PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

domingo, 31 de maio de 2015

Você tem ideia das "brincadeiras" que seus filhos estão realizando na escola, com a ajuda de um  celular?


30/05/2015 13h38 - Atualizado em 30/05/2015 16h02
Em RR, alunos passam mal após 'Charlie Charlie' e são levados à igreja
Caso ocorreu nessa sexta (29) na zona Oeste de Boa Vista.
Samu foi acionado mas disse não ser 'competente' para socorro, diz PM.
Inaê BrandãoDo G1 RR


 Adolescentes passaram mal após fazerem
brincadeira 'Charlie Charlie'
(Foto: Reprodução/Vine/Salvador Raya)
Quatro adolescentes foram levados a uma igreja pela Polícia Militar nessa sexta-feira (29), após passarem mal depois de fazerem a brincadeira 'Charlie Charlie'. De acordo com a polícia, os estudantes brincavam em um terreno baldio em frente da Escola Estadual Doutor Luiz Rittler Brito de Lucena, no bairro Nova Cidade, zona Oeste de Boa Vista, quando começaram a sentir um mal-estar. Ao todo, seis viaturas foram deslocadas para atender a ocorrência.
Um policial, que preferiu não se identificar, contou ao G1 que uma equipe foi informada pela população de que estava ocorrendo uma confusão na escola. Chegando no local, os policiais se depararam com uma aluna que afirmava estar com dores no estômago.
"Quando a primeira viatura chegou tinha somente uma menina sentindo um mal-estar na barriga. O colega pediu para ver o que estava acontecendo e ela caiu. Logo em seguida outros dois caíram e começou aquele desespero", relatou o policial.
A polícia só entendeu o que estava acontecendo quando outro aluno mostrou um vídeo onde os adolescentes apareciam brincando de 'Charlie Charlie'. "Os colegas pediram apoio policial enquanto outras pessoas iam desmaiando e esperneando. Os alunos se batiam e se jogavam nas paredes e nas árvores. Ficavam falando palavras com vozes pesadas e os olhos reviravam. Parecia que tinha alguma coisa dentro deles que girava por conta própria", detalhou.
Sem poder controlar os estudantes, o Polícia Militar informou que a primeira providência foi acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Eles relataram o acontecido, mas foram informados que 'esse tipo de serviço não era de competência deles [Samu]'. Diante disso, um dos policiais apresentou a ideia de levar os adolescentes a uma igreja.
"Muita gente estava em transe naquele momento, cerca de oito pessoas, mas conduzimos somente as que estavam em estado mais grave, que eram quatro estudantes". Segundo o policial, os adolescentes tinham entre 14 e 15 anos de idade.
Depois de passarem por três igrejas que estavam fechadas, os policiais encontraram uma igreja aberta na rua Estrela Dalva, no bairro Raiar do Sol. "Fiz contato com o pastor que orou na cabeça de cada um e logo em seguida chegou mais uma jovem que também estava brincando, tinha melhorado, mas acabou desmaiando no caminho de casa".
saiba mais
Charlie Charlie se torna nova mania de invocar fantasmas nas redes sociais
Charlie Charlie passa de invocação de espírito a piada nas redes sociais
Alunos alegam mal-estar após 'Charlie Charlie', e escola no AM convoca pais
Ainda conforme relatos do policial, um dos policiais militares chegou a passar mal também. "Ele tem um conhecimento religioso e como tinha um rapaz lá que desafiava muito, fazia gestos, falava e gritava, ele resolveu tentor acalmar. Quando conseguiu e saiu de perto do rapaz, também ele sentiu algo tomando conta do corpo dele", contou, afirmando que o policial foi atendido pelo pastor e se sentiu melhor.
Cerca de 3 horas após o início da ocorrência a situação começou a ser controlada. Depois de se sentirem melhor, os adolescentes foram levados individualmente para suas casas. "Conversamos com os responsáveis de todos e explicamos o que havia acontecido", disse.
'Experiência mais difícil que já passei', diz policial
Em 25 anos de serviço na Polícia Militar, o policial afirmou que esta foi a experiência mais complicada e diferentes que já teve que enfrentar durante a vida profissional.
"Essa noite foi bem complicada. Quando a gente passa por uma situação dessa acaba ficando abalado. Nessa noite quando eu ia dormir, fechava os olhos e vinha aquela imagem na cabeça. Trabalho como policial há 25 anos e essa foi a experiência mais difícil que já passei. Estamos preparados para um tipo de situação e quando envolve uma outra coisa, principalmente com a parte espiritual, a gente fica um pouco perdido", disse.
'Histeria em massa', afirma psicóloga
A psicóloga Gabriela Matias explicou que o acontecido pode ser explicado pelo fenômeno da 'histeria em massa'. "É uma reação em massa. Um deles viu o outro passar mal e aquilo reverberou em todos.Todo mundo espera que aconteça e todos os envolvidos sentem alguma coisa", esclareceu.
Segundo Gabriela, a psicologia da religião explica que esses fenômenos podem acontecer de acordo com a crença da pessoa. "Elas estavam querendo, estavam esperando e desejando aquilo. Eles estavam tão esperançosos que tivesse um espírito e que o espírito fosse falar", comentou.
Sobre a orientação que deve ser dada aos jovens, a psicóloga recomendou que o interessante é não brincar com o que a gente não conhece.
"Se você quer saber sobre espíritos, você deve estudar, pegar um livro de Allan Kardec e estudar. A internet nos oferece várias informações. Claro que é importante saber dosar o que é verdade e o que é mentira, mas tem sites sérios", orientou a psicóloga.
Atendimento do Samu
Em nota, o Samu de Boa Vista informou que a denúncia de que a instituição deixou de ir ao local é improcedente. De acordo com a nota, uma unidade de Suporte Básico foi encaminhada à escola e um técnico em enfermagem e um socorrista aferiram, em todos os envolvidos, a pressão arterial e fizeram a saturação de oxigênio.

Após a verificação, os profissionais constataram que o caso se tratava de uma histeria coletiva, na qual a resposta do organismo de alguns adolescentes está mais propícia a causar desmaios. "O Samu enfatiza que, somente após todos terem sido observados, houve a liberação dos adolescentes, ocorrida na própria escola, pois não se tratava de um caso grave", informou a nota.


Olá para todos que me seguem nesse site!Aguardo seus comentários...


A DOR EMOCIONAL DA EXCLUSÃO NO GRUPO


Continuando nosso tema sobre grupos, hoje atendi um pré-adolescente, classe média que estuda num colégio também de classe média porém, tem colegas cuja condição financeira é superior a dele. Como se trata de uma criança que já atendo há 5 anos. Cujo diagnóstico é dislexia de desenvolvimento. Tem demonstrado excelentes resultados na leitura, interpretação e principalmente na escrita.  Considerando o grau de exigência da escola que estudo, e, considerando o apoio familiar completamente voltado para o desenvolvimento e superação dessa dificuldade, poder-se-ia afirmar categoricamente que esse cliente está em processo de pleno desenvolvimento cognitivo, psicomotor, restando apenas uma melhor atuação no setor psicoemocional.
Excepcionalmente nessa semana ele foi “excluído” de um convite do seu grupo de trabalho escolar para festejar o sucesso de uma apresentação na escola. Ele tem consciência de que fez o seu papel no grupo. Tem um convívio bom com todos os componentes. Acredita que a apresentação foi boa....porém, não conseguiu compreender o porque que um dos componentes do grupo que convidou todos para ir a sua casa para brincar e festejar o trabalho, o excluiu!
Considerando que trata-se de um pré-adolescente que ainda apresenta comportamento bastante imaturos emocionalmente , é muito “mimado” pelos pais, é extremamente introspectivo e extremamente sugestionável.  Importante ressaltar que nesse caso não se trata de bullying.(*).  Trata-se de  um pré-adolescente que faz parte de um grupo (amplamente conhecido) que foi excluído de um momento de confraternização fora do ambiente escolar.
Diante dessa situação, considerando o que você  já compreende sobre o trabalho de grupo seja o familiar, o escolar, e futuramente o profissional, qual a sua opinião?

OBS. (*) para lembrar o significado do termo:
Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência dobullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos nobullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

In: http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm