APRENDER
PARA VIVER
By: VMC
Há
determinadas informações sobre o bem viver que, só aprendemos ao longo da vida
e, infelizmente, a partir de uma sequência de erros. Os grandes
educadores da humanidade, desde Cristo até os PhDs da
atualidade reforçam essa máxima: “É a partir do erro que aprendemos”.. “ Não há aprendizagem sem antes acontecer o erro”...etc.
Piaget foi nosso grande mestre nessa questão. Para constatar essa realidade,
basta observar o crescimento e desenvolvimento de um bebê desde o nascimento
até as primeiros passos e as primeiras palavras.
Portanto, quando crescemos e nos transformamos em adultos, é muito
estranho não agirmos da forma que, racionalmente sabemos ser a melhor. Isso
acontece, porque geralmente estamos agindo sob o comando de processos
inconscientes, sabotadores, que nos levam à perdas e prejuízos em todas as
áreas da nossa vida, tais como:
·
Não
conseguir colocar projetos profissionais adiante
- Colocar projetos adiante mas não conseguir
fazer com que eles deem certo
- Não encontrar tempo para se exercitar e cuidar
de si mesmo
- Hábito de procrastinar (adiar o que é
importante, e fazer coisas menos importante na frente)
- "Esquecer" compromissos e atividades
importantes
- Não conseguir realizar projetos pessoais
- Repetição de situações problemáticas
(relacionamentos que trazem sofrimento, prejuízos financeiros...)
- Desistir ou perder o ânimo quando as coisas
começam a ir bem
- Mudar constantemente de foco de uma coisa pra
outra
- Deixar de fazer coisas simples que poderiam
melhorar a nossa vida, mas simplesmente não conseguimos
- Planejar algo e não colocar em prática
- Abandonar atividades que trazem benefícios
profissionais, emocionais na saúde (cursos, tratamentos, estudos, exercícios)
- Nunca se sentir preparado o suficiente para iniciar
algo e arranjar desculpas para não começar
- Manter-se em situações prolongadas de
sofrimento e não conseguir sair ,etc...
Nossas atitudes escrevem nosso
destino. Isto é fato! Nós somos responsáveis pela vida que temos. A propósito: lembre-se da frase
histórica do livro “O Pequeno Príncipe”,
“...Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas” ou seja....culpar os outros pelo que nos acontece
é cultivar a ilusão. É fazer uso de “ mecanismos de defesa” segundo Freud, que não resolve situação nenhuma mas, nos alivia
momentaneamente da angústia que a situação pode nos causar. Independentemente
de suas crenças, suas defesas e suas estratégias de fugas, sejam conscientes ou
não, que: A aprendizagem é nossa e
ninguém poderá fazê-la por nós,
assim como nós não poderemos fazer pelos outros. Quanto mais depressa
aprendermos isso, menos sofreremos.
É interessante ressaltar aqui, outro
detalhe fundamental: Nossas emoções, sentimentos, atitudes e comportamentos
estão diretamente comprometidos com nosso livre arbítrio. Ou seja: nenhum ser
humano tem o poder de determinar nossas emoções. Nossos comportamentos são embasados em nossos
sentimentos e emoções que por sua vez são determinados por uma escolha pessoal
ou seja: por nós mesmos. Nesse setor,
não há possibilidade de terceirização. Quando digo que fulano me fez sofrer,
devo dizer: Eu me permiti que fulano me fez sofrer. Seja esse “fulano” quem
for: pais em relação aos filhos. Mulheres em relação aos homens. Amigos em
relação aos amigos.
Diante disso, caso eu tivesse essa consciência,
escolheria não sofrer por coisas “pequenas” tais como uma palavra dita inadequadamente por um ser
que amamos, ou um comportamento inadequado, etc. Visto dessa forma, “nua e crua”
esta constatação nos faz sentir cada vez mais impotente diante das vicissitudes
inerentes a vida. Assim, caso optarmos pelos fatos relatados acima, muito
sofrimento físico, emocional e racional poderíamos evitar se apenas fizéssemos
uma escolha lógica e fisicamente comprovada cientificamente: Ninguém tem o
poder de interferir em minhas emoções se, eu mesmo não permitir que isto
ocorra.
Quando essa verdade se torna
realidade em nossa consciência, aprendemos a tomar atitudes diferenciadas
daquelas que vinham sendo tomada até então. Acertadamente um dos maiores
educadores desse país afirmava em todas as suas obras: “sem erros, não há
possibilidades de acertos” (Paulo Freire). Na vida aprendemos a viver,
simplesmente vivendo. Desde a tenra infância. Quando caímos e nos esforçamos
para levantar até mesmo quando, depois de adultos, optamos pelo “caminho mais
fácil” e descobrimos a duras penas que não deveríamos tê-lo escolhido. Aprendemos que nem sempre os
atalhos economizam tempo.
O QUE VOCÊ
ESTÁ PLANTANDO EM SUA
VIDA?
Não adianta semear o ódio, a desarmonia e querer colher amor, carinho. Tal
atitude é tão infantil como se esperar colher alface quando se plantou capim. Afinal, a gente só colhe o que planta, isso é
fato. Nossa vida também é assim, plantamos ações, intenções, emoções,
pensamentos e tudo que se passa dentro de nós. Não semeamos apenas as nossas
palavras e ações, mas plantamos o que somos a cada momento, com todas as
sementes de nossas emoções, pensamentos e sentimentos, por mais
sutis, ou inconscientes que no momento
nos possam parecer. Daí novamente a afirmação popular: “Vivendo e aprendendo”
com nossos erros.
Quantas vezes nos empenhamos em conseguir um relacionamento, (horas a
fio no computador, nas redes sociais), trocas de mensagens pelos aplicativos,
noites inteiras trocando mensagens , fotos,
seduções mútuas, etc. e, nada acontece? Quantas vezes, quando estamos cansados
de bater de frente com colegas de trabalho, e não aprendemos a lição do
agricultor (colher o que se planta) , não mudamos nossa maneira de agir com as
pessoas no trabalho, esperando que o outro mude porque nós, apenas nós estamos
corretos....dessa maneira, o clima ruim continua? Tentamos todas as abordagens
com nossos filhos, brigando, gritando, impondo nossos valores, nossas crenças
sem respeita-los e, nos entristecemos, nos culpamos e nos punimos quando os
vemos sofrer ou enveredar pelos caminhos da dor e sofrimentos físico, emocional,
moral, social , etc.
Tais atitudes são as principais causas de rompimentos entre pais e
filhos, amigos, marido e mulher, patrão e empregados, ou seja , a principal
raiz da depressão e das doenças físicas e emocionais dos seres humanos
minimamente preocupados em sobreviver nesse planeta de desafios, provas e
reprovações. Quando digo minimamente
preocupados em sobreviver, quero que entendam “ser feliz”. Mesmo assim, não é fácil perceber o óbvio: fazer
sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente. Seria como plantar chuchu ,
achando que é maçã, perceber que há algo errado na colheita e, mesmo assim,
continuar com as mesmas expectativas, sem fazer nada para mudar. E, como se não
fosse suficientemente ruim, gritamos aos quatros ventos o quanto somos
injustiçados, incompreendidos, que o mundo não é justo! Lamentamos e reclamamos que nada dá certo para
nós. Os consultórios de psicologia estão superlotados de pessoas inteligentes
com tais queixas.
continua...