O que é Cirurgia Metabólica?
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que é Cirurgia Metabólica?
Talvez você nunca tenha ouvido falar da cirurgia metabólica,
pois este é um procedimento relativamente novo, mas pode ter certeza que você
ainda vai ouvir falar muito dela.
Através da cirurgia metabólica é possível controlar até
cinco doenças:
1.
Hipertensão;
2.
Obesidade;
3.
Colesterol;
4.
Esteose Hepática;
5.
Diabetes.
O Que é Cirurgia Metabólica?
A cirurgia metabólica é um
tratamento seguro, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e
indicado para o tratamento de pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima
de 30, que não estão obtendo sucesso no controle de doenças associadas à
obesidade, especialmente o diabetes tipo 2.
Ela foi incorporada há cerca de 10 anos e, nesse curto espaço de tempo,
ajudou milhares de pessoas a tratar o diabetes tipo 2 mal controlado.
Mas o que faz da cirurgia metabólica um procedimento fundamental nos
dias de hoje?
Diabetes Tipo 2: Uma Epidemia
Silenciosa
Existem hoje 14 milhões de pessoas
com diabetes tipo 2 do Brasil. Um número que, segundo
alguns especialistas, tende a aumentar com o passar dos anos.
Por ser uma doença que na sua fase inicial não apresenta sintomas,
grande parte das pessoas não sabe que tem diabetes tipo 2.
Nesse caso, o diagnóstico só é realizado quando são
feitos exames de glicemia de jejum, uma curva
glicêmica ou um exame de hemoglobina glicada.
Infelizmente, muitas vezes, quando os primeiros sintomas do diabetes aparecem,
o paciente já está numa fase mais avançada da doença ou até com complicações.
Esse fato pode ser motivo de diversos problemas de saúde, alguns muito
graves, como a perda de visão e problemas vasculares.
Por isso mesmo, um clínico geral, um cardiologista ou um endocrinologista,
sempre que avaliam um paciente de meia idade, investigam e pedem exames de
glicemia.
Um outro problema é que, por ser uma doença crônica, o
diabetes precisa de controle constante e de acompanhamento regular de um endocrinologista,
um clínico ou um cardiologista.
No entanto, devido a uma série de motivos que abordaremos adiante, uma
grande parcela da população não consegue controlar a doença da forma adequada,
permitindo, assim, a evolução do diabetes.
O que fazer para evitar que um número tão grande de pessoas com diabetes
tipo 2 não controlado minimizem as chances de ter uma complicação do diabetes?
Cirurgia Bariátrica e Metabólica:
Semelhanças e Diferenças
Muita gente ainda confunde a cirurgia bariátrica com a cirurgia
metabólica.
Mas, afinal, qual é a diferença entre elas?
Nesse
vídeo, o Dr. Marcos Leão Vilas-Bôas, presidente de Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – SBCBM, explica as
diferenças entre os dois procedimentos.
Quando se fala de cirurgia metabólica, é importante entender a sua
relação com a cirurgia bariátrica. São procedimentos muito similares, porém,
com objetivos diferentes.
Enquanto a cirurgia bariátrica tem como objetivo principal a
redução do peso, a cirurgia metabólica tem
como meta o tratamento do diabetes e de outras doenças associadas à obesidade,
como a hipertensão (pressão alta), a dislipidemia (colesterol ou triglicérides
alterado), a esteatose hepática (gordura no fígado), a esofagite (refluxo
gastroesofágico) ou a apneia do sono.
Portanto, quando falamos de cirurgia bariátrica estamos nos referindo a
um procedimento cirúrgico que tem como foco principal a redução do peso, mas
que também vai melhorar as doenças associadas à obesidade.
Por outro lado, a cirurgia metabólica é um tratamento que mira
principalmente no controle do diabetes tipo 2, quando os parâmetros de controle
indicam a progressão da doença e a pouca eficácia do tratamento à base de
remédios, dieta e exercícios.
Mas, se as duas cirurgias são tão parecidas, por que elas tem nomes
diferentes?
Para entender essa questão, precisamos primeiro falar sobre a cirurgia
bariátrica.
Cirurgia Bariátrica: Tratamento da
Obesidade
A cirurgia bariátrica, também chamada de cirurgia da obesidade ou
cirurgia de redução de estômago, é um procedimento cirúrgico com o objetivo de
reduzir a obesidade grave ou obesidade mórbida, assim como melhorar as doenças
associadas ao excesso de gordura corporal em pessoas com IMC elevado.
A cirurgia bariátrica já é bem conhecida do público, pois foi
introduzida no mundo há mais de 50 anos e é muito utilizada no Brasil há mais
de 20 anos. A imagem da cirurgia bariátrica está bem sedimentada, pois é a
principal e mais eficiente forma de controle da obesidade severa, sendo
realizadas mais de 100 mil cirurgias por ano, só no Brasil. Assim como a
cirurgia para tratar o diabetes, a cirurgia da obesidade é segura e eficaz para
promover a perda de peso, e é também referendada pelo Conselho Federal de
Medicina.
Cirurgia Metabólica: Tratamento do
Diabetes
O conceito de cirurgia metabólica é mais recente, tendo sido
estabelecido há pouco mais de dez anos. Ele surgiu a partir de constatações
importantes realizadas pela comunidade médica.
O que se percebeu foi que as pessoas submetidas à cirurgia bariátrica
obtinham diversos benefícios para a saúde, além da esperada perda de peso,
especialmente nos pacientes com diabetes.
Constatou-se que transformações endócrinas importantes ocorriam nos
pacientes que realizavam a cirurgia bariátrica, resultando em uma melhora muito
rápida nos níveis de açúcar na maioria das pessoas com diabetes, a ponto de
muitas vezes não ser mais preciso usar antidiabéticos após a cirurgia.
Mas por que isso ocorria?
Benefícios da Cirurgia Metabólica
Como a diminuição do tamanho do estômago e a alteração na trajetória do
alimento no aparelho digestivo estavam relacionadas com uma melhora no estado
geral de saúde do paciente?
Os profissionais de saúde constataram que as transformações anatômicas
realizadas pela cirurgia bariátrica provocavam o aumento significativo da
quantidade de vários hormônios que atuam na regulação do açúcar e do
metabolismo, além de controlar a fome e promover saciedade, provocando diversos
efeitos benéficos no organismo.
Percebeu-se que, após a cirurgia bariátrica, havia uma diminuição dos
hormônios associados à fome no estômago, ao mesmo tempo em que havia um
incremento dos hormônios relacionados à saciedade no intestino.
Ou seja, além de ter uma diminuição significativa do desejo de comer, a
pessoa se sentia satisfeita com muito menos comida!
Dentre os benefícios que podem ser atribuídos à mudança na secreção
desses hormônios está o controle ou até mesmo a remissão de várias doenças
potencialmente graves, como:
- Diabetes;
- Hipercolesterolemia;
- Hiperuricemia;
- Hipertensão;
- Esteatose Hepática;
- Síndrome dos Ovários Policísticos;
- Parte da Síndrome Plurimetabólica.
Como
essas mudanças atuam diretamente no metabolismo, a cirurgia passou a se
chamar cirurgia metabólica
Controle do Diabetes
Apesar do progresso constante no tratamento clínico do diabetes tipo 2,
por ser uma doença associada ao estilo de vida e necessitar de grande
comprometimento por parte do paciente, o diabetes ainda é muito difícil de ser
controlado.
Por esse motivo, a cirurgia metabólica é indicada para pessoas com
diabetes tipo 2 que encontram dificuldades em controlar a doença. Essas pessoas
são chamadas de diabéticos não controlados.
Os diabéticos não controlados são pessoas com diabetes tipo 2 que não
conseguem manter os níveis de glicose no sangue dentro dos padrões desejados.
Mas essas pessoas não se tornam diabéticos não controlados do dia para a noite.
Geralmente, são muitas as tentativas fracassadas de controlar a doença.
Essas tentativas podem incluir diversos tipos de dietas, exercícios
físicos e tratamentos clínicos, incluindo o uso de medicamentos injetáveis
diariamente.
No entanto, muitas pessoas não conseguem obter os objetivos desejados
seguindo esses métodos. A dificuldade em controlar o diabetes através do
tratamento conservador pode ser motivo de frustração, fazendo com que muita
gente abandone o tratamento.
Como o diabetes é
uma doença progressiva, essa é uma atitude que coloca em risco a saúde da
pessoa, pois a doença tende a evoluir para quadros mais graves.
Porém, existe ainda outro fator que dificulta a adesão ao tratamento: o
custo do tratamento clínico para diabetes. Como é uma doença crônica, o uso
regular de medicamentos pode se tornar financeiramente inviável para muitos
pacientes.
Esse é mais um motivo que faz com que o diabetes tipo 2 não tenha a
adesão necessária ao tratamento.
O que fazer, nesse caso?
Tipos de Cirurgia Metabólica
Existem diversos tipos de cirurgia
que podem ser realizadas em pacientes com obesidade e doença
metabólica/bariátrica, entretanto, para as pessoas com indicação puramente
metabólica (IMC entre 30 e 35), apenas o Bypass Gástrico e
a Gastrectomia Vertical são recomendados.
O Bypass Gástrico é a modalidade mais praticada no
Brasil, correspondendo a aproximadamente 75% das cirurgias realizadas. Trata-se
de um procedimento criado há mais de 50 anos nos Estados Unidos e que ao longo
do tempo sofreu adaptações e transformou-se no padrão ouro da cirurgia
bariátrica.
Já a gastrectomia
vertical, também conhecida como Sleeve, se
caracteriza por transformar o estômago em um tubo com capacidade de 100 a 150
mililitros (ml), sem a necessidade de desvio do alimento do seu trajeto
natural. É uma técnica mais recente, com cerca de 15 anos de história, que
pouco a pouco ganhou a preferência de médicos e pacientes em todo o mundo, a
ponto de ser o procedimento mais utilizado no mundo para o tratamento da
obesidade.
A portaria do CFM determinou que o Bypass Gástrico deve ser a técnica de
primeira escolha para indivíduos com IMC abaixo de 35, com o Sleeve sendo
utilizado como segunda escolha. Ambas as técnicas podem ser realizadas através
da videolaparoscopia, processo minimamente invasivo que utiliza microcâmeras e
delicados instrumentos introduzidos no abdome por pequenas incisões.
A decisão pela videolaparoscopia é baseada em critérios de segurança e
só pode ser tomada durante o ato operatório.
A laparoscopia oferece várias vantagens para o paciente:
- Menos dor no pós-operatório;
- Menor índice de infecção;
- Rápido retorno às atividades laborais;
- Menor incidência de hérnias incisionais;
- Estética.
Quem Deve Fazer a Cirurgia
Metabólica?
O grande diferencial da cirurgia metabólica é o fato desse procedimento alterar
de forma benéfica a produção de hormônios relacionados à obesidade, favorecendo
tanto a perda de peso como o tratamento e até mesmo a cura de diversas doenças
endocrinológicas, como diabetes tipo 2, hipercolesterolemia, hiperuricemia e
hipertensão.
A indicação de cirurgia deve ser feita por um cirurgião bariátrico e
deve estar de acordo com os seguintes critérios:
- Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 34,9
(mínimo);
- Ter entre 30 e 70 anos de idade;
- Tempo mínimo de doença de 2 anos;
- Tempo máximo de doença de 10 anos –
devido à dificuldade de remissão do diabetes após esse período. No
entanto, mesmo os pacientes que não alcançam a remissão podem se
beneficiar da redução dos níveis glicêmicos proporcionada pela cirurgia,
reduzindo as chances de complicações futuras.
Conclusão
A cirurgia metabólica é
um procedimento reconhecido por mais de 50 sociedades médicas ao redor do mundo
e aprovado pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de diabéticos
não controlados com IMC acima de 30.
Ela é um tratamento seguro e eficaz para o diabetes tipo 2, que vem se
somar à melhoria da alimentação e do estilo de vida, fundamentais para que o
paciente mantenha os níveis glicêmicos dentro dos limites recomendados ao longo
de toda a vida.
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ENTREVISTA
Conversamos com a
endocrinologista Dra. Tarissa Beatrice Zanata Petry sobre a importância do
controle do diabetes, as dificuldades em controlar
VidaNovaMetabólica 18/12/2019
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que é Cirurgia Metabólica?
Talvez você nunca tenha ouvido falar da cirurgia metabólica,
pois este é um procedimento relativamente novo, mas pode ter certeza que você
ainda vai ouvir falar muito dela.
Através da cirurgia metabólica é possível controlar até
cinco doenças:
1.
Hipertensão;
2.
Obesidade;
3.
Colesterol;
4.
Esteose Hepática;
5.
Diabetes.
O Que é Cirurgia Metabólica?
A cirurgia metabólica é um
tratamento seguro, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e
indicado para o tratamento de pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima
de 30, que não estão obtendo sucesso no controle de doenças associadas à
obesidade, especialmente o diabetes tipo 2.
Ela foi incorporada há cerca de 10 anos e, nesse curto espaço de tempo,
ajudou milhares de pessoas a tratar o diabetes tipo 2 mal controlado.
Mas o que faz da cirurgia metabólica um procedimento fundamental nos
dias de hoje?
Diabetes Tipo 2: Uma Epidemia
Silenciosa
Existem hoje 14 milhões de pessoas
com diabetes tipo 2 do Brasil. Um número que, segundo
alguns especialistas, tende a aumentar com o passar dos anos.
Por ser uma doença que na sua fase inicial não apresenta sintomas,
grande parte das pessoas não sabe que tem diabetes tipo 2.
Nesse caso, o diagnóstico só é realizado quando são
feitos exames de glicemia de jejum, uma curva
glicêmica ou um exame de hemoglobina glicada.
Infelizmente, muitas vezes, quando os primeiros sintomas do diabetes aparecem,
o paciente já está numa fase mais avançada da doença ou até com complicações.
Esse fato pode ser motivo de diversos problemas de saúde, alguns muito
graves, como a perda de visão e problemas vasculares.
Por isso mesmo, um clínico geral, um cardiologista ou um endocrinologista,
sempre que avaliam um paciente de meia idade, investigam e pedem exames de
glicemia.
Um outro problema é que, por ser uma doença crônica, o
diabetes precisa de controle constante e de acompanhamento regular de um endocrinologista,
um clínico ou um cardiologista.
No entanto, devido a uma série de motivos que abordaremos adiante, uma
grande parcela da população não consegue controlar a doença da forma adequada,
permitindo, assim, a evolução do diabetes.
O que fazer para evitar que um número tão grande de pessoas com diabetes
tipo 2 não controlado minimizem as chances de ter uma complicação do diabetes?
Cirurgia Bariátrica e Metabólica:
Semelhanças e Diferenças
Muita gente ainda confunde a cirurgia bariátrica com a cirurgia
metabólica.
Mas, afinal, qual é a diferença entre elas?
Nesse
vídeo, o Dr. Marcos Leão Vilas-Bôas, presidente de Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – SBCBM, explica as
diferenças entre os dois procedimentos.
Quando se fala de cirurgia metabólica, é importante entender a sua
relação com a cirurgia bariátrica. São procedimentos muito similares, porém,
com objetivos diferentes.
Enquanto a cirurgia bariátrica tem como objetivo principal a
redução do peso, a cirurgia metabólica tem
como meta o tratamento do diabetes e de outras doenças associadas à obesidade,
como a hipertensão (pressão alta), a dislipidemia (colesterol ou triglicérides
alterado), a esteatose hepática (gordura no fígado), a esofagite (refluxo
gastroesofágico) ou a apneia do sono.
Portanto, quando falamos de cirurgia bariátrica estamos nos referindo a
um procedimento cirúrgico que tem como foco principal a redução do peso, mas
que também vai melhorar as doenças associadas à obesidade.
Por outro lado, a cirurgia metabólica é um tratamento que mira
principalmente no controle do diabetes tipo 2, quando os parâmetros de controle
indicam a progressão da doença e a pouca eficácia do tratamento à base de
remédios, dieta e exercícios.
Mas, se as duas cirurgias são tão parecidas, por que elas tem nomes
diferentes?
Para entender essa questão, precisamos primeiro falar sobre a cirurgia
bariátrica.
Cirurgia Bariátrica: Tratamento da
Obesidade
A cirurgia bariátrica, também chamada de cirurgia da obesidade ou
cirurgia de redução de estômago, é um procedimento cirúrgico com o objetivo de
reduzir a obesidade grave ou obesidade mórbida, assim como melhorar as doenças
associadas ao excesso de gordura corporal em pessoas com IMC elevado.
A cirurgia bariátrica já é bem conhecida do público, pois foi
introduzida no mundo há mais de 50 anos e é muito utilizada no Brasil há mais
de 20 anos. A imagem da cirurgia bariátrica está bem sedimentada, pois é a
principal e mais eficiente forma de controle da obesidade severa, sendo
realizadas mais de 100 mil cirurgias por ano, só no Brasil. Assim como a
cirurgia para tratar o diabetes, a cirurgia da obesidade é segura e eficaz para
promover a perda de peso, e é também referendada pelo Conselho Federal de
Medicina.
Cirurgia Metabólica: Tratamento do
Diabetes
O conceito de cirurgia metabólica é mais recente, tendo sido
estabelecido há pouco mais de dez anos. Ele surgiu a partir de constatações
importantes realizadas pela comunidade médica.
O que se percebeu foi que as pessoas submetidas à cirurgia bariátrica
obtinham diversos benefícios para a saúde, além da esperada perda de peso,
especialmente nos pacientes com diabetes.
Constatou-se que transformações endócrinas importantes ocorriam nos
pacientes que realizavam a cirurgia bariátrica, resultando em uma melhora muito
rápida nos níveis de açúcar na maioria das pessoas com diabetes, a ponto de
muitas vezes não ser mais preciso usar antidiabéticos após a cirurgia.
Mas por que isso ocorria?
Benefícios da Cirurgia Metabólica
Como a diminuição do tamanho do estômago e a alteração na trajetória do
alimento no aparelho digestivo estavam relacionadas com uma melhora no estado
geral de saúde do paciente?
Os profissionais de saúde constataram que as transformações anatômicas
realizadas pela cirurgia bariátrica provocavam o aumento significativo da
quantidade de vários hormônios que atuam na regulação do açúcar e do
metabolismo, além de controlar a fome e promover saciedade, provocando diversos
efeitos benéficos no organismo.
Percebeu-se que, após a cirurgia bariátrica, havia uma diminuição dos
hormônios associados à fome no estômago, ao mesmo tempo em que havia um
incremento dos hormônios relacionados à saciedade no intestino.
Ou seja, além de ter uma diminuição significativa do desejo de comer, a
pessoa se sentia satisfeita com muito menos comida!
Dentre os benefícios que podem ser atribuídos à mudança na secreção
desses hormônios está o controle ou até mesmo a remissão de várias doenças
potencialmente graves, como:
- Diabetes;
- Hipercolesterolemia;
- Hiperuricemia;
- Hipertensão;
- Esteatose Hepática;
- Síndrome dos Ovários Policísticos;
- Parte da Síndrome Plurimetabólica.
Como
essas mudanças atuam diretamente no metabolismo, a cirurgia passou a se
chamar cirurgia metabólica
Controle do Diabetes
Apesar do progresso constante no tratamento clínico do diabetes tipo 2,
por ser uma doença associada ao estilo de vida e necessitar de grande
comprometimento por parte do paciente, o diabetes ainda é muito difícil de ser
controlado.
Por esse motivo, a cirurgia metabólica é indicada para pessoas com
diabetes tipo 2 que encontram dificuldades em controlar a doença. Essas pessoas
são chamadas de diabéticos não controlados.
Os diabéticos não controlados são pessoas com diabetes tipo 2 que não
conseguem manter os níveis de glicose no sangue dentro dos padrões desejados.
Mas essas pessoas não se tornam diabéticos não controlados do dia para a noite.
Geralmente, são muitas as tentativas fracassadas de controlar a doença.
Essas tentativas podem incluir diversos tipos de dietas, exercícios
físicos e tratamentos clínicos, incluindo o uso de medicamentos injetáveis
diariamente.
No entanto, muitas pessoas não conseguem obter os objetivos desejados
seguindo esses métodos. A dificuldade em controlar o diabetes através do
tratamento conservador pode ser motivo de frustração, fazendo com que muita
gente abandone o tratamento.
Como o diabetes é
uma doença progressiva, essa é uma atitude que coloca em risco a saúde da
pessoa, pois a doença tende a evoluir para quadros mais graves.
Porém, existe ainda outro fator que dificulta a adesão ao tratamento: o
custo do tratamento clínico para diabetes. Como é uma doença crônica, o uso
regular de medicamentos pode se tornar financeiramente inviável para muitos
pacientes.
Esse é mais um motivo que faz com que o diabetes tipo 2 não tenha a
adesão necessária ao tratamento.
O que fazer, nesse caso?
Tipos de Cirurgia Metabólica
Existem diversos tipos de cirurgia
que podem ser realizadas em pacientes com obesidade e doença
metabólica/bariátrica, entretanto, para as pessoas com indicação puramente
metabólica (IMC entre 30 e 35), apenas o Bypass Gástrico e
a Gastrectomia Vertical são recomendados.
O Bypass Gástrico é a modalidade mais praticada no
Brasil, correspondendo a aproximadamente 75% das cirurgias realizadas. Trata-se
de um procedimento criado há mais de 50 anos nos Estados Unidos e que ao longo
do tempo sofreu adaptações e transformou-se no padrão ouro da cirurgia
bariátrica.
Já a gastrectomia
vertical, também conhecida como Sleeve, se
caracteriza por transformar o estômago em um tubo com capacidade de 100 a 150
mililitros (ml), sem a necessidade de desvio do alimento do seu trajeto
natural. É uma técnica mais recente, com cerca de 15 anos de história, que
pouco a pouco ganhou a preferência de médicos e pacientes em todo o mundo, a
ponto de ser o procedimento mais utilizado no mundo para o tratamento da
obesidade.
A portaria do CFM determinou que o Bypass Gástrico deve ser a técnica de
primeira escolha para indivíduos com IMC abaixo de 35, com o Sleeve sendo
utilizado como segunda escolha. Ambas as técnicas podem ser realizadas através
da videolaparoscopia, processo minimamente invasivo que utiliza microcâmeras e
delicados instrumentos introduzidos no abdome por pequenas incisões.
A decisão pela videolaparoscopia é baseada em critérios de segurança e
só pode ser tomada durante o ato operatório.
A laparoscopia oferece várias vantagens para o paciente:
- Menos dor no pós-operatório;
- Menor índice de infecção;
- Rápido retorno às atividades laborais;
- Menor incidência de hérnias incisionais;
- Estética.
Quem Deve Fazer a Cirurgia
Metabólica?
O grande diferencial da cirurgia metabólica é o fato desse procedimento alterar
de forma benéfica a produção de hormônios relacionados à obesidade, favorecendo
tanto a perda de peso como o tratamento e até mesmo a cura de diversas doenças
endocrinológicas, como diabetes tipo 2, hipercolesterolemia, hiperuricemia e
hipertensão.
A indicação de cirurgia deve ser feita por um cirurgião bariátrico e
deve estar de acordo com os seguintes critérios:
- Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 34,9
(mínimo);
- Ter entre 30 e 70 anos de idade;
- Tempo mínimo de doença de 2 anos;
- Tempo máximo de doença de 10 anos –
devido à dificuldade de remissão do diabetes após esse período. No
entanto, mesmo os pacientes que não alcançam a remissão podem se
beneficiar da redução dos níveis glicêmicos proporcionada pela cirurgia,
reduzindo as chances de complicações futuras.
Conclusão
A cirurgia metabólica é
um procedimento reconhecido por mais de 50 sociedades médicas ao redor do mundo
e aprovado pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de diabéticos
não controlados com IMC acima de 30.
Ela é um tratamento seguro e eficaz para o diabetes tipo 2, que vem se
somar à melhoria da alimentação e do estilo de vida, fundamentais para que o
paciente mantenha os níveis glicêmicos dentro dos limites recomendados ao longo
de toda a vida.
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endocrinologista Dra. Tarissa Beatrice Zanata Petry sobre a importância do
controle do diabetes, as dificuldades em controlar
VidaNovaMetabólica 18/12/2019