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domingo, 31 de maio de 2015

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A DOR EMOCIONAL DA EXCLUSÃO NO GRUPO


Continuando nosso tema sobre grupos, hoje atendi um pré-adolescente, classe média que estuda num colégio também de classe média porém, tem colegas cuja condição financeira é superior a dele. Como se trata de uma criança que já atendo há 5 anos. Cujo diagnóstico é dislexia de desenvolvimento. Tem demonstrado excelentes resultados na leitura, interpretação e principalmente na escrita.  Considerando o grau de exigência da escola que estudo, e, considerando o apoio familiar completamente voltado para o desenvolvimento e superação dessa dificuldade, poder-se-ia afirmar categoricamente que esse cliente está em processo de pleno desenvolvimento cognitivo, psicomotor, restando apenas uma melhor atuação no setor psicoemocional.
Excepcionalmente nessa semana ele foi “excluído” de um convite do seu grupo de trabalho escolar para festejar o sucesso de uma apresentação na escola. Ele tem consciência de que fez o seu papel no grupo. Tem um convívio bom com todos os componentes. Acredita que a apresentação foi boa....porém, não conseguiu compreender o porque que um dos componentes do grupo que convidou todos para ir a sua casa para brincar e festejar o trabalho, o excluiu!
Considerando que trata-se de um pré-adolescente que ainda apresenta comportamento bastante imaturos emocionalmente , é muito “mimado” pelos pais, é extremamente introspectivo e extremamente sugestionável.  Importante ressaltar que nesse caso não se trata de bullying.(*).  Trata-se de  um pré-adolescente que faz parte de um grupo (amplamente conhecido) que foi excluído de um momento de confraternização fora do ambiente escolar.
Diante dessa situação, considerando o que você  já compreende sobre o trabalho de grupo seja o familiar, o escolar, e futuramente o profissional, qual a sua opinião?

OBS. (*) para lembrar o significado do termo:
Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência dobullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos nobullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

In: http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm

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