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sábado, 29 de junho de 2019

PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM

 Psicomotricidade como Facilitadora no Processo de Ensino e Aprendizagem na Educação Infantil

A Psicomotricidade como Facilitadora no Processo de Ensino e Aprendizagem na Educação Infantil
(Tempo de leitura: 14 - 27 minutos)
Resumo: A Psicomotricidade e o despertar da consciência da sua responsabilidade no mundo da educação infantil retratam, na sua ciência, o homem como seu objeto de estudo, através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de percepção, atuação, interação com o outro, com os objetos e seu estado comportamental consigo mesmo. Nota-se que a educação psicomotora é o começo do processo da educação infantil; sabe-se, também, que as dificuldades de aprendizagem detectadas em uma criança podem ter como causa um desenvolvimento psicomotor defasado. Desta forma, é necessário que seja colocado em pauta a importância da psicomotricidade na aprendizagem dos anos iniciais, buscando métodos lúdicos que promovem essa aprendizagem e o desenvolvimento em vários aspectos do ser humano, como o motor, o psicológico, o social e o afetivo. Vale ressaltar que a ludicidade deve ser promovida através das atividades psicomotoras, em um ambiente agradável e motivador. A brincadeira é um canal direto que a criança usa para exprimir seus desejos e emoções, sendo ferramenta muito válida durante as séries iniciais, período no qual a criança se vincula à sociedade.
Palavras-chave: Psicomotricidade, Criança, Desenvolvimento Psicomotor.

1. Introdução 

O artigo em questão irá ressaltar o trabalho da educação psicomotora com as crianças, deste modo, deverá prever a formação de base indispensável no desenvolvimento motorafetivo e psicológico, dando oportunidades para que por meio de jogos e atividades lúdicas, essa população se conscientize sobre seu corpo. Através dessas atividades lúdicas, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor.
É importante que seja observado o fato de que as crianças aprendem de modo mais satisfatório e eficaz através de jogos e brincadeiras. O contexto lúdico é fundamental para a socialização do ser humano. Pelo jogo, há a construção de diferentes pontos de vista, elaboração de hipóteses e contextualização de espaço e tempo. O ato de brincar não pode ser visualizado como um ato de entretenimento, mas sim entendido como uma atividade que possibilita a aprendizagem de diversas habilidades, inserido em um ambiente motivador, aprazível e planejado para a educação infantil.
Ressalta-se que na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Essa possibilita a quem vivencia, momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momentos de vida.
É inegável que a falta de um acompanhamento da psicomotricidade acarreta consequências danosas ao desenvolvimento da criança. Um dos casos que podem ser notados é a lateralidade pouco trabalhada no aluno. Isso pode causar problemas de ordem espacial, por exemplo; a utilização dos termos direita e esquerda fica prejudicada. O pequeno, apresenta certa dificuldade para acompanhar a direção gráfica de leitura e escrita. Outro problema, é o fato de a criança encontrar obstáculos quanto ao entendimento na distinção de letras específicas como b, entre vários transtornos que podem aparecer no período pré-escolar.
É necessário o dito, de que a atuação preventiva dos docentes, seja de extrema importância, tornando possível a diminuição do quantitativo de crianças com dificuldades na aprendizagem, o que minimiza os efeitos negativos que as disfunções psicomotoras possuem e favorecem o desenvolvimento global.

2. História da Psicomotricidade

Historicamente, o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário no início do século XIX nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto, o "esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. É justamente a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo Psicomotricidade, no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico (SBP, 2003).
É importante ressaltar que a Psicomotricidade no Brasil foi norteada pela escola francesa. Durante as primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial, quando as mulheres adentraram firmemente no mercado formal enquanto suas crianças ficavam nas creches, a escola francesa também influenciou mundialmente a psiquiatria infantil, a psicologia e a pedagogia.
Em 1870, tentando caracterizar fenômenos patológicos, os médicos nomeiam as explicações de certos fenômenos clínicos, de psicomotricidade, porém, suas primeiras pesquisas têm enfoque neurológico. Em 1909, a figura de Dupré, neuropsiquiatra, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora, antecedente do sintoma psicomotor, de um possível correlato neurológico. Neste período o tônus axial começava a ser estudado por André Thomas e Saint-Anné Dargassie.
Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano, dando uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo, e discursar sobre o tônus e o relaxamento. Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnósticos, de indicação da terapêutica e de prognóstico.
Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Ajuriaguerra aproveitou os subsídios de Wallon em relação ao tônus, ao estudar o diálogo tônico. A relaxação psicotônica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP, 2003) e (ISPE-GAE, 2007).
Mediante os estudos realizados a respeito da Psicomotricidade, evidencia-se várias definições para a Ciência em pauta. Assim, cada autor coloca o seu olhar para defini-la. A ISPE-GAE e a SBP definem, respectivamente, a Psicomotricidade e o emprego de seu termo como:
“Psicomotricidade é uma neurociência que transforma o pensamento em ato motor harmônico. É a sintonia fina que coordena e organiza as ações gerenciadas pelo cérebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado. Psicomotricidade é a manifestação corporal do indivíduo de maneira visível. É uma ciência terapêutica adotada na Europa há mais de 60 anos, principalmente na França, que instituiu o primeiro curso universitário de Psicomotricidade em 1963 (ISPE-GAE, 2007).”
“A ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas (SBP, 1999).”
Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização (SBP, 2003).
Com relação aos ditos acima referidos à conceituação da Psicomotricidade,  Fonseca (1995) afirma que a Psicomotricidade não é exclusiva de um novo método ou de uma  “escola” ou de uma “corrente’ de pensamento, nem constitui uma técnica, um processo, mas visa fins educativos pelo emprego do movimento humano.
Para o estudioso, Nicola, uma conceituação atual da Psicomotricidade é que esta ciência nova, cujo objeto de estudo é o homem nas suas relações com o corpo em movimento, encontra sua aplicação prática em formas de atuação que configuram uma nova especialidade. A Psicomotricidade estuda o homem na sua unidade como pessoa (NICOLA, 2004, p. 5)

3. Metodologia

A metodologia é um caminho a ser percorrido durante a elaboração e a construção de uma pesquisa. A abordagem do problema é de ordem qualitativa, visto que se trata de pesquisa social e não aborda tratamento estatístico, e no entendimento de Richardson (1999, p. 80): “(...) os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação entre certas variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais (...)”.
Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, visto não se fazer uso de materiais de campo, ou pesquisa ação, apenas obras já conceituadas cientificamente, ou seja, material já elaborado. Confirmando, Gil (1999, p. 65):
“Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas [...]”.
A pesquisa se classifica, pela sua natureza, como pesquisa pura, pois não se tem a intenção de aplicá-la, e segundo Gil (1999, p.43): “busca o progresso da ciência, procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações e consequências práticas (...)”.
Também se classifica a pesquisa como descritiva pelo fato de descrever a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil. Para Gil (1999, p.44), na pesquisa descritiva busca-se “juntamente com a exploratória, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc”.
A pesquisa não deixa de ser exploratória, pois ao adentrar na opinião de tantos teóricos, faz-se exploração do conhecimento científico para produção da pesquisa. Segundo Gil (1999, p.43) a pesquisa exploratória “tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos com hipóteses pesquisáveis”

4. Estrutura do Trabalho

Para a organização do artigo, o texto foi dividido em três seções. Na primeira, a introdução, que faz uma apresentação do tema abordado com breve explanação do mesmo, seguido do problema que conduziu esta pesquisa e dos objetivos propostos. Também apresenta a metodologia utilizada para sua realização e a delimitação, além desta estrutura.
Na segunda seção, o desenvolvimento, relata-se a fundamentação teórica, enfocando o que é psicomotricidade, as etapas do desenvolvimento infantil segundo principais autores e a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil. Na terceira e última seção, as considerações finais, onde se percebeu que com o desenvolvimento psicomotor é possível aumentar a capacidade motora, cognitiva e psíquica da criança.

5. A Importância da Psicomotricidade na Educação Infantil

Sabe-se que na educação infantil a prioridade é ajudar a criança a ter uma percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao mesmo tempo auxiliá-la a se expressar com maior liberdade, conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras. Que desenvolver:
  • Habilidades motoras que levem a criança a aprender a conhecer o seu próprio corpo e a se movimentar livremente;
  • Habilidades motoras finas, através de diversas atividades que facilitam a escrita;
  • Possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço que a cerca;
  • Facilitar a comunicação e a expressão das ideias.
  • Percepções rítmicas através de jogos corporais e danças.  
É de grande relevância o dito de que, a criança na escola precisa se sentir segura para que possa sentir possibilidades de se aventurar. Trazendo com isso, conhecimento acerca de si mesmo.
É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano. Pois desde a vida intrauterina realizamos movimentos com o nosso corpo, na qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento.
Segundo Assunção & Coelho (1997, p.108) a psicomotricidade é a ” educação do movimento com atuação sobre o intelecto numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurológicas e psíquicas ”. Além disso possui uma dupla finalidade, “assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta as possibilidades da criança e ajudar a sua afetividade a se expandir e equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano“.
Os movimentos expressam o que sentimos, nossos pensamentos e atitudes que muitas vezes estão arquivados em nosso inconsciente. Através da ação sobre o meio físico com o meio social, processa-se o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano.
Portanto, a educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa, onde a criança se confronta com o meio. As educações provenientes dos pais e do âmbito escolar não tem a finalidade de ensinar a criança comportamento motores, mas sim permite exercer uma função de ajustamento individual ou em grupo.
As atividades desenvolvidas no grupo favorecem a integração e a socialização das crianças com o grupo, portanto, propiciam o desenvolvimento tanto psíquico como motor.

 6. A Psicomotricidade na Concepção Neuroeducacional

Conforme esclarece Luria (1981), por muitas décadas os psicólogos estudaram o curso dos processos mentais: de percepção e memória, de fala e pensamento, da organização de movimentos e ações. Daí o interesse científico no estudo do cérebro como o órgão da atividade mental.
Sabe-se que o cérebro humano, é o mais requintado dos instrumentos, capaz de refletir as complexidades e os emaranhamentos do mundo ao nosso redor. Segundo a autora, o estudo acurado desses fenômenos, no contexto das ciências comportamentais, forneceu informações de valor inestimável e revelou importantes pistas para o esclarecimento da natureza das leis científicas que governam esses processos.
Vale ressaltar, tendo como base os estudiosos citados no tópico anterior, que por muitos anos, atribuições ligadas à atividade humana, tal como a estrutura e a função dos processos psicológicos, além da percepção, memória, atividade intelectual, fala, movimento e a ação foram descritas e estudadas por inúmeras teorias psicológicas.
Tal abordagem tem se mostrado cada vez mais eficaz pelo simples fato de os especialistas nas áreas em questão reconhecerem que o aprendizado está ligado a determinados fatores. Falar dos aspectos psicomotores por meio da concepção neuroeducacional é enriquecer ainda mais os caminhos que visam ao desenvolvimento dos pequenos. Por conta dessa visão, a neuroeducação é definida como uma área de abordagem que trata da junção dos conhecimentos da Neurociência, da Educação e da Psicologia.
Pondo em pauta a importância da neurociência, convém enfatizar que a mesma está fundamentada no estudo sobre o sistema nervoso e todas as suas funcionalidades. Além disso, ela estuda as estruturas, os processos de desenvolvimento e alguma eventual alteração que possa surgir no decorrer da vida de uma pessoa. Em outras palavras, é como uma análise minuciosa sobre o que manda e desmanda em nossa vida.
Daí resulta-se um dos impactos da neuroeducação na vida de uma criança, é que em função dos progressos oferecidos por essa ciência, muitos indivíduos conseguem utilizar a autonomia. Desta forma, considerando o aspecto neuroeducacional, a Psicomotricidade ganha uma dimensão inegável pelo fato de sua atuação provir do sistema nervoso central. Ele é responsável pela criação de uma consciência no indivíduo acerca do meio de parâmetros como a velocidade, o tempo, o espaço e a percepção própria da pessoa.

7. A Psicomotricidade no Desenvolvimento Cognitivo

É de suma importância que seja colocado em pauta que o aspecto cognitivo está intimamente ligado ao psicomotor, o desenvolvimento da cognição na infância funciona como força motriz no oferecimento de todas as condições de uma vida saudável e independente à criança. Sendo interessante lembrar que a condição de uma pessoa favorece essa e outras assimilações, pois tal aspecto é responsável não só pelo papel social a que a criança está sujeita, mas a outros pontos fundamentais ao seu desenvolvimento.
A discussão da Psicomotricidade está se tornando comum no meio escolar, em especial no âmbito pedagógico. Estimular as crianças com ações visando desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo, faz parte da educação infantil e o professor pode oferecer inúmeras possibilidades para o desenvolvimento integral da criança. Com esta visão, a psicomotricidade tem a intenção de enxergar o ser humano de uma maneira total, levando sempre em consideração a pessoa e suas habilidades como um vasto campo a ser explorado.
Gonçalves (2010, p.87), afirma que “O corpo como porta de entrada e saída da aprendizagem, utiliza-se da psicomotricidade para expor toda a transcedência de sua experiência.”
O bom exercício docente proporcionará à criança oportunidades de estabelecer equilíbrio quanto às suas capacidades psicológicas, emocionais e motoras em relação ao mundo. Protegida em um ambiente de supervisão e orientação, a criança formará bases para encarar o crescimento de maneira saudável e pronta para assimilar com o corpo, a mente e as emoções às mudanças de fase da vida.
Fonseca (1995), fala da Psicomotricidade como resultado da experiência individual da criança, explicitando ainda que é necessário que a criança simbolize seu corpo, de uma expressão semiótica a seu corpo. Esta simbolização do corpo em si e no envolvimento, é vital para a aprendizagem humana e essencial para a evolução cognitiva da criança.
Piaget (1975) em seus estudos, procura demonstrar que na construção do conhecimento infantil a experiência através da ação é fundamental, assim o desenvolvimento cognitivo está dividido em dois planos; o primeiro, sensório-motor, forma-se nos primeiros anos da criança e ocorre durante toda a sua vida. E o segundo, representativo, inicia-se a partir do primeiro e se desenvolve paralelamente a ele desde os sete anos. É a interação entre estes dois planos que possibilitará a sistematização do conhecimento.
Segundo Coll (2010), os pais, os educadores e as próprias crianças devem compartilhar uma visão positiva do ser humano e de suas possibilidades. Encontrar sentido para a vida, sentir-se em um mundo acolhedor e acompanhado por seres humanos que têm recursos que lhes permitam também ser pró-sociais e inclusive, em determinadas situações, altruístas. Tudo isso é muito importante para sentir-se querido e aceito, para fazer o esforço de descobrir os melhores recursos próprios, mentais e emocionais, e pô-los à disposição da colaboração e da ajuda.

8. A Importância do Desenvolvimento Psicomotor Para a Aprendizagem na Educação Infantil

É importante ressaltar que o desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo e dinâmico, e em permanente evolução em degraus sucessivos logo desde o nascimento. É fundamental para a Educação Infantil não esquecer que cada criança possui suas particularidades. Segundo Barreto, Melo e Silva, o maior desafio da Educação Infantil e dos profissionais é compreender, conhecer e reconhecer que cada criança possui a sua subjetividade, seu jeito único de ser e estar no mundo. É preciso considerar que as crianças são diferentes uma das outras e que cada uma tem um tempo diferente de aprendizagem.
Vale ressaltar que no processo de desenvolvimento psicomotor, a criança é vista em sua totalidade, ou seja, não separa o ser intelectual do emocional e racional, sempre considerando suas habilidades como um campo a ser desenvolvido de modo prazeroso e significativo. Para que esse processo ocorra de forma adequada, é crucial considerar e respeitar a subjetividade de cada criança.
A estimulação do desenvolvimento psicomotor é fundamental para que aconteça a interação dos movimentos com a emoção e a cognição do indivíduo. Para que essa estimulação ocorra de forma adequada é fundamental que a criança disponha de um bom ambiente e de facilitadores para auxiliar no desenvolvimento das capacidades psicomotoras.
É sabido que nem sempre sendo notada, a psicomotricidade se encontra nos gestos mais simples e em todas as atividades que desenvolve a parte motora, tendo como objetivo o conhecimento e domínio pela criança, do próprio corpo. Nesse sentido, a psicomotricidade passa a ser um fator indispensável para o desenvolvimento geral e a aprendizagem da criança. Segundo Alves (2012), o processo de aprendizagem na Educação Infantil tem como base a educação psicomotora, por isso, a raiz dos problemas de aprendizagem, na maioria dos casos, está na base do desenvolvimento psicomotor.
Sobre as fases do desenvolvimento psicomotor, Silva (2010) diz que não devem ser consideradas somente como uma maturação neurológica, sim, como um processo relacional. Levando em consideração as relações do indivíduo com o ambiente em que está inserido e as relações com os demais. As fases do corpo podem ser resumidas em três fase até chegar a perfeição; primeiro o corpo é percebido; em segundo, é conhecido; e, finalmente, é vivido.
É de suma importância que seja pautada a escala do desenvolvimento psicomotor ressaltando as principais características de cada fase dos 2 aos 4 anos, segundo Fonseca (2009):
  • Aos 2 anos: nesta fase a criança chuta uma bola, explora intencionalidade os brinquedos, faz traços horizontais, utiliza frases de pelo menos quatro palavras, consegue abrir uma porta, e/ou gaveta, ajuda ativamente a se vestir ou a se despir, consegue juntar brinquedos de encaixe, imita movimentos verticais e horizontais.
  • Aos 3 anos: nota-se que nesta fase prevalece na criança a vontade de se afirmar, geralmente nesta fase a criança expressa interesse em atividades em que é solicitada que faça desenhos, brinca com outras crianças e já assumem papéis na brincadeira; apresenta uma melhor percepção do espaço, equilibra-se em um pé e na ponta dos pés por um pequeno período de tempo, controla-se em equilíbrio com os olhos fechados, coordena a marcha e a corrida, demonstra o domínio da coordenação motora grossa.
  • Aos 4 anos: percebe-se nesta fase que a criança já consegue desenvolver atividades como segurar o lápis na posição correta e pedalar; demonstra interesse pelos sentimentos das pessoas que estão ao seu redor, como por exemplo, perceber que sua mãe está triste e tentar confortá-la; consegue fazer desenhos do corpo, de casas, apresenta noção em relação ao corpo, sobe e desce escadas alternadamente, sabe seu nome completo, sexo, idade, e, em alguns casos o endereço; sabe esperar a sua vez.
Para Fonseca (2009), nos primeiros anos de vida a criança é compreendida por meio dos gestos, os movimentos constituem grande parte das expressões de suas necessidades até o movimento em que a linguagem começa a ser constituída.

9. A Relação entre Psicomotricidade e Desenvolvimento Infantil

desenvolvimento é um processo ativo, dinâmico e interativo, que vai acontecendo no desenrolar da vida. Como visto nos três conhecimentos básicos, a criança, no processo de desenvolvimento, passa pelas três etapas que são, o movimento, o intelecto e o afeto. A partir de cada um deles observa-se a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil (Fonseca, 2009).

10. Educação Psicomotora

A educação física é extremamente importante no desenvolvimento psicomotor da criança. É através dela que as mesmas irão demonstrar suas habilidades e dificuldades corporais. A educação física é pautada nas necessidades da criança. Desse modo, entende-se que o desenvolvimento da criança acontece através dos três conhecimentos básicos, sendo o movimento o primeiro meio de comunicação da criança. É a partir desses conhecimentos que a criança toma consciência de si mesma, passando a conhecer seu corpo, compreendendo assim a importância de se expressar e compreender o outro (Fonseca, 2009).
A educação física escolar tem como objetivo principal incentivar os movimentos corporais buscando compreender as diversas etapas da vida. A educação psicomotora bem desenvolvida pode detectar possíveis dificuldades, em relação à concentração, coordenação, dificuldades de aprendizagem. As habilidades da criança bem desenvolvidas possibilitam que estas aprendam melhor ou que possam ser detectadas com antecedência problemas como citados acima, colaborando assim para intervir-los (Fonseca, 2009).
O esquema corporal da criança deixa de ser limitado, tornando-a mais perceptiva ao ambiente. Entende-se por esquema corporal o ritmo, o tempo e o espaço da criança (Rosa Neto, 2002).
Tanto o afeto, quanto o intelecto é desenvolvido a partir do movimento – atividade física – que possibilita esse desenvolvimento. É necessário que a criança tenha uma boa coordenação motora para iniciar seu processo de escrita, assim como para a leitura é necessário que consiga concentrar-se. Portanto, a educação psicomotora no ensino infantil exerce um papel fundamental em toda a vida do indivíduo.
“É a educação um fato social tão antigo quanto o próprio homem, devendo ter sido praticada desde que apareceu na terra a primeira família humana. Coincide, assim, o início da história da educação com o da história da humanidade” (BELLO, 1978 p. 9).

11. O Desenvolvimento, a Adaptação Social e o Equilíbrio Afetivo

É preciso estar atento para o fato de que o desenvolvimento infantil vai ser determinado pela própria vida da criança, ou seja, quanto mais oportunidades a criança tem de desenvolver suas capacidades, maiores serão as chance de se apropriarem da cultura em que estão inseridas (ARIOLI, 2007).
Os primeiros anos de vida são de grande importância para o desenvolvimento, nesse momento é fundamental que a criança pertença a um ambiente favorável para seu desenvolvimento e que disponha de estímulos. Segundo Arioli (2007), o desenvolvimento psíquico da criança se inicia com sua inserção no mundo que é mediado pelos adultos, e especialmente por parte dos pais, elas sofrem a forte influência das condições sócio-históricas, culturais, econômicas e políticas do local onde irão se desenvolver.
Do ponto de vista afetivo, o mais importante é que as crianças tenham uma boa história de apego e uma adequada rede de relações sociais que não faltem os amigos, isso ultrapassa as possibilidades da escola, porém esta, na medida do possível, deve favorecer a segurança emocional, promover o compromisso dos pais com a educação dos filhos e favorecer as relações com os iguais.
Existe um fator afetivo extremamente importante que pode fortalecer-se não apenas pela educação incidental, mas também pela educação formal. Trata-se da empatia ou da capacidade de colocar-se no lugar do outro, de compartilhar seus sentimentos e de estar emocionalmente inclinado à cooperação e à ajuda.
É importante ressaltar que as habilidades sociais em seus diferentes conteúdos, especialmente aqueles referentes às relações interpessoais, à promoção da conduta pós-social e ao controle das condutas agressivas, oferecem a possibilidade de melhorar o próprio bem-estar pessoal e social, trabalhar melhor em grupo e relacionar-se melhor com os professores e alunos.

12. A Influência da Psicomotricidade na Aprendizagem

O desempenho motor da criança está intrinsecamente ligado à aprendizagem. As habilidades motoras de recorte, colagem, escrita e o desenvolvimento do intelecto requerem conhecimento do próprio corpo. Se houverem estímulos realizados de forma a abranger todas as áreas do corpo, certamente o desenvolvimento psicomotor se dará plenamente, contribuindo de forma satisfatória para a aprendizagem.
“Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único princípio, diria isto: O fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso seus ensinamentos (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980).”
Ausubel, Novak e Hanesian (1980), nos remetem a aprendizagem significativa, para que ela ocorra é necessário que a criança tenha uma atitude positiva para aprender de modo significativo, ou seja, tenha predisposição para aprender. É importante que a criança relacione material novo aos materiais disponíveis em sua estrutura cognitiva. Ao teorizar a aprendizagem significativa, observa-se a importância da motivação para aprender. A motivação é um fator subjetivo, mas pode ser potencializada através de estímulos adequados.
A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o ser aprendente. Por isso, é importante que a aprendizagem possa ser significativa, esta por sua vez, nos remete a psicomotricidade, que se bem desenvolvida na criança pode gerar níveis de aprendizagem satisfatório, ou se não bem estimuladas, causar consequências (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980).
Para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie cada vez mais o potencial da criança, é necessário que ela estabeleça relação direta com o meio e com aquilo que está aprendendo. Para isso, é importante a estimulação. Portanto, é de suma importância que o professor conheça as crianças e o processo de aprendizagem e possa se interessar por elas como seres humanos sensíveis que estão se transformando, e mais que isso, que são únicos no seu desenvolvimento.

Considerações Finais

Partindo das conclusões comentadas nos itens anteriores, vale ressaltar a participação do educador no cotidiano da criança, pois este possui um papel importante no processo de aprendizagem, devendo respeitar e compreender a subjetividade de cada criança, bem como o ambiente em que está inserida e objetivar uma boa estimulação do desenvolvimento psicomotor.
É fundamental que o educador faça uso das práticas psicomotoras de forma adequada na elaboração das atividades, saindo da educação tradicional e investindo mais em uma educação que proporcione aos professores informações e formações sobre a psicomotricidade no âmbito escolar e dessa forma, oferecer possibilidades de elaborar um trabalho voltado para as necessidades das crianças.
Observa-se com nitidez que o foco principal deste trabalho foi de explicitar como é importante que as crianças tenham oportunidades de vivenciar situações positivas no âmbito escolar, em especial nas séries iniciais, e assim passem a conhecer e confiar em seu próprio corpo e no seu desenvolvimento global, evitando ao máximo que elas passem por experiência que a desvalorizem, mas, sim proporcionem a descoberta das suas habilidades e os melhores meios para aprender aquilo que lhe for proposto.
Por fim, é através da educação infantil que a criança poderá expandir seus movimentos corporais, explorando seus sentimentos, seu corpo. Cabe à escola conscientizar os profissionais da educação infantil do valor da psicomotricidade, pois esta passa a ser um fator indispensável para o desenvolvimento geral e a aprendizagem da criança, desse modo, devem ser reconhecidas através de pequena avaliação, dificuldades psicomotoras que não foram trabalhadas, possibilitando assim o desenvolvimento integral do aluno. O professor deve estar sempre preocupado de trazer atividades corporais para dentro da sala de aula, proporcionado cada vez mais experiência para seus alunos, favorecendo a psicomotricidade fina, auxiliando os alunos de ritmo normal e de aprendizagem lenta a vencer os obstáculos, os desafios da leitura e da escola.

Sobre o Autor:

Liliane Teles Guapindaia - Discente do Curso de Especialização em Psicomotricidade da Faculdade Campos Eliseos

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WALLON, Henri. As origens do caráter da criança. São Paulo: Difusão Européia, 1971.

terça-feira, 25 de junho de 2019

NEUROPSICOPEDAGOGIA

Atuação do Profissional da Neuropsicopedagogia no Contexto Escolar

Atuação do Profissional da Neuropsicopedagogia no Contexto Escolar
(Tempo de leitura: 9 - 17 minutos)
Resumo: Diante de inúmeras mudanças na atualidade, o estudo aqui realizado teve como objetivo analisar se a atuação do profissional da Neuropsicopedagogia pode direcionar de forma mais eficaz e pontual a aprendizagem dos nossos alunos no contexto escolar. A Neuropsicopedagogia se constitui como novo campo de conhecimento direcionado a trabalhar e agir diante das dificuldades de aprendizagem. Este artigo está fundamentado em publicações bibliográficas de autores renomados que se concentram nas crianças em idade de aprendizagem escolar, sendo a escola o ambiente institucional favorável para ser desenvolvida uma prática Neuropsicopedagógica. Esse artigo aborda a relevância do Neuropsicopedagogo na instituição escolar como assessoria na superação dos problemas de aprendizagem ali encontrados. O referencial aqui usado é respaldado nas ideias de vários autores, onde se enfatiza como o neuropsicopedagogo pode agregar nas limitações existentes no espaço escolar, diante das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Também, iremos compreender basicamente a neurociência e a neuroaprendizagem, conhecer o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso central, pontos esses primordiais para a compreensão do processo de aprendizagem. Abordaremos de forma pontual sobre a plasticidade neural, região do cérebro encarregada da aprendizagem e as áreas do córtex cerebral, simultaneamente ativadas nesse processo, fatores esse de extrema relevância para os profissionais da educação. Certamente os professores terão maior sucesso na arte de ensinar estudando e compreendendo como nosso cérebro aprende.
Palavras-chave: Neuroaprendizagem, Dificuldades de Aprendizagem, Aprendizagem Significativa, Córtex Cerebral.

1. Introdução

Neuropsicopedagogia é um campo do conhecimento que compartilha de modo harmonioso com outros conhecimentos e princípios de diferentes elementos das Ciências Humanas: Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Antropologia, entre outras, compreendendo o erro apresentado pelo sujeito na técnica de construção do seu conhecimento, de uma aprendizagem significativa e suas interações como razões relevantes no desenvolvimento das competências cognitivas. Ou seja, neurociência anda junto com outros saberes e ciências, complementando os conhecimentos.
Desta maneira, o profissional da Neuropsicopedagogia apropria-se de um papel de extrema importância na abordagem do enigma da dificuldade de aprendizagem de crianças em idade escolar. As dificuldades encontradas durante esse período são esperadas, entretanto necessitam ser supridas, fazendo-se necessárias algumas intervenções distintas das normalmente utilizadas quando a criança apresenta alguma dificuldade.
Outro fator a ser considerado é a aprendizagem significativa, onde novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o conhecimento prévio que o aluno trás consigo, cabe ressaltar que este é um processo dinâmico em que o novo conceito formado passa a ser um novo conhecimento, que pode servir de futuro ancoradouro para novas aprendizagens (AUSUBEL et al., 1980; MOREIRA, 1999a, 1999b).
A neurociência tem demonstrado o quão promissora pode ser uma parceria com a educação, trazendo todo o seu conjunto de saberes sobre o Sistema Nervoso Central, local onde tudo acontece, como os comportamentos, pensamentos, emoções e movimentos. A partir dos conhecimentos desta área que a educação pode ter um salto quando se fala em efetividade e eficácia, levando em consideração que a partir do surgimento e avanço da neurociência foi possível fornecer melhorias na qualidade de vida da sociedade atual, disponibilizando tratamentos efetivos para variados distúrbios neurológicos, ou seja, contribuiu e tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de soluções de diversos transtornos e doenças, incluindo os problemas educacionais. A neurociência estuda cada funcionamento do cérebro e, a partir de então, consegue intervir nas dificuldades, transtornos e distúrbios de aprendizagem.
A aprendizagem significativa transforma o sistema nervoso central, e isso nos faz refletir em plasticidade cerebral, que é um processo adaptativo que dá ao indivíduo possibilidades de aprender, mesmo frente às novas situações ambientais; o que, além disso, tem trazido contribuições de como a mesma pode ser estimulada de forma mais efetiva dentro da educação.
Também, abordaremos de forma sucinta referente a forma que aprendemos, onde se constatou que é preciso motivação para aprender. A atenção é fundamental na aprendizagem. O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida. A formação da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento prévio.
Objetivou-se apontar quais contribuições que a neuroeducação pode oferecer para os processos de ensino-aprendizagem, bem como o profissional que estuda essa ciência voltada à educação, o Neuropsicopedagogo, pode auxiliar para melhorar o aprendizado, assim como, estimular de forma adequada e diferenciada as potencialidades da criança que cada dia se transforma dentro da modernidade a qual está inserida.
A pesquisa foi realizada a partir de uma análise sistemática de livros e periódicos publicados na internet com as palavras chaves: neuroeducaçãoneurociênciasatuação do Neuropsicopedagogo e psicologia educacional. Julgamos que através da análise e compreensão dos estudos realizados em livros e periódicos que tratam deste tema, iremos proporcionar um esclarecimento maior sobre a questão, de modo a oferecer melhorias no desempenho profissional e trazendo maior clareza sobre referido assunto.
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa numa abordagem qualitativa de caráter exploratório. Foi considerado como objetivo principal deste estudo analisar as contribuições das Neurociências na educação, bem como a importância de um profissional Neuropsicopedagogo ao lidar com a aprendizagem dos alunos com trajetória de insucesso escolar dentro desse espaço.

2. Fundamentação Teórica

A neurociência pode ser uma importante ferramenta no processo de aprendizagem. Isso porque, ao pesquisar e trabalhar informações e dados sobre diferentes aspectos do sistema nervoso, esse ramo do conhecimento nos ajuda a compreender como aprendemos, mostrando-nos diversas possibilidades para aperfeiçoar as relações educacionais.
Segundo Migliori (2013), a ciência vem demonstrando que a aprendizagem é a chave do progresso e do desenvolvimento humano. Porém, os modelos de educação que temos praticados não estão orientados para conhecermos nosso cérebro e nossa mente, e compreender como a aprendizagem os transformam.
A Neurociência nos traz clareza referente ao conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que fazemos mentalmente, as imagens que formam o pensamento e o próprio desenvolvimento infantil. Os neurônios, espelho, que possibilitam à espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado.   A plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar, até a velhice ou a morte, também altera nossa visão de aprendizagem e educação. É a capacidade adaptativa do sistema nervoso e ocorre em todo o momento durante toda a nossa vida.

2.1 Neuroplasticidade

Conforme temos necessidade de novas aprendizagens, acontecem evoluções dentro do nosso cérebro, este faz adaptações no sistema nervoso central, isso decorre da capacidade de modificar sua organização estrutural e seu funcionamento.
Migliori (2013, p. 01) nos explica pontualmente sobre a neuroplasticidade:
[...] essas propriedades correspondem ao fenômeno da plasticidade, isto é, a possibilidade de os neurônios transformarem sua forma ou função, de modo prolongado ou permanente, em decorrência de uma ação do ambiente externo, ou seja, das nossas experiências. Em razão dos impulsos nervoso que percorrem o sistema nervoso central, a plasticidade cerebral ocorre ao longo de toda vida, e dela depende todo o processo de aprendizagem.
Compreendemos então, que o nosso sistema nervoso faz as modificações na sua organização e estrutura de funcionamento mediante as nossas experiências vividas, isso inclui o acontecimento de uma lesão grave no cérebro, até o processo de aprendizagem e memória. Esse fato ocorre de forma constante em todas as ocasiões da nossa vida. Se adapta com a nova situação, criando novas sinapses e caminhos para atingir o mesmo objetivo.
Vale aqui abordar as várias formas de plasticidade, são elas:
  • Neurogênese: ocorre em razão do nascimento de novos neurônios;
  • Neuroplasticidade do desenvolvimento: compreende vários e complexos estágios, a fim de permitir o natural desenvolvimento do cérebro;
  • Neuroplasticidade após lesão cerebral: ocorre pela autorreparação dos tecidos cerebrais em função de reabilitação específica;
  • Neuroplasticidade decorrente das experiências de vida: o cérebro se reorganiza para atender aos nossos desafios e aprendizagem, e modifica as conexões neurais, fixando-as na memória.
  • Neuroplasticidade intencional: pesquisas mostram o quanto podemos provocar as transformações anatômicas e funcionais do cérebro de forma intencional, atividades específicas, como por exemplo, a meditação.
Segundo a Psicopedagoga Maria Irene Maluf (2005) em entrevista a Direcional Educador: "O estudo das neurociências deveria ser aplicado nos cursos de especialização de professores". Defende que "não existe aprendizagem que não passe pelo cérebro, a ciência a neurociência e a neuroaprendizagem, através de neuroimagens, são elementos importantes para evitar o fracasso escolar". Afirma que conhecer o funcionamento do cérebro e do Sistema Nervoso é fundamental para entender o processo da aprendizagem. Ou seja, para entender o que está acontecendo com o aluno, as suas dificuldades, é necessário entender o processo de aprendizagem no cérebro, como ele acontece.
Maluf (2005) destaca a necessidade de ajustes às características etárias específicas dos alunos para atingir o sucesso escolar. Precisa levar em conta a idade de cada aluno e o desenvolvimento do cérebro nessa idade. A plasticidade neural é maior nas regiões cerebrais encarregadas da aprendizagem, e as áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas durante a aprendizagem, fatores importantes que devem ser conhecidos pelos profissionais da educação, e que estes se voltem para esse conhecimento, a fim de contribuir para o sucesso do processo ensino/aprendizagem. Os professores terão mais sucesso no processo de ensinar tendo conhecimento de como o cérebro aprende e utilizando estes conhecimentos com seus alunos.
Maluf (2005), defende que o sucesso escolar depende também do apoio familiar, bem como do apoio aos professores e da escola para ajudar no desenvolvimento da capacidade de aprender e alcançar a condição de autonomia, objetivo maior da educação.
Conhecer o funcionamento cerebral é fundamental para compreender como se dá a aprendizagem de todas as pessoas, em todas as idades e situações, especialmente na escola, frente à educação formal. Mas é importante ressaltar que como a Neurociência cognitiva objetiva estudar e estabelecer relações entre cérebro e cognição principalmente em áreas relevantes para a educação, o diagnóstico precoce de transtornos de aprendizagem está entre as prioridades da Neuroaprendizagem, o que revelará também melhores métodos pedagógicos de desenvolver a aquisição de informações e conhecimentos em crianças com transtornos e dificuldades do aprender, assim como a identificação de seus estilos individuais de aprendizagem no contexto escolar. Isso tudo deve-se primordialmente às descobertas neurocientíficas em torno  de como se desenvolvem a  atenção, a memória, a linguagem, a emoção e cognição, o que traz valiosas contribuições para se alcançar a educação (MALUF, 2005).
Diante desse complexo sistema neural é que a pedagogia escolar deve apresentar seu currículo, sua dinâmica com a classe e seu olhar individual diferenciada com os alunos que apresentam alguma dificuldade em aprender.

2.2 De que Forma Ocorre a Aprendizagem

Nossa aprendizagem intelectual é voltada quando adquirimos conhecimento do mundo externo. Essa aprendizagem tem como característica seu processo lento, pois a esquecemos com certa facilidade. Requer um consumo alto de energia em virtude que demanda esforço consciente, a atenção seletiva e sustentada, bem como a repetição constante do assunto estudado. Rever e relembrar o assunto faz com que a aprendizagem aconteça de maneira efetiva. Nesse quesito que surge a importância de fazer associação dos aspectos emocionais e intelectuais nesse processo de aprendizagem.
Migliori (2013) explica com clareza como ocorre novas aprendizagem:
Para realizar uma nova aprendizagem, acionamos todo o cérebro de forma sistêmica, em redes. Por outro lado, para recuperar uma aprendizagem velha, já conhecida, acabamos acionando somente a área cerebral necessária para realizar aquela ação. Quanto mais repetimos aquela mesma aprendizagem, mais o cérebro reduz o número de neurônios envolvidos com aquela atividade. Isso nos permite dispor de recursos para novas aprendizagens, mas também nos faz perceber os riscos de uma educação centrada no treinamento e repetição.
A partir do momento que entramos em contato com algum estímulo externo, o cérebro passa a trabalhar de forma intensa para dar uma resposta mais rápida. A informação viaja pelos nossos neurônios a uma velocidade de 360 km/h. A resposta varia para cada pessoa, de acordo com a experiência cerebral de cada um. A velocidade é bem significativa, demonstrando a grande capacidade que nosso cérebro tem em se adaptar a novas vivências e situações que possam ocorrer em nossa vida. E as nossas sensações têm uma responsabilidade primordial para o processamento de aprendizagem.
Hoje sabemos que os estímulos adequados a cada faixa etária promovem maior número de conexões sinápticas, além de criar as conexões certas para a aprendizagem, mas é preciso saber como se dá a maturação neurológica para que se possa estimular adequadamente essas conexões e assim não causar prejuízos ao processo de aprendizagem. Ou seja, é muito importante ter esse conhecimento, buscar entender como ocorre esse processo de aprendizagem, com o intuito de ajudar os alunos com dificuldade de aprendizagem.
Diante dessas informações relevantes, é de vital importância o educador perceber as relações que existem entre a aprendizagem, as emoções, a afetividade com seu professor, o gosto pelo aprender, o esforço cognitivo, o meio em que o aluno vive, bem como a necessidade de continuação dessas funções sistêmicas no cérebro, sem repetir modelos prontos de aprendizagem, que ativam sempre os mesmo âmbitos já constituídos. Isso diminui a eficácia de formar novas redes sinápticas, ou seja, não aumentando a capacidade de aprendizado. Faz-se necessário, então, criar novas formas de ensinar, com o objetivo de proporcionar novas sinapses. Se o aluno não aprende de uma maneira, é necessário que ensiná-lo de outras maneiras, fazer com que o aluno aprenda e goste de aprender.

2.3 Atuação do Neuropsicopedagogo no Espaço Escolar

Referente ao termo de Neuropsicopedagogia, vale salientar que é uma área de estudo das Neurociências que tem por objetivo a “análise dos processos cognitivos, [...] construir indicadores formais para a intervenção frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido à lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquiridas” (ROTTA apud CONSENZA, 2011, p.50).
Segundo o Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, capítulo III, do exercício das atividades, das responsabilidades e promoção profissional, resolução SBNPp n° 03/2014:
1°. Entende-se que sua atuação na área de Institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva escolar deve contemplar: a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/especialização.
Agora que já temos um breve conhecimento da importância da neurociência em meio à educação, bem como as atribuições de um Neuropsicopedagogo descritas acima, vale refletir sobre o nosso sistema de ensino convencional. Sabemos que o mesmo demonstra certa fragilidade para ensinar aos alunos que apresentam alguma dificuldade, ou transtornos de aprendizagem. Por isso, é de extrema importância abrir espaço para que o profissional da Neuropsicopedagogia intervenha nesse processo e ajude as instituições a reformularem sua prática pedagógica. Proporcionando, desta forma, novas oportunidades ao aluno de aprender, criando estratégias que favoreçam o processo ensino/aprendizagem.
Neuropsicopedagogo detém o conhecimento necessário para colaborar de maneira categórica nesse processo de transformação. Esse profissional tem ciência que, quem ensina, ensina um "alguém", fato esse de vital importância. Portanto, o docente precisa ajustar o seu modo de ensinar à melhor forma de como esse "alguém" aprende. Pensando nesse indivíduo de maneira especial, ou seja, de maneira particular. E a área que traz o conhecimento necessário para identificar as melhores práticas é justamente a Neurociência, área essa de especialização de um Neuropsicopedagogo.           

3. Considerações Finais

Notamos cada vez mais a necessidade de reformular as práticas educacionais. Muitos educadores percebem nitidamente em suas carreiras, inúmeros resultados negativos relacionados à sua didática em sala de aula; conclui-se então, que é imprescindível conhecer o funcionamento cerebral, constatando a “raiz do problema”, para então saber que abordagem melhor se aplica para sanar tais dificuldades. É aí que entra o profissional da Neuropsicopedagogia, este tem o relevante papel de ajudar os docentes a compreender o funcionamento desse sistema e a auxiliá-los a reorganizarem suas aulas e sua maneira de ensinar, de forma que resultem em estimular o cérebro o mais eficazmente possível. Isso resultará em êxito se o processo neurobiológico de cada indivíduo for respeitado, ou seja, respeitar a individualidade de cada um.
Considerando a teoria apresentada pelas obras literárias dos autores consultados, conclui-se que é de extrema valia, na prática pedagógica do educador, reconhecer a importância e compreender o funcionamento do sistema nervoso e seu desenvolvimento. Como se pode perceber, o papel do Neuropsicopedagogo demanda uma atuação de extrema importância, na medida em que ajuda a minimizar o sofrimento de alunos com seu fracasso escolar, através de estratégias e técnicas aprendidas ao longo de sua formação, possibilitando assim atuar neste espaço de forma reeducativa, entendendo como o cérebro funciona e como aprende. E, o mais importante, aplicando com os aluno esses novos conhecimentos.
Ao buscar desvendar as possíveis perturbações na aprendizagem do indivíduo, esse profissional poderá eliminar ou amenizar os obstáculos do sintoma da não aprendizagem, com base nos conhecimentos das Neurociências. Vale lembrar que superar as dificuldades e os desafios impostos pelo insucesso escolar, caminho percorrido pelo Neuropsicopedagogo, não é nada fácil, devido às expectativas colocadas em seu desempenho profissional que, por sua vez, reflete diretamente no rendimento escolar do aluno que se encontra em processo de tratamento.
Concluímos que a Neurociência, apesar de ser uma área muito jovem, vem trazendo grandes contribuições para educação. O trabalho em conjunto com o profissional da Neuropsicopedagogia dentro do contexto, resultará em ganhos satisfatórios para os educando, bem como para os educadores que também necessitam de maior conhecimento sobre essa área.

Sobre os Autores:

Fernanda Schneider - Pedagoga - Atua como Orientadora Educacional em uma escola da rede municipal do Município de Concórdia/SC. Cursando pós graduação em Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica.
Alício Schiestel - Professor Orientador. 

ReferAUSUBEL, D.P., NOVAK, J.D. e HANESIAN, H. Psicologia educacional. (trad. de Eva Nick et al.) Rio, Interamericana, 1980. 625 p.

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