PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

domingo, 27 de maio de 2007

Quem somos nós? - Drummond

SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM

Distúrbios Neurológicos , Transtornos da Emocionais, Transtornos da Aprendizagem
Até que ponto o professor é co-responsável?

A complexidade do nosso cérebro



O cérebro humano é a obra mais perfeita do universo! Sua complexidade é tamanha que, ao longo dos milhões de anos que o homem habita este planeta e, com todas as tecnologias que já foram desenvolvidas a partir do cérebro humano, ainda temos um longo caminho a percorrer até que consigamos desvendar uns 10% de todo o potencial dessa maravilhosa máquina que é nosso cérebro. É em função de toda essa complexidade que as neurociências têm investido longos anos de pesquisas para explicar e tratar os inúmeros transtornos que nosso cérebro é capaz de produzir.
O cérebro humano é caracterizado de acordo com o modelo biomatemático proposto por Piaget como um sistema aberto, ou seja, só é capaz de sobreviver e de se desenvolver por intermédio de contínuas trocas com o meio. Em casos de comprometimento da viabilização desse intercâmbio, o sistema poderia entrar em colapso. Assim, a pessoa pode dispor de toda a estrutura neurofisiológica intatcta mas, apresentar dificuldades na interação com o meio através dos órgãos receptores (audição, visão, tato, paladar e olfato ), por outro lado, pode ter nascido com malformação congênita do sistema neurológico e/ou adquirido através de acidentes ,por exemplo, perdendo assim, partes das áreas previamente designadas a execução de funções como: Coordenação do esquema corporal (todos os movimentos do corpo coordenados com o espaço físico em que a pessoa se encontra), andar, falar, internalizar conceitos, organizar o raciocínio, planejar e executar atividades, dar respostas coerentes de acordo com a demanda do ambiente.
Geralmente essas funções são mais evidenciadas quando a criança ingressa na escola e lhe é exigido comportamentos previamente esperados pela maioria das pessoas que convivem em sociedade. Essas exigências infelizmente são padronizadas considerando a idade cronológica da criança. Digo infelizmente porque as diferenças individuais e idiossincráticas não são consideradas, no momento em que padronizamos comportamentos, atitudes e desempenhos esperados.
Nesse sentido há uma infinidade de distúrbios, disfunções e “defeitos” a que todos os seres humanos estão vulneráveis ao longo de sua existência. Mas, o que nos alenta é saber que o nosso cérebro estará sempre em processo de transformação e adaptação. Uma das primeiras “proezas” foi a de ter aprendido a representar o que observa e vivencia por meio das imagens e da linguagem e, dessa forma pode construir um registro interno extremamente valioso, que lhe possibilita corrigir e regular suas próprias interações, adaptando-se melhor . Isso significa que a característica maior das nossas estruturas mentais seria a de ter aperfeiçoado incrivelmente o mecanismo de auto-regulação. O Homem aprendeu a se utilizar de forma consciente e ágil de sua experiência passada para se organizar no presente, já com vistas no futuro.

Os principais distúrbios da aprendizagem escolar


As diversas terminologias já catalogadas para o mal funcionamento cerebral vão desde um “simples” transtorno (simples no sentido de menor prejuízo a pessoa) até os distúrbios mais graves com comprometimento de grande parte das funções, incapacitando a pessoa.
Quando a criança já nasce com um distúrbio cerebral perceptível aos olhos dos médicos e dos pais, a intervenção médica precoce é altamente recomendada podendo minimizar sobremaneira as limitações da criança ao longo do seu desenvolvimento.
Porém, quando a criança nasce fisicamente normal e ao longo do amadurecimento neurológico não apresenta nenhuma “pista” de que algo não está se desenvolvendo como deveria, a ajuda pode demorar bastante e, em alguns casos nunca virá e, a pessoa acaba por desenvolver uma série de transtornos limitadores ao seu convívio social .
Por outro lado, quando a criança ingressa na escola, muitos destes distúrbios podem ser identificados e, encaminhados aos profissionais especializados para o devido tratamento. É na escola, no convívio com os colegas e professores que são identificados os principais transtornos “invisíveis” causadores de dificuldades de aprendizagem, dificuldades estas relacionadas a uma infinidade de comportamentos entre eles: comportamento anti-sociais cujas características principais são a timidez em excesso, a agressividade, ou a psicossomatização. Nessa área, a criança pode desenvolver desde uma simples febre sem uma causa fisiológica aparente até sérios distúrbios de alimentação, de comportamento social e graves dificuldades de aprendizagem, levando-a a um comprometimento grave das funções cognitivas (aprendizagem geral e escolar).
Esta fantástica complexidade é comandada pela maravilhosa máquina cerebral. Nosso cérebro tem inúmeras possibilidades que, multiplicadas pela 10ª potência, ainda não temos condições para dimensionar quais as “alternativas” inconscientes que ele escolherá para nos mostrar que não está sendo bem tratado ou, que não está sendo devidamente aproveitado. Dentre os inúmeros transtornos , disfunções e/ou dificuldades para a aprendizagem, os mais comuns são: a DCM – Disfunção Cerebral Mínima; Transtornos emocionais (anorexia, depressão, agressividade, gagueira, doenças alérgicas, entre outros); Dislexia, Dislalia, Disfasia, Discalculia e, por aí vai...
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – o famoso TDAH, tem sido o mais controvertido dos transtornos dentre as inúmeras dificuldades de aprendizagem que a criança irá enfrentar (infelizmente) ao longo de sua vida acadêmica.
É importante ressaltar que, nem sempre o problema está concentrado na dificuldade da criança. Considerando que o processo de formação de educadores ainda é deficitário. Acresce-se aí a nova realidade das famílias que se configuram ora mãe, filhos ou mãe, padrasto e filhos ou ainda, madrastas, filhos e “filhos do meu pai e/ou filhos da minha mãe”, etc.
Com isto quero dizer que, todas essas transformações ainda não foram totalmente assimiladas pela escola e, também pode se configurar em mais uma, dentre as inúmeras causas das dificuldades escolares, ou seja, a nova organização das estruturas familiares que podem gerar os transtornos emocionais que, por sua vez geram graves dificuldades da aprendizagem e que , geralmente só são detectáveis na escola.
Partindo desse princípio é fácil deduzir a grande responsabilidade do professor ao compartilhar dessa “cadeia” de agentes que tanto pode contribuir para a gravidade da situação como também para a solução da infinidade de problemas , dificuldades e limitações a que a criança estará exposta por ocasião do seu ingresso na escola.
Analisando todos esses aspectos, pode-se admitir que o professor infelizmente , ainda não se sente preparado para detectar (adequadamente), tais dificuldades. A família por outro lado, apesar de sofrer com o problema, também não tem informações suficientes para compreender e buscar ajuda , acabando por contribuir para a gravidade do problema. Com toda essa gama de possibilidades e condicionais, obviamente , é sempre a criança que sofrerá as piores conseqüências.



Mecanismo de aquisição da habilidade de leitura e escrita



A título de ilustração, é interessante percebermos a complexidade dos processos que envolvem a habilidade da leitura, objeto principal para o conseqüente desenvolvimento das habilidades cognitivas exigidos pela criança ao longo de sua vida acadêmica e consequentemente, social. Aprender a ler envolve primeiramente a identificação dos símbolos impressos (letras e palavras) e o relacionamento destes símbolos com os sons que eles representam. No início do processo de aprendizagem da leitura, a criança tem de diferenciar visualmente cada letra impressa e, perceber que cada símbolo gráfico tem um correspondente sonoro. Quando a letra p é visualizada, esta deve ser relacionada com a forma sonora que a representa, ou seja : Ao entrar em contato com as palavras a criança deverá discriminar visualmente cada letra que forma a palavra a forma global da palavra e associa-la ao seu respectivo som, formando uma unidade lingüística significativa.
Se a associação entre palavra impressa e som não for realizada a criança não poderá ler, pois as letras e as palavras não terão correspondentes sonoros, (Dislalia). Como exemplo suponhamos que vivemos numa sociedade na qual se fala uma língua estranha, mas que nós a conhecemos e a falamos muito bem. Para escrever essa língua usam-se letras que podemos facilmente diferenciá-las umas das outras, mas desconhecemos sua relação com a fala.
Quando vemos esta palavra escrita ( # = % * @ ) percebemos perfeitamente que os cinco sinais são diferentes, mas para nós, não passam de desenhos, não tem qualquer significado já que desconhecemos os sons que eles representam. Da mesma forma, a criança que não consegue fazer a associação palavra impressa-som quando se depara com a palavra livro esta não passa de um desenho porque não tem correspondência com a sua linguagem falada.
Esse processo inicial de leitura que envolve a discriminação visual dos símbolos impressos e a associação entre palavra impressa e som é chamado de decodificação.
Mas para ler, não basta apenas realizar a decodificação dos símbolos impressos, é necessário que exista também a compreensão e a análise do material lido. A compreensão não é nada mais que relacionar as palavras que são decodificadas aos seus respectivos significados (objetos)
A capacidade de leitura envolve portanto as seguintes etapas:
 Decodificação – palavra impressa e som
 A compreensão – relacionar as palavras que são decodificadas aos seus respectivos significados (objeto)
 Análise crítica - o material impresso que foi decodificado e compreendido.
Deve suscitar no leitor uma reação as idéias impressas. As reações podem ser emocionais ou intelectuais. A crítica emocional caracteriza-se pelas reações do tipo gostei , não gostei, - as reações intelectuais, caracterizam-se pela avaliação teórica dos fatos – sua exatidão ou inexatidão pela análise do contexto social que enquadra os fatos que estão sendo apresentados.

Por outro lado, a escrita é o inverso da leitura. Se na leitura se estabelece uma relação entre palavra impressa – som – significado, na escrita a relação estabelecida é entre som – significado – palavra impressa. Essas duas habilidades ou seja, a de leitura e da escrita, são os pré-requisitos essenciais para a aquisição do conhecimento preconizado pela escola. Sem essas, o aluno jamais terá condições de acompanhar os conteúdos programáticos desenvolvidos e cobrados pela escola.

Conseqüências emocionais agravantes – A criança problema

Comumente a escola torna-se um ambiente aversivo e gerador de ansiedade pois, é nesse local que a criança se depara frente a frente com seus problemas e com as exigências de ter uma boa produção para poder passar de ano. Quando a criança apresenta este tipo de transtorno, (Denominado de Dislexia) as dificuldades acumuladas a cada etapa de aprendizagem, as cobranças dos pais e professores e, os risos, gozação dos colegas, contribuem para o desenvolvimento de comportamentos os mais diversificados possíveis ora agressivos, ora apáticos, ora psicossomáticos (febres, dores de cabeça, alergias, distúrbios alimentares: anorexia ou obesidade, etc.) ou transtornos comportamentais tais como: inibição, timidez e ansiedade frente ao ambiente escolar que , podem culminar, na maioria das vezes em evasão escolar se a criança não receber a ajuda necessária.
As dificuldades escolares (independentes da causa) devem ser motivo de preocupação de professores e pais, na tentativa de se fazer um diagnóstico precoce com a finalidade de se desenvolver uma estratégia de ajuda, que auxilie a criança a superar os obstáculos que vão tornando impossível o ato de aprender a ler e a escrever.

Diante disso, o que podemos fazer?

Considerando a complexidade no nosso cérebro e as inúmeras maneiras que ele nos proporciona para criar problemas e consequentemente, buscar alternativas de solução, temos então uma infinidade de intervenções que podem minimizar os trantornos e, em muitas situações até eliminar completamente o problema. Dessa forma, as neurociências já desenvolveram inúmeras técnicas de intervenção que, atualmente são aplicadas com excelentes resultados, tanto nas disfunções mais simples até as mais comprometedoras. Dentre elas pode-se citar:
 Psicoterapias cognitivo-comportamental; psicanálise, Gestalt-terapia, terapia sistêmica, terapias humanísticas, etc. para a reestruturação da personalidade, (auto-estima, autoconceito e auto-percepção):
 Psicopedagogia com intervenção na psicomotricidade;
 Psicopedagogia com Reeducação do esquema corporal;
 Intervenção psicopedagógica com ênfase no Treino de processo de atenção (TPA) aplicando exercícios organizados hierarquicamente , endereçados especificamente aos cinco componentes da atenção ( a focalizada, mantida, alternada, seletiva e a dividida). Os exercícios são planejados de modo a requerer, de um modo gradual, sistemático e progressivo o envolvimento cada vez mais intenso e compreensivo do sistema cognitivo que se encontra comprometido, dentre outras.

É importante ressaltar que todos os problemas de aprendizagem têm uma causa e, consequentemente uma solução. Se não totalmente, dependendo da gravidade do problema ainda assim, pode-se conseguir resultados altamente positivos com a intervenção psicológica e psicopedagógica , atuando multidisciplinarmente, o paciente pode conquistar melhorias de qualidade em todas as dimensões do seu desenvolvimento.
Cabe aos pais e educadores compreender e observar o comportamento da criança e/ou do jovem e, a partir dessas observações buscar a ajuda profissional necessária para redirecionar o processo evolutivo do (s) distúrbio (s) tanto das estruturas neurofisiológicas quanto da evolução das estruturas de personalidade pois, como disse inicialmente, a complexa e maravilhosa cerebral sempre poderá encontrar novos caminhos para solucionar os problemas e transpor os obstáculos que nos são apresentados cotidianamente sejam eles físiológicos, psicológicos, neurológicos, sociológicos ou pedagógicos !
Nesse contexto, o professor jamais poderá se eximir da responsabilidade, uma vez que sua função social não se restringe a transmitir informações. Antes de tudo, tem-se que se envolver com a formação global do aluno. Não há educação se não houver envolvimento, compromisso, engajamento. A recompensa, garanto-lhes, sempre vale a pena ! Para essa maravilhosa máquina que se constitui o cérebro humano há sempre uma alternativa que pode transformar, criar, adaptar, reorganizar-se num todo harmônico transformando um humano-problema em um humano-feliz!


Vera Maria de Carvalho
Pedagoga e Psicóloga, especialista em
Psicodiagnóstico, Psiconeurolinguística e
Reabilitação cognitiva
crp 6663-2 -(61)3340-0114




Sugestões Bibliográficas:
CAPOVILLA, Fernando César (et.alii) TECNOLOGIA EM (RE) HABILITAÇÃO COGNITIVA, UMA
PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR, S.P. Ed. Loyola, 1998
ALSOP,Pippa e McCAFFREY,Trischa, (org.) TRANSTORNOS EMOCIONAIS NA ESCOLA,
ALTERNATIVAS TEÓRICOAS E PRÁTICAS, S.P. Summus, 1999
BARROS, Juliana M.G. JOGO INFANTIL E HIPERATIVIDADE, R..J. Sprint, 2002
DROUET, Ruth C.R., DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, S.P. Atica, 1995

A BELEZA MAIS COMPLEXA DO UNIVERSO

PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO SIGMUND FREUD

DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL


By:Vera Maria de Carvalho

Segundo Sigmund Freud, o ser humano está sujeito, desde o nascimento a um desenvolvimento, segundo o qual, o direcionamento da libido em cada estágio determina a construção e estruturação da personalidade. Assim, ele divide estes estágios em:
1. ESTÁGIO ORAL: é o mais primitivo do desenvolvimento. As necessidades, percepções e modos de expressão do bebê estão originalmente concentrados na boca, lábios, língua e outros órgãos relacionados à zona oral. Fase oral-erótico: desejo de comer, dormir e alcançar o relaxamento que ocorre no final da sucção. Fase oral-sádica: agressiva, que se expressa no ato de morder , mastigar, cuspir ou chorar, que está vinculada aos desejos e fantasias primitivos de morder, devorar e destruir (protofantasias).
OBJETIVOS: Estabelecer uma dependência confiante nos objetos que proporcionam cuidado e apoio, estabelecer expressão e gratificação confortável das necessidades libidinais orais, sem excessivo conflito ou ambivalência de desejos orais sádicos.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: A gratificação ou privação oral em excesso podem resultar em fixações libidinais que contribuem para os traços patológicos. Podendo incluir: excesso de otimismo, narcisismo, pessimismo (vistos com freqüência nos estados depressivos). Os caracteres orais são com freqüência excessivamente dependentes e exigem que os demais os sirvam e olhem por eles. Tais pessoas querem ser alimentadas, mas podem ser excepcionalmente dadivosas, a fim de conseguirem receber em retribuição. A inveja e o ciúme estão freqüentemente associados aos traços orais.
TRAÇOS DE CARÁTER: O êxito na resolução da fase oral proporciona uma base na estrutura do caráter para a capacidade de dar e receber sem excessiva dependência ou inveja, uma capacidade de confiar nos outros com um sentimento de segurança de confiança e, autoconfiança.

2. ESTÁGIO ANAL: é ativado pela maturação do controle neuromuscular sobre os esfíncteres, especialmente o esfíncter anal, permitindo deste modo, maior controle voluntário sobre a retenção ou expulsão das fezes. (1 a 3 anos).
OBJETIVOS: Essencialmente um período de luta pela independência e separação com respeito à dependência e controle dos pais. Os objetivos de controle esficteriano sem controle excessivo (retenção fecal) ou perda do controle (sujando-se) estão unidos às tentativas de autonomia e independência da criança, sem medo ou vergonha da perda de controle.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: Traços de caráter mal-adaptados, aparentemente inconscientes, derivam do erotismo anal e das defesas contra o mesmo.
Regularidade, obstinação, teimosia, voluntariedade, e parcimônia são traços de caráter derivados de uma fixação às funções anais. Quando as defesas contra os traços anais são menos eficazes, o caráter anal revela traços de elevada ambivalência, desordem, desafio, cólera e tendências masoquistas. As características e defesas anais são vistas mais comumente nas neuroses obsessivo-compulsivas.
TRAÇOS DE CARÁTER: O êxito na resolução da fase anal proporciona a base para o desenvolvimento da autonomia pessoal, capacidade de independência e iniciativa pessoal, capacidade de autodeterminação e capacidade de cooperação sem excessiva teimosia nem sentimento de autodepreciação ou derrota.

3. ESTÁGIO FÁLICO: Começa em algum momento do terceiro ano de vida e continua até o final do 5º ano aproximadamente. Interesse sexual, estimulação e excitação na área genital.
OBJETIVOS: Consiste em concentrar o interesse erótico na área e nas funções genitais. Essa concentração coloca os fundamentos para a identidade de gênero e serve para integrar os resíduos de estágios anteriores numa orientação sexual predominantemente genital. O estabelecimento da situação edípica é essencial para o fomento de identificações subsequentes, que servem de base para importantes e duradouras dimensões da organização do caráter.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: É bastante complexa, abrangendo quase todo o desenvolvimento neurótico. Os problemas centram-se na castração nos homens e, na inveja do pênis nas mulheres. Outro foco de distorções evolutivas nesse período deriva dos padrões de identificação desenvolvidos sem a resolução do complexo de Édipo. A influência da ansiedade de castração e da inveja do pênis, as defesas contra ambas e os padrões de identificação surgidas na fase fálica são os determinantes primários do caráter humano. Também incluem e integram os resíduos de estágios psicossexuais anteriores, de modo que as fixações ou conflitos derivados de quaisquer estágios precedentes podem contaminar e modificar a resolução edípica.
TRAÇOS DE CARÁTER: Este estágio proporciona a formação de um senso de identidade sexual, de um sentimento de curiosidade, não apenas sobre pessoas e objetos do ambientes, mas também sobre os processos internos e os impulsos. A resolução do conflito edípico no final do período fálico desperta poderosos recursos internos para a regulação dos impulsos e sua orientação para fins construtivos. Essa fonte de regulação é o superego, que se embasa em identificações originalmente derivadas das figuras parentais.

4. ESTÁGIO DE LATÊNCIA: é de relativa tranqüilidade ou inatividade do impulso sexual, que se estende da resolução do complexo de Édipo até a puberdade (5/6 anos até cerca de 11-13 anos).É um período de ligações primariamente homossexuais e de sublimação das energias libidinais e agressivas em aprendizagem energética e atividades lúdicas.
OBJETIVOS: É a integração das identificações edípicas e a consolidação da identidade sexual e dos papéis sexuais. A relativa aquiescência e o controle dos impulsos instintivos permitem o desenvolvimento dos aparelhos do ego e o domínio de habilidades. Elementos de identificação adicionais podem ser acrescentados aos componentes edípicos. Com base nos contatos com outras figuras importantes fora da família: professores, treinadores e outros adultos.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: O perigo neste estágio pode surgir da falta ou do excesso de controles internos. A falta de controle pode levar ao fracasso da criança na sublimação de suas energias em prol da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades. O excesso de controle interno pode levar ao encerramento prematuro do desenvolvimento da personalidade e a elaboração precoce de traços de caráter obsessivos.
TRAÇOS DE CARÁTER: A criança pode desenvolver um senso de diligência e uma capacidade para o domínio de objetos e conceitos que lhe permitam funcionar de forma autônoma e com senso de iniciativa, sem correr o risco de fracasso , derrota ou de sentimento de inferioridade. Essas importantes realizações precisam continuar sendo integradas, como base para uma vida adulta de satisfação no trabalho e no amor.

5. ESTÁGIO GENITAL: adolescência (estende-se no começo da puberdade 11-13 aproximadamente, até o início da idade adulta) . Existe uma tendência a subdividir este estágio, atualmente em pré-adolescência, adolescência inicial, adolescência, adolescência tardia e até pós-adolescência. Caracterizada pela maturação fisiológica dos sistemas de funcionamento genital e dos sistemas glandulares que os acompanha.
OBJETIVOS: Primários: constituídos pela separação definitiva da dependência e do círculo parental e, pelo estabelecimento de relações objetais heterossexuais, não-incestuosas e amadurecidas. Relacionados a esses objetivos estão a obtenção de um sentimento de identidade individual amadurecido e a aceitação e integração de um conjunto de papéis e funções adultas que permitam novas integrações adaptativas dentro das expectativas sociais e dos valores culturais.
TRAÇOS PATOLÓGICOS: Devido ao fracasso ou má resolução deste estágio são múltiplos e complexos e os desvios patológicos. As resoluções anteriores mal-sucedidas e as fixações nas várias fases ou aspectos do desenvolvimento psicossexual produzem imperfeições patológicas na personalidade adulta emergente.
TRAÇOS DE CARÁTER: a resolução e reintegração bem-sucedida de estágios psicossexuais anteriores na fase adolescente, plenamente genital, normalmente estabelece o cenário para uma personalidade totalmente madura, com capacidade para uma plena e gratificante potência genital e um senso de identidade auto-integrado e consistente. Tal indivíduo alcançou satisfatória capacidade de auto-realização e significativa participação nas área de trabalho e amor, bem como de dedicação produtiva e criativa a objetivos e valores gratificastes e importantes. Somente nos últimos anos é que foi posta em quentão a suposta relação entre generalidade psicossexual e funcionamento maduro da personalidade.

SISTEMAS DE PERSONALIDADE
SEGUNDO SIGMUND FREUD


1º MODELO
- SISTEMA DA PERSONALIDADE - (1900)
O CONSCIENTE:
 É separado do pré-consciente pela barreira do recalcamento. O recalcamento consiste em excluir da consciência toda representação psíquica que a crítica formulada pelo princípio que norteia nossa vida desperta e voluntária julgue inaceitável.
 Sua principal função é receber os estímulos do ambiente ou do interior do indivíduo. Não se deixa marcar por nenhuma excitação (sistema de traços mnêmicos). É regido pelos mesmos processos do pré-consciente.


1ºMODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE -(1900)
PRÉ-CONSCIENTE


 É uma subparte do consciente. O que os diferencia é sua funcionalidade. . . .Situado entre o
consciente e o inconsciente.
 Entre o pré-consciente e o inconsciente existiria uma “censura” que impede certos conteúdos do inconsciente tenham livre acesso aos demais. Através do recalcamento.
 Atua sobre o controle da motilidade; do pensamento ágil, da atenção; da memória; e do raciocínio. Além de ser o responsável pela censura dos conteúdos inconscientes


1ºMODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE- ( 1900)
O INCONSCIENTE
 É organizado por leis e princípios que lhe são próprios e um regime energético , específico.É o núcleo ativo da personalidade. É constituído por dois aspectos:
1º . o conteúdo - definido pela presença de atos psíquicos (idéias) que carecem de consciência.
- Impulsos carregados de desejo (protofantasias) transmitidas de geração em geração.
2º - o modo de funcionamento: Desconhece a dúvida e a negação. Regulado apenas pelo princípio do prazer.. Dispensa toda e qualquer referência à realidade. São atemporais.(seus conteúdos não são organizados em função da ordem de suas ocorrências e não se alteram ao longo da vida do sujeito ). Esses conteúdos estão sempre ativos e permanecem presentes no inconsciente, mesmo quando passam para o sistema consciente.

2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE - 2ª TÓPICA
ID
 Constitui a parte obscura , inacessível de nossa personalidade. É a essência biológica do homem.
 As leis lógicas do pensamento não se aplicam a ele.(assim, impulsos contrários: amor-ódio,
coexistem lado a lado. Não há nada que se possa comparar a negação. Seu conteúdo é de
impulsos apenas em busca de descargas afetivas. É atemporal; amoral;
 É a expressão dos impulsos de morte e de vida , presente em todos os organismos vivos.

2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE -2ª TÓPICA (1914)

EGO
 Não está presente no início da vida do indivíduo, devendo ser desenvolvido. É geneticamente
uma parte do Id adequadamente modificada pela proximidade e contato com o mundo externo.
 Funciona como escudo protetor contra tudo aquilo que ameaça o aparelho mental..Enquanto
sistema, encontra-se principalmente voltado para o meio externo, sendo instrumento perceptivo básico daquilo que surge de fora. Constitui-se no órgão sensorial de toda a personalidade, é receptivo também às excitações provenientes do interior do sujeito. É durante o seu funcionamento que surge o fenômeno da consciência.
 Sua incumbência é observar o mundo externo, estabelecendo um quadro do mesmo nos traços da memória. Para tal é preciso que se separe o que é oriundo do mundo externo, daquilo que provém de fontes internas ).
 Cabe a ele também controlar os impulsos provenientes do Id à motilidade. Este controle é efetuado, principalmente pela atividade do pensamento. Este se impõe no Ego , entre o impulso e a ação. Retira do Id a energia (libido) para exercer tais funções. Para tanto, utiliza-se de subterfúgios (mecanismos de defesa) ou seja, identifica-se com o objeto do desejo libidinal, desviando para sí próprio a libido do Id.


2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE - 2ª TÓPICA (1921)
SUPEREGO


 Funciona como a “agencia crítica” da nossa personalidade. É formado durante o declínio do complexo de Édipo, a partir da interiorização das imagens idealizada dos pais. Decorre deste processo que a parte referente a imagem idealizada (dos pais) transmuta-se no interior do Ego,em imagem idealizada de si mesmo, e a parte referente á função paterna constitui-se em agente crítico do Ego dotado de características de severidade e proibições que a criança atribuía aospais.
 Tem como função crítica e normativa e revela-se como base de todo ideal humano - Situa-se frente ao Ego como modelo (se é ideal) e obstáculo (se é o proibido).
 É o responsável pela origem da consciência moral, sentimento de auto-estima e de sentimento de culpa.


RELAÇÕES ENTRE A REALIDADE EXTERNA,
ID - SUPEREGO - EGO


O ego tenta conciliar e sintetizar as exigência contraditórias e mesmo incompatíveis, emanadas do Id, do Superego e da realidade externa. Ao exercer sua função, o Ego é de um lado, observado com severidade pelo Superego, que estabelece padrões definidos para sua conduta, sem levar em conta as demandas do Id. Por outro lado, o Id também luta pela satisfação plena de seus impulsos, permanecendo rígido e intolerante no desconhecimento das imposições do Superego e na ignorância dos limites impostos pela realidade externa. Esta última por sua vez, permanece indiferente aos anseios, desejos e restrições que emanam e são criados pelo próprio sujeito.


TIPOS PSICOLÓGICOS SEGUNDO FREUD

Os seres humanos se constituem em variedades de quase infinita multiformação. Podemos, entretanto, delimitar alguns tipos psicológicos gerais, fundamentando-nos no estudo da libido. Deve-se , por outro lado, ressaltar que a descrição de tipos não mantém , para Freud, nenhuma relação com a psicopatologia, muito embora, em suas expressões extermas, possam aproximar-se dos quadros clínicos, vedando, assim a brecha entre normal e patológico. Com tal ressalva feita, é possível descrever três tipos libidinais básicos, de acordo com a localização predominante da libido em diferentes setores da personalidade:

Os tipos podem existir sem que haja a presença de patologia. Aliás, através de seu estudo, não é possível desvendar nenhum aspecto marcante relativo à gênese nem das neuroses nem das psicoses. Os tipos puros, onde predomina o investimento libidinal em uma única instância psíquica não são, em geral propensos a conflitos psíquicos condicionantes da neurose ou psicose.
Entretanto, no caso de desenvolvimento de perturbações na personalidade, os tipos eróticos evoluiriam para a histeria, enquanto que os tipos obsessivos voltar-se-iam predominantemente, para a neurose obsessiva. As pessoas de tipo narcisista,
pela independência que mostram em relação ao mundo externo, estariam mais propensas à psicose, além do fato de poderem apresentar alguns fatores essenciais que o condicionam à criminalidade.


MECANISMOS DE DEFESA

No processo de evolução do nosso psiquismo, passamos por diversas etapas para nos adaptarmos às nossas percepções, ou seja, tudo que percebemos no mundo externo e elaboramos internamente para que possamos construir nossa personalidade. Para tanto, de acordo com Freud, necessitamos de alguns mecanismos para mantermos o nosso equilíbrio principalmente quando a libido concentra-se em determinados “espaços psíquicos” e nos “intima” a emitir determinados comportamentos que, nem sempre são aceitos socialmente. Assim, utilizamos vários “mecanismos de defesa do ego”. É importante lembrar também que todos nós, em certos momentos, lançamos mão desses mecanismos e isto não constitui nenhum mal. A patologia só se manifesta quando deixamos de racionalizar nossos comportamentos e não conseguimos mais distinguir o que é um mecanismo temporário de defesa, de um estado permanente (dentro do mecanismo). Exemplo: é perfeitamente normal um adulto se sentir irritado, frustrado, triste, quando perde uma competição pela qual estava treinando há bastante tempo. É perfeitamente compreensível se este adulto chorar, às vezes até em público, pela perda (mecanismo de regressão) porém, deixa de ser normal e passa a ser patológico, se este adulto chorar a cada situação cotidiana em que seus desejos não sejam atendidos. Portanto, vamos entender melhor estes mecanismos:

1.REPRESSÃO
: Esquecimento seletivo de situações desagradáveis que provoque ansiedade. Ocorre inconscientemente e está subjacente a todos os outros mecanismos de defesa. A energia reprimida é geralmente deslocada para uma ação que em si não causa angústia. Ex. lavar as mãos compulsivamente para aliviar a culpa pela masturbação.

2. REGRESSÃO: O indivíduo, angustiado apresenta formas de comportamentos características de fases anteriores de desenvolvimento. Quando criança, voltar a chupar bico tomar mamadeira por ocasião do nascimento e um irmão. Quando adulto, frente a uma situação angustiante, pode chorar, gritar, roer as unhas e fazer birra tal qual uma criança.

3. PROJEÇÃO
: mecanismo no qual características do indivíduo que a estão angustiando são vistas por ele mesmo, como pertencentes a outros indivíduos.
Desconfiar sempre da honestidade do outro, pode representar em sua conduta, certos traços de desonestidade que o incomodam e prefere vê-los em outras pessoas.

4. NEGAÇÃO: Implica na percepção do mundo tal como a pessoa desejaria que ele fosse e não como ele é. O devaneio, e o sonho acordado do adulto é uma forma de negação da realidade. Muitas vezes para se adaptar ao meio social somos levados a utilizar este mecanismo diante de evidências visíveis, dizemos que não estamos com raiva quando, na verdade, estamos sentindo e manifestando uma cólera intensa.

5. FORMAÇÃO REATIVA: Deformação da consciência de forma que um impulso que originalmente gera a ansiedade e angustia, é substituído por motivação diametralmente oposta. Uma pessoa pode aparentar bondade com outra quando na verdade sente mesmo é hostilidade e ódio. Esta suposta bondade impede a angústia e o sentimento de culpa que ocorreria caso a pessoa desse vazão a hostilidade reprimida.
6. RACIONALIZAÇÃO: É dar razões socialmente plausíveis para comportamentos individuais não aceitáveis socialmente. Estudante que não passa no vestibular diz que foi até bom pois aquele não era exatamente o curso que queria fazer.
7. AGRESSÃO: Reação típica da frustração. Pode ser direta: quando se dirige a pessoa ou objetos provocadores de frustração. Agredir fisicamente alguém, ou quebrar um objeto. Agressão é indireta e a forma mais comum. Descarregar tensões ou frustrações na mulher, quando o chefe lhe chama a atenção no trabalho.

8. SUBLIMAÇÃO: Substituir a energia oriunda do Id para outro objeto de modo a se manter a auto-estima e proteger-se contra a autocrítica e ansiedade. A energia é canalizada conforme os padrões sociais . Toda a gama de atividades científicas, artísticas, culturais é resultado da sublimação da libido e da agressividade que foram impedidas de se expressarem livremente.
9. REAÇÃO DE CONVERSÃO: Conversão de tensões psicológicas e emocionais em sintomas físicos (dores de cabeça, úlceras etc.)

10. IDENTIFICAÇÃO: por este processo o indivíduo é levado a incorporar características daquele com o qual se identifica, fortalecendo seu ego com sentimentos de autovalorização, prestígio e estima. É muito comum o adolescente identificar-se com artistas, heróis ou adultos que por ele é valorizado (professor por exemplo)


Mini-biografia de Sigmund Freud


Nasceu em 6 de maio de 1856 em Freiberg –Tchecoslováquia. Seus pais eram judeus – viveu 83 anos – aos 4 anos sua família mudou-se para Viena onde viveu quase todo o resto de sua vida. Saiu aos 82 anos para morar em Londres, onde morreu em 23 de setembro de 1939.
Freud era o mais velho dos oito filhos nascidos do segundo casamento de seu pai. Tinha 2 meio-irmãos do primeiro casamento. No entanto, era o primeiro filho de sua mãe e o mais querido (“meu Sigi de ouro”). Seus pais depositaram todas as expectativas confiando em sua capacidade intelectual. Ao mudarem-se para Viena, a Freud foi destinado um pequeno cômodo para seu uso exclusivo na casa, que deveria acomodar oito pessoas, havia além daquele escritório, apenas mais três quartos. Embora ficasse separado do resto da casa, isso não o impedia que o som dos exercícios de piano de sua irmã chegasse até ele e o atrapalhasse. Por isso, uma possível carreira de pianista foi interrompida, em favor dos estudos do jovem Freud.
Casou-se em 1886 com Martha Bernays de quem estava noivo há 4 anos. Aos 67 anos um câncer no maxilar o obrigou a uma sofrida operação à qual se seguiram outras 32 intervenções. Nessa época, morreu um de seus netos prediletos cujo sentimento de perda o fez perder também o prazer de viver. Sofreu as perseguições como todos os judeus.





BIBLIOGRAFIA:
1. BARROS, C.S.G., PONTOS DE PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO, 2ª
ed., S.P., Ática, 1987.
2. RAPPAPORT, C.R. (Coord.), TEMAS BÁSICOS DE PSICOLOGIA, Vol.7,
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3. KAPLAN H. e SADOCK B. J., COMPÊNDIO DE PSIQUIATRIA, Ciências
comportamentais , Psiquiatria Clínica,P.A., Artes Médicas, 1993.