Personalidade. 2002 disponivel em: http://www.saude.unisinos.br
CROCE, D. J, Delton C. Manual de Medicina Legal.8. ed. São Paulo: desarava, 2012. 
CAVALCANTI, Ana Elizabeth. Pequena história da psiquiatriaGrandes temas do conhecimento - Psicanálise, São Paulo: Mythos Editora. Edição nº 61.
FARRINGTON, D. P. (2005). The importance of child and adolescent psychopathy. Journal of Abnormal Child Psychology, 33(4), 489-497.
HARE, Robert. Psicopatia, Teoria e Pesquisa. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos S/A, 1973.
KAPLAN, H. B.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria: Ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
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SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. Ed. de bolso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
TRINDADE, Jorge. Psicopatia – A máscara da justiça/Jorge Trindade, Andréa
BEHEREGARAY, Mônica Rodrigues Cuneo. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009