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sábado, 11 de janeiro de 2020

IMPORTÂNCIA DO CARINHO DE MÃE


O que ocorre no cérebro do bebê ao reconhecer a mãe? Exame revela

Ressonância magnética descobriu também que o cérebro dos bebês pode ser mais parecido com o dos adultos do que se imagina


Foto: Divulgação/MIT
Foto: Divulgação/MIT
Imagens de uma ressonância magnética feita no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, em 2015, viralizaram recentemente. Isso porque o exame capturou o que acontece no cérebro de um bebê no momento exato em que ele reconhece sua mãe.A ressonância foi feita com a neurocientista Rebecca Saxe, e seu filho quando tinha dois meses.
Na imagem, foi possível ver que o beijo no bebê causou uma explosão de ocitocina, o hormônio do amor. O carinho também liberou vasopressina, que liga as mães com bebês, e serotonina, o hormônio do prazer, que ajuda a regular o humor.

Cérebro dos bebês

O que parecia ser apenas uma imagem encantadora era parte de um estudo maior. "No meu laboratório, no MIT, usamos a ressonância magnética para observar o fluxo sanguíneo no cérebro das crianças. Lemos as histórias e observamos como a atividade cerebral muda em relação ao ambiente. Ao fazer isso, estamos investigando como as crianças reagem sobre os pensamentos de outras pessoas", explica Rebecca em seu artigo
Para essa pesquisa, os cientistas examinaram 17 bebês de 4 a 6 meses por 26 horas e descobriram que o córtex visual, parte do cérebro que processa todas as informações visuais, enfrenta o mesmo processo que os adultos. Isso sugere que essas funções cerebrais se formam durante os primeiros meses de vida.
Para escanear as reações cerebrais dos bebês, os pesquisadores mostravam a eles vídeos de crianças sorrindo ou cenas ao ar livre. As descobertas revelaram que muitas regiões do cérebro dos bebês mostravam a mesma preferência por cenas ou rostos, assim como no do adulto.

Importância do carinho para o cérebro dos bebês
Segundo uma pesquisa realizada pelo National Children's Hospital, crianças que recebem abraços e colo têm uma melhor resposta neurais a estímulos externos do que crianças que têm poucas interações afetivas com os seus pais.
Quando você abraça e demonstra carinho por seu filho, você o ajuda a ter mais confiança em si mesmo. Além disso, ao expressar afeto ao pequeno, você o faz sentir amado e acolhido, o que traz inúmeros benefícios para sua saúde física e emocional.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

CONTROVÉRSIA: ENDOCRINOLOGIA X CURA DO DIABETE TIPO 2


O que é Cirurgia Metabólica?
Home » blog » O que é Cirurgia Metabólica?

Talvez você nunca tenha ouvido falar da cirurgia metabólica, pois este é um procedimento relativamente novo, mas pode ter certeza que você ainda vai ouvir falar muito dela.
Através da cirurgia metabólica é possível controlar até cinco doenças:
1.     Hipertensão;
2.     Obesidade;
3.     Colesterol;
4.     Esteose Hepática;
5.     Diabetes.
O Que é Cirurgia Metabólica?
cirurgia metabólica é um tratamento seguro, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e indicado para o tratamento de pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 30, que não estão obtendo sucesso no controle de doenças associadas à obesidade, especialmente o diabetes tipo 2.
Ela foi incorporada há cerca de 10 anos e, nesse curto espaço de tempo, ajudou milhares de pessoas a tratar o diabetes tipo 2 mal controlado.
Mas o que faz da cirurgia metabólica um procedimento fundamental nos dias de hoje?
Diabetes Tipo 2: Uma Epidemia Silenciosa
Existem hoje 14 milhões de pessoas com diabetes tipo 2 do Brasil. Um número que, segundo alguns especialistas, tende a aumentar com o passar dos anos. 
Por ser uma doença que na sua fase inicial não apresenta sintomas, grande parte das pessoas não sabe que tem diabetes tipo 2.
Nesse caso, o diagnóstico só é realizado quando são feitos exames de glicemia de jejum, uma curva glicêmica ou um exame de hemoglobina glicada. Infelizmente, muitas vezes, quando os primeiros sintomas do diabetes aparecem, o paciente já está numa fase mais avançada da doença ou até com complicações.
Esse fato pode ser motivo de diversos problemas de saúde, alguns muito graves, como a perda de visão e problemas vasculares.
Por isso mesmo, um clínico geral, um cardiologista ou um endocrinologista, sempre que avaliam um paciente de meia idade, investigam e pedem exames de glicemia.
Um outro problema é que, por ser uma doença crônica, o diabetes precisa de controle constante e de acompanhamento regular de um endocrinologista, um clínico ou um cardiologista.
No entanto, devido a uma série de motivos que abordaremos adiante, uma grande parcela da população não consegue controlar a doença da forma adequada, permitindo, assim, a evolução do diabetes.
O que fazer para evitar que um número tão grande de pessoas com diabetes tipo 2 não controlado minimizem as chances de ter uma complicação do diabetes?
Cirurgia Bariátrica e Metabólica: Semelhanças e Diferenças
Muita gente ainda confunde a cirurgia bariátrica com a cirurgia metabólica.
Mas, afinal, qual é a diferença entre elas?
Nesse vídeo, o Dr. Marcos Leão Vilas-Bôas, presidente de Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – SBCBM, explica as diferenças entre os dois procedimentos.
Quando se fala de cirurgia metabólica, é importante entender a sua relação com a cirurgia bariátrica. São procedimentos muito similares, porém, com objetivos diferentes.
Enquanto a cirurgia bariátrica tem como objetivo principal a redução do peso, a cirurgia metabólica tem como meta o tratamento do diabetes e de outras doenças associadas à obesidade, como a hipertensão (pressão alta), a dislipidemia (colesterol ou triglicérides alterado), a esteatose hepática (gordura no fígado), a esofagite (refluxo gastroesofágico) ou a apneia do sono.
Portanto, quando falamos de cirurgia bariátrica estamos nos referindo a um procedimento cirúrgico que tem como foco principal a redução do peso, mas que também vai melhorar as doenças associadas à obesidade.  
Por outro lado, a cirurgia metabólica é um tratamento que mira principalmente no controle do diabetes tipo 2, quando os parâmetros de controle indicam a progressão da doença e a pouca eficácia do tratamento à base de remédios, dieta e exercícios.
Mas, se as duas cirurgias são tão parecidas, por que elas tem nomes diferentes?
Para entender essa questão, precisamos primeiro falar sobre a cirurgia bariátrica.
Cirurgia Bariátrica: Tratamento da Obesidade
A cirurgia bariátrica, também chamada de cirurgia da obesidade ou cirurgia de redução de estômago, é um procedimento cirúrgico com o objetivo de reduzir a obesidade grave ou obesidade mórbida, assim como melhorar as doenças associadas ao excesso de gordura corporal em pessoas com IMC elevado.
A cirurgia bariátrica já é bem conhecida do público, pois foi introduzida no mundo há mais de 50 anos e é muito utilizada no Brasil há mais de 20 anos. A imagem da cirurgia bariátrica está bem sedimentada, pois é a principal e mais eficiente forma de controle da obesidade severa, sendo realizadas mais de 100 mil cirurgias por ano, só no Brasil. Assim como a cirurgia para tratar o diabetes, a cirurgia da obesidade é segura e eficaz para promover a perda de peso, e é também referendada pelo Conselho Federal de Medicina.
Cirurgia Metabólica: Tratamento do Diabetes
O conceito de cirurgia metabólica é mais recente, tendo sido estabelecido há pouco mais de dez anos. Ele surgiu a partir de constatações importantes realizadas pela comunidade médica.
O que se percebeu foi que as pessoas submetidas à cirurgia bariátrica obtinham diversos benefícios para a saúde, além da esperada perda de peso, especialmente nos pacientes com diabetes.
Constatou-se que transformações endócrinas importantes ocorriam nos pacientes que realizavam a cirurgia bariátrica, resultando em uma melhora muito rápida nos níveis de açúcar na maioria das pessoas com diabetes, a ponto de muitas vezes não ser mais preciso usar antidiabéticos após a cirurgia.
Mas por que isso ocorria?
Benefícios da Cirurgia Metabólica
Como a diminuição do tamanho do estômago e a alteração na trajetória do alimento no aparelho digestivo estavam relacionadas com uma melhora no estado geral de saúde do paciente?
Os profissionais de saúde constataram que as transformações anatômicas realizadas pela cirurgia bariátrica provocavam o aumento significativo da quantidade de vários hormônios que atuam na regulação do açúcar e do metabolismo, além de controlar a fome e promover saciedade, provocando diversos efeitos benéficos no organismo.
Percebeu-se que, após a cirurgia bariátrica, havia uma diminuição dos hormônios associados à fome no estômago, ao mesmo tempo em que havia um incremento dos hormônios relacionados à saciedade no intestino.
Ou seja, além de ter uma diminuição significativa do desejo de comer, a pessoa se sentia satisfeita com muito menos comida!
Dentre os benefícios que podem ser atribuídos à mudança na secreção desses hormônios está o controle ou até mesmo a remissão de várias doenças potencialmente graves, como:
  • Diabetes;
  • Hipercolesterolemia;
  • Hiperuricemia;
  • Hipertensão;
  • Esteatose Hepática;
  • Síndrome dos Ovários Policísticos;
  • Parte da Síndrome Plurimetabólica.
Como essas mudanças atuam diretamente no metabolismo, a cirurgia passou a se chamar cirurgia metabólica
Controle do Diabetes
Apesar do progresso constante no tratamento clínico do diabetes tipo 2, por ser uma doença associada ao estilo de vida e necessitar de grande comprometimento por parte do paciente, o diabetes ainda é muito difícil de ser controlado.
Por esse motivo, a cirurgia metabólica é indicada para pessoas com diabetes tipo 2 que encontram dificuldades em controlar a doença. Essas pessoas são chamadas de diabéticos não controlados.
Os diabéticos não controlados são pessoas com diabetes tipo 2 que não conseguem manter os níveis de glicose no sangue dentro dos padrões desejados. Mas essas pessoas não se tornam diabéticos não controlados do dia para a noite. Geralmente, são muitas as tentativas fracassadas de controlar a doença.
Essas tentativas podem incluir diversos tipos de dietas, exercícios físicos e tratamentos clínicos, incluindo o uso de medicamentos injetáveis diariamente.
No entanto, muitas pessoas não conseguem obter os objetivos desejados seguindo esses métodos. A dificuldade em controlar o diabetes através do tratamento conservador pode ser motivo de frustração, fazendo com que muita gente abandone o tratamento.
Como o diabetes é uma doença progressiva, essa é uma atitude que coloca em risco a saúde da pessoa, pois a doença tende a evoluir para quadros mais graves.
Porém, existe ainda outro fator que dificulta a adesão ao tratamento: o custo do tratamento clínico para diabetes. Como é uma doença crônica, o uso regular de medicamentos pode se tornar financeiramente inviável para muitos pacientes.
Esse é mais um motivo que faz com que o diabetes tipo 2 não tenha a adesão necessária ao tratamento.
O que fazer, nesse caso?
Tipos de Cirurgia Metabólica
Existem diversos tipos de cirurgia que podem ser realizadas em pacientes com obesidade e doença metabólica/bariátrica, entretanto, para as pessoas com indicação puramente metabólica (IMC entre 30 e 35), apenas o Bypass Gástrico e a Gastrectomia Vertical são recomendados.
Bypass Gástrico é a modalidade mais praticada no Brasil, correspondendo a aproximadamente 75% das cirurgias realizadas. Trata-se de um procedimento criado há mais de 50 anos nos Estados Unidos e que ao longo do tempo sofreu adaptações e transformou-se no padrão ouro da cirurgia bariátrica.
Já a gastrectomia vertical, também conhecida como Sleeve, se caracteriza por transformar o estômago em um tubo com capacidade de 100 a 150 mililitros (ml), sem a necessidade de desvio do alimento do seu trajeto natural. É uma técnica mais recente, com cerca de 15 anos de história, que pouco a pouco ganhou a preferência de médicos e pacientes em todo o mundo, a ponto de ser o procedimento mais utilizado no mundo para o tratamento da obesidade.
A portaria do CFM determinou que o Bypass Gástrico deve ser a técnica de primeira escolha para indivíduos com IMC abaixo de 35, com o Sleeve sendo utilizado como segunda escolha. Ambas as técnicas podem ser realizadas através da videolaparoscopia, processo minimamente invasivo que utiliza microcâmeras e delicados instrumentos introduzidos no abdome por pequenas incisões.
A decisão pela videolaparoscopia é baseada em critérios de segurança e só pode ser tomada durante o ato operatório.
A laparoscopia oferece várias vantagens para o paciente:
  • Menos dor no pós-operatório;
  • Menor índice de infecção;
  • Rápido retorno às atividades laborais;
  • Menor incidência de hérnias incisionais;
  • Estética.
Quem Deve Fazer a Cirurgia Metabólica?
O grande diferencial da cirurgia metabólica é o fato desse procedimento alterar de forma benéfica a produção de hormônios relacionados à obesidade, favorecendo tanto a perda de peso como o tratamento e até mesmo a cura de diversas doenças endocrinológicas, como diabetes tipo 2, hipercolesterolemia, hiperuricemia e hipertensão.
A indicação de cirurgia deve ser feita por um cirurgião bariátrico e deve estar de acordo com os seguintes critérios:
  • Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 34,9 (mínimo);
  • Ter entre 30 e 70 anos de idade;
  • Tempo mínimo de doença de 2 anos;
  • Tempo máximo de doença de 10 anos – devido à dificuldade de remissão do diabetes após esse período. No entanto, mesmo os pacientes que não alcançam a remissão podem se beneficiar da redução dos níveis glicêmicos proporcionada pela cirurgia, reduzindo as chances de complicações futuras.
Conclusão
cirurgia metabólica é um procedimento reconhecido por mais de 50 sociedades médicas ao redor do mundo e aprovado pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de diabéticos não controlados com IMC acima de 30.
Ela é um tratamento seguro e eficaz para o diabetes tipo 2, que vem se somar à melhoria da alimentação e do estilo de vida, fundamentais para que o paciente mantenha os níveis glicêmicos dentro dos limites recomendados ao longo de toda a vida.
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ENTREVISTA
Conversamos com a endocrinologista Dra. Tarissa Beatrice Zanata Petry sobre a importância do controle do diabetes, as dificuldades em controlar
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IN: O que é Cirurgia Metabólica?

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Talvez você nunca tenha ouvido falar da cirurgia metabólica, pois este é um procedimento relativamente novo, mas pode ter certeza que você ainda vai ouvir falar muito dela.
Através da cirurgia metabólica é possível controlar até cinco doenças:
1.     Hipertensão;
2.     Obesidade;
3.     Colesterol;
4.     Esteose Hepática;
5.     Diabetes.
O Que é Cirurgia Metabólica?
cirurgia metabólica é um tratamento seguro, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e indicado para o tratamento de pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 30, que não estão obtendo sucesso no controle de doenças associadas à obesidade, especialmente o diabetes tipo 2.
Ela foi incorporada há cerca de 10 anos e, nesse curto espaço de tempo, ajudou milhares de pessoas a tratar o diabetes tipo 2 mal controlado.
Mas o que faz da cirurgia metabólica um procedimento fundamental nos dias de hoje?
Diabetes Tipo 2: Uma Epidemia Silenciosa
Existem hoje 14 milhões de pessoas com diabetes tipo 2 do Brasil. Um número que, segundo alguns especialistas, tende a aumentar com o passar dos anos. 
Por ser uma doença que na sua fase inicial não apresenta sintomas, grande parte das pessoas não sabe que tem diabetes tipo 2.
Nesse caso, o diagnóstico só é realizado quando são feitos exames de glicemia de jejum, uma curva glicêmica ou um exame de hemoglobina glicada. Infelizmente, muitas vezes, quando os primeiros sintomas do diabetes aparecem, o paciente já está numa fase mais avançada da doença ou até com complicações.
Esse fato pode ser motivo de diversos problemas de saúde, alguns muito graves, como a perda de visão e problemas vasculares.
Por isso mesmo, um clínico geral, um cardiologista ou um endocrinologista, sempre que avaliam um paciente de meia idade, investigam e pedem exames de glicemia.
Um outro problema é que, por ser uma doença crônica, o diabetes precisa de controle constante e de acompanhamento regular de um endocrinologista, um clínico ou um cardiologista.
No entanto, devido a uma série de motivos que abordaremos adiante, uma grande parcela da população não consegue controlar a doença da forma adequada, permitindo, assim, a evolução do diabetes.
O que fazer para evitar que um número tão grande de pessoas com diabetes tipo 2 não controlado minimizem as chances de ter uma complicação do diabetes?
Cirurgia Bariátrica e Metabólica: Semelhanças e Diferenças
Muita gente ainda confunde a cirurgia bariátrica com a cirurgia metabólica.
Mas, afinal, qual é a diferença entre elas?
Nesse vídeo, o Dr. Marcos Leão Vilas-Bôas, presidente de Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – SBCBM, explica as diferenças entre os dois procedimentos.
Quando se fala de cirurgia metabólica, é importante entender a sua relação com a cirurgia bariátrica. São procedimentos muito similares, porém, com objetivos diferentes.
Enquanto a cirurgia bariátrica tem como objetivo principal a redução do peso, a cirurgia metabólica tem como meta o tratamento do diabetes e de outras doenças associadas à obesidade, como a hipertensão (pressão alta), a dislipidemia (colesterol ou triglicérides alterado), a esteatose hepática (gordura no fígado), a esofagite (refluxo gastroesofágico) ou a apneia do sono.
Portanto, quando falamos de cirurgia bariátrica estamos nos referindo a um procedimento cirúrgico que tem como foco principal a redução do peso, mas que também vai melhorar as doenças associadas à obesidade.  
Por outro lado, a cirurgia metabólica é um tratamento que mira principalmente no controle do diabetes tipo 2, quando os parâmetros de controle indicam a progressão da doença e a pouca eficácia do tratamento à base de remédios, dieta e exercícios.
Mas, se as duas cirurgias são tão parecidas, por que elas tem nomes diferentes?
Para entender essa questão, precisamos primeiro falar sobre a cirurgia bariátrica.
Cirurgia Bariátrica: Tratamento da Obesidade
A cirurgia bariátrica, também chamada de cirurgia da obesidade ou cirurgia de redução de estômago, é um procedimento cirúrgico com o objetivo de reduzir a obesidade grave ou obesidade mórbida, assim como melhorar as doenças associadas ao excesso de gordura corporal em pessoas com IMC elevado.
A cirurgia bariátrica já é bem conhecida do público, pois foi introduzida no mundo há mais de 50 anos e é muito utilizada no Brasil há mais de 20 anos. A imagem da cirurgia bariátrica está bem sedimentada, pois é a principal e mais eficiente forma de controle da obesidade severa, sendo realizadas mais de 100 mil cirurgias por ano, só no Brasil. Assim como a cirurgia para tratar o diabetes, a cirurgia da obesidade é segura e eficaz para promover a perda de peso, e é também referendada pelo Conselho Federal de Medicina.
Cirurgia Metabólica: Tratamento do Diabetes
O conceito de cirurgia metabólica é mais recente, tendo sido estabelecido há pouco mais de dez anos. Ele surgiu a partir de constatações importantes realizadas pela comunidade médica.
O que se percebeu foi que as pessoas submetidas à cirurgia bariátrica obtinham diversos benefícios para a saúde, além da esperada perda de peso, especialmente nos pacientes com diabetes.
Constatou-se que transformações endócrinas importantes ocorriam nos pacientes que realizavam a cirurgia bariátrica, resultando em uma melhora muito rápida nos níveis de açúcar na maioria das pessoas com diabetes, a ponto de muitas vezes não ser mais preciso usar antidiabéticos após a cirurgia.
Mas por que isso ocorria?
Benefícios da Cirurgia Metabólica
Como a diminuição do tamanho do estômago e a alteração na trajetória do alimento no aparelho digestivo estavam relacionadas com uma melhora no estado geral de saúde do paciente?
Os profissionais de saúde constataram que as transformações anatômicas realizadas pela cirurgia bariátrica provocavam o aumento significativo da quantidade de vários hormônios que atuam na regulação do açúcar e do metabolismo, além de controlar a fome e promover saciedade, provocando diversos efeitos benéficos no organismo.
Percebeu-se que, após a cirurgia bariátrica, havia uma diminuição dos hormônios associados à fome no estômago, ao mesmo tempo em que havia um incremento dos hormônios relacionados à saciedade no intestino.
Ou seja, além de ter uma diminuição significativa do desejo de comer, a pessoa se sentia satisfeita com muito menos comida!
Dentre os benefícios que podem ser atribuídos à mudança na secreção desses hormônios está o controle ou até mesmo a remissão de várias doenças potencialmente graves, como:
  • Diabetes;
  • Hipercolesterolemia;
  • Hiperuricemia;
  • Hipertensão;
  • Esteatose Hepática;
  • Síndrome dos Ovários Policísticos;
  • Parte da Síndrome Plurimetabólica.
Como essas mudanças atuam diretamente no metabolismo, a cirurgia passou a se chamar cirurgia metabólica
Controle do Diabetes
Apesar do progresso constante no tratamento clínico do diabetes tipo 2, por ser uma doença associada ao estilo de vida e necessitar de grande comprometimento por parte do paciente, o diabetes ainda é muito difícil de ser controlado.
Por esse motivo, a cirurgia metabólica é indicada para pessoas com diabetes tipo 2 que encontram dificuldades em controlar a doença. Essas pessoas são chamadas de diabéticos não controlados.
Os diabéticos não controlados são pessoas com diabetes tipo 2 que não conseguem manter os níveis de glicose no sangue dentro dos padrões desejados. Mas essas pessoas não se tornam diabéticos não controlados do dia para a noite. Geralmente, são muitas as tentativas fracassadas de controlar a doença.
Essas tentativas podem incluir diversos tipos de dietas, exercícios físicos e tratamentos clínicos, incluindo o uso de medicamentos injetáveis diariamente.
No entanto, muitas pessoas não conseguem obter os objetivos desejados seguindo esses métodos. A dificuldade em controlar o diabetes através do tratamento conservador pode ser motivo de frustração, fazendo com que muita gente abandone o tratamento.
Como o diabetes é uma doença progressiva, essa é uma atitude que coloca em risco a saúde da pessoa, pois a doença tende a evoluir para quadros mais graves.
Porém, existe ainda outro fator que dificulta a adesão ao tratamento: o custo do tratamento clínico para diabetes. Como é uma doença crônica, o uso regular de medicamentos pode se tornar financeiramente inviável para muitos pacientes.
Esse é mais um motivo que faz com que o diabetes tipo 2 não tenha a adesão necessária ao tratamento.
O que fazer, nesse caso?
Tipos de Cirurgia Metabólica
Existem diversos tipos de cirurgia que podem ser realizadas em pacientes com obesidade e doença metabólica/bariátrica, entretanto, para as pessoas com indicação puramente metabólica (IMC entre 30 e 35), apenas o Bypass Gástrico e a Gastrectomia Vertical são recomendados.
Bypass Gástrico é a modalidade mais praticada no Brasil, correspondendo a aproximadamente 75% das cirurgias realizadas. Trata-se de um procedimento criado há mais de 50 anos nos Estados Unidos e que ao longo do tempo sofreu adaptações e transformou-se no padrão ouro da cirurgia bariátrica.
Já a gastrectomia vertical, também conhecida como Sleeve, se caracteriza por transformar o estômago em um tubo com capacidade de 100 a 150 mililitros (ml), sem a necessidade de desvio do alimento do seu trajeto natural. É uma técnica mais recente, com cerca de 15 anos de história, que pouco a pouco ganhou a preferência de médicos e pacientes em todo o mundo, a ponto de ser o procedimento mais utilizado no mundo para o tratamento da obesidade.
A portaria do CFM determinou que o Bypass Gástrico deve ser a técnica de primeira escolha para indivíduos com IMC abaixo de 35, com o Sleeve sendo utilizado como segunda escolha. Ambas as técnicas podem ser realizadas através da videolaparoscopia, processo minimamente invasivo que utiliza microcâmeras e delicados instrumentos introduzidos no abdome por pequenas incisões.
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  • Rápido retorno às atividades laborais;
  • Menor incidência de hérnias incisionais;
  • Estética.
Quem Deve Fazer a Cirurgia Metabólica?
O grande diferencial da cirurgia metabólica é o fato desse procedimento alterar de forma benéfica a produção de hormônios relacionados à obesidade, favorecendo tanto a perda de peso como o tratamento e até mesmo a cura de diversas doenças endocrinológicas, como diabetes tipo 2, hipercolesterolemia, hiperuricemia e hipertensão.
A indicação de cirurgia deve ser feita por um cirurgião bariátrico e deve estar de acordo com os seguintes critérios:
  • Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 34,9 (mínimo);
  • Ter entre 30 e 70 anos de idade;
  • Tempo mínimo de doença de 2 anos;
  • Tempo máximo de doença de 10 anos – devido à dificuldade de remissão do diabetes após esse período. No entanto, mesmo os pacientes que não alcançam a remissão podem se beneficiar da redução dos níveis glicêmicos proporcionada pela cirurgia, reduzindo as chances de complicações futuras.
Conclusão
cirurgia metabólica é um procedimento reconhecido por mais de 50 sociedades médicas ao redor do mundo e aprovado pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de diabéticos não controlados com IMC acima de 30.
Ela é um tratamento seguro e eficaz para o diabetes tipo 2, que vem se somar à melhoria da alimentação e do estilo de vida, fundamentais para que o paciente mantenha os níveis glicêmicos dentro dos limites recomendados ao longo de toda a vida.
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