AUTOESTIMA COMO SUBSTRATO DA FAMÍLIA X MÍDIA
Infelizmente, somos todos vítimas do
mercado digital. Desde os primórdios da propagação da comunicação inter-humanos
uma vez que, os meios de comunicação por mais primários que possam ser, sempre
prevalecem em detrimento do indivíduo. Exemplo da hierarquia familiar
(pai-mãe-filhos) concomitante as interferências de parentes, ascendentes e
descendentes. A partir do advento da globalização a mídia tem sido
inegavelmente o principal MODELO no qual nossa sociedade tem se espelhado para
determinar as principais questões da humanidade. Quem somos? O que somos? O que
comemos? O que vestimos? O que aprendemos? etc..etc...
A mitologia grega , nos escritos de
Sigmund Freud, demonstra o terrível episódio de Narciso que, até o momento em
que não tivera a chance de ver sua imagem refletida no espelho d´agua, era um
jovem lindo, amigo, companheiro, e muito feliz. Todos que o conhecia sabiam
reconhecer sua generosidade, gentileza, simplicidade e, essencialmente sua
beleza estonteante. Porém, no momento em que a mídia da época (o famoso boca-a-boca),
o assediava sistematicamente, a ponto de lhe incomodar até sucumbir a
determinação dos deuses de que, jamais poderia ver-se, ou seja, jamais poderia
permitir-se refletir sua imagem, seja de
que modo for.
Assim,
passeando pelo lindo bosque, havia um lago translucido à sua frente, e não
resistindo a curiosidade de comprovar o que todos que dele se aproxima dizia...”Como
és lindo” ! “Como sua beleza nos alegra”, “como sua beleza é estonteante”, “És
belíssimo!! Perfeito”!...etc...etc...etc... olhando o lago, debruça-se sobre o
espelho d´água e ver-se refletido. Sua surpresa e seu encantamento fora tão
terrível que o encanto se rompera e o transformou em uma flor que, não por
acaso, denominaram-na de narciso.
Mitologia à parte, não podemos negar
que apesar de milhares de anos se passaram
e até hoje, por mais incrível que possa parecer, nós, pobres seres
humanos , vivemos à revelia de nós mesmos, vivemos e nos comportamos sob a
égide da ditadura da mídia modelando nossos
sentimentos e nossos comportamentos a partir dos modelos pré-determinados,
não importando os canais midiáticos
(tambor, fumaça, computador, watsap...etc..etc..etc.). Ou seja
continuamos vivendo numa sociedade extremamente paradoxal.
Sempre acreditei que, se não
existissem espelhos, jamais nos sentiríamos inadequados pois, jamais teríamos
um “modelo” de beleza a ser seguido. Bastaria as informações daqueles que nos
amam, reforçarem nossos reais valores, e tudo ficaria bem...Assim como Narciso
durante toda sua infância, adolescência, até que sucumbiu. Ou seja: Se tenho
consciência que sou amada (o) como sou, tudo fica em harmonia comigo mesmo, com
meu corpo, com minha aparência, e com certeza meus comportamentos seguirão o
fluxo normal. Simples assim! Serei um ser completo, produtivo e feliz.
Infelizmente não foi essa lógica tão
simples e tão natural que orientou e orienta nossa sociedade. Desde as décadas
de 20,30, 40 que a mídia tem buscando ditar “moda”, comportamentos,
sentimentos, emoções e, tendências ideológicas. O consumismo exacerbado tem
sido amplamente alardeado em todos os continentes desse planeta, independentemente
de sua condição econômica, social, religiosa e/ou política. Vender, faturar,
acumular fortunas, tem sido a meta dos indivíduos das sociedades voltadas para
busca do prazer a partir do TER, em detrimento do SER.