PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

quarta-feira, 4 de março de 2015

APRENDER PARA VIVER MELHOR

                        APRENDER PARA VIVER
                                                                             By:     VMC

       Há determinadas informações sobre o bem viver que, só aprendemos ao longo da vida e, infelizmente,   a partir de uma sequência de erros. Os grandes educadores da humanidade, desde Cristo até os PhDs   da atualidade reforçam essa máxima: “É a partir do erro que aprendemos”.. “ Não  há aprendizagem sem antes acontecer o erro”...etc. Piaget foi nosso grande mestre nessa questão. Para constatar essa realidade, basta observar o crescimento e desenvolvimento de um bebê desde o nascimento até as primeiros passos e as primeiras palavras.
       Portanto, quando crescemos e nos transformamos em adultos, é muito estranho não agirmos da forma que, racionalmente sabemos ser a melhor. Isso acontece, porque geralmente estamos agindo sob o comando de processos inconscientes, sabotadores, que nos levam à perdas e prejuízos em todas as áreas da nossa vida, tais como: 
·         Não conseguir colocar projetos profissionais adiante
  • Colocar projetos adiante mas não conseguir fazer com que eles deem certo
  • Não encontrar tempo para se exercitar e cuidar de si mesmo
  • Hábito de procrastinar (adiar o que é importante, e fazer coisas menos importante na frente)
  • "Esquecer" compromissos e atividades importantes
  • Não conseguir realizar projetos pessoais
  • Repetição de situações problemáticas (relacionamentos que trazem sofrimento, prejuízos financeiros...)
  • Desistir ou perder o ânimo quando as coisas começam a ir bem
  • Mudar constantemente de foco de uma coisa pra outra
  • Deixar de fazer coisas simples que poderiam melhorar a nossa vida, mas simplesmente não conseguimos
  • Planejar algo e não colocar em prática
  • Abandonar atividades que trazem benefícios profissionais, emocionais na saúde (cursos, tratamentos, estudos, exercícios)
  • Nunca se sentir preparado o suficiente para iniciar algo e arranjar desculpas para não começar
  • Manter-se em situações prolongadas de sofrimento e não conseguir sair ,etc...


     Nossas atitudes escrevem nosso destino. Isto é fato! Nós somos responsáveis   pela vida que temos. A propósito: lembre-se da frase histórica do livro  “O Pequeno Príncipe”,  “...Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” ou seja....culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. É fazer uso de “ mecanismos de defesa”  segundo  Freud,  que não resolve situação nenhuma mas, nos alivia momentaneamente da angústia que a situação pode nos causar. Independentemente de suas crenças, suas defesas e suas estratégias de fugas, sejam conscientes ou não,  que: A aprendizagem é nossa e ninguém poderá fazê-la  por nós, assim como nós não poderemos fazer pelos outros. Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos.
     É interessante ressaltar aqui, outro detalhe fundamental: Nossas emoções, sentimentos, atitudes e comportamentos estão diretamente comprometidos com nosso livre arbítrio. Ou seja: nenhum ser humano tem o poder de determinar   nossas emoções.  Nossos comportamentos são embasados em nossos sentimentos e emoções que por sua vez são determinados por uma escolha pessoal ou seja: por  nós mesmos. Nesse setor, não há possibilidade de terceirização. Quando digo que fulano me fez sofrer, devo dizer: Eu me permiti que fulano me fez sofrer. Seja esse “fulano” quem for: pais em relação aos filhos. Mulheres em relação aos homens. Amigos em relação aos amigos.

        Diante disso, caso eu tivesse essa consciência, escolheria não sofrer por coisas “pequenas” tais como  uma palavra dita inadequadamente por um ser que amamos, ou um comportamento inadequado, etc. Visto dessa forma, “nua e crua” esta constatação nos faz sentir cada vez mais impotente diante das vicissitudes inerentes a vida. Assim, caso optarmos pelos fatos relatados acima, muito sofrimento físico, emocional e racional poderíamos evitar se apenas fizéssemos uma escolha lógica e fisicamente comprovada cientificamente: Ninguém tem o poder de interferir em minhas emoções se, eu mesmo não permitir que isto ocorra.

Quando essa verdade se torna realidade em nossa consciência, aprendemos a tomar atitudes diferenciadas daquelas que vinham sendo tomada até então. Acertadamente um dos maiores educadores desse país afirmava em todas as suas obras: “sem erros, não há possibilidades de acertos” (Paulo Freire). Na vida aprendemos a viver, simplesmente vivendo. Desde a tenra infância. Quando caímos e nos esforçamos para levantar até mesmo quando, depois de adultos, optamos pelo “caminho mais fácil” e descobrimos a duras penas que não deveríamos tê-lo  escolhido. Aprendemos que nem sempre os atalhos economizam tempo.

O   QUE  VOCÊ  ESTÁ  PLANTANDO  EM  SUA VIDA?

Não adianta semear o ódio, a desarmonia e querer colher amor, carinho. Tal atitude é tão infantil como se esperar colher  alface  quando se plantou capim.  Afinal, a gente só colhe o que planta, isso é fato. Nossa vida também é assim, plantamos ações, intenções, emoções, pensamentos e tudo que se passa dentro de nós. Não semeamos apenas as nossas palavras e ações, mas plantamos o que somos a cada momento, com todas as sementes de nossas emoções, pensamentos e sentimentos, por   mais sutis,  ou inconscientes que no momento nos possam parecer. Daí novamente a afirmação popular: “Vivendo e aprendendo” com nossos erros.
Quantas vezes nos empenhamos em conseguir um relacionamento, (horas a fio no computador, nas redes sociais), trocas de mensagens pelos aplicativos, noites inteiras trocando mensagens ,  fotos, seduções mútuas, etc. e, nada acontece? Quantas vezes, quando estamos cansados de bater de frente com colegas de trabalho, e não aprendemos a lição do agricultor (colher o que se planta) , não mudamos nossa maneira de agir com as pessoas no trabalho, esperando que o outro mude porque nós, apenas nós estamos corretos....dessa maneira, o clima ruim continua? Tentamos todas as abordagens com nossos filhos, brigando, gritando, impondo nossos valores, nossas crenças sem respeita-los e, nos entristecemos, nos culpamos e nos punimos quando os vemos sofrer ou enveredar pelos caminhos da dor e sofrimentos físico, emocional, moral, social , etc.

Tais atitudes são as principais causas de rompimentos entre pais e filhos, amigos, marido e mulher, patrão e empregados, ou seja , a principal raiz da depressão e das doenças físicas e emocionais dos seres humanos minimamente preocupados em sobreviver nesse planeta de desafios, provas e reprovações.  Quando digo minimamente preocupados em sobreviver, quero que entendam “ser feliz”.  Mesmo assim, não é fácil perceber o óbvio:  fazer sempre a mesma coisa e esperar um resultado diferente.  Seria como plantar   chuchu , achando que é maçã, perceber que há algo errado na colheita e, mesmo assim, continuar com as mesmas expectativas, sem fazer nada para mudar. E, como se não fosse suficientemente ruim, gritamos aos quatros ventos o quanto somos injustiçados, incompreendidos, que o mundo não é justo!  Lamentamos e reclamamos que nada dá certo para nós. Os consultórios de psicologia estão superlotados de pessoas inteligentes com tais queixas.

continua...