PSICOPEDAGOGIA NEUROPSICOLÓGICA - ESPAÇO PARA DISCUSSÃO DE TEMAS RELATIVOS A PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PSICÓLOGOS.REABILITAÇÃO COGNITIVA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. TEMAS RELACIONADOS AO ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA E REABILITAÇÃO COGNITIVA - DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM, SÍNDROMES DA APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

sábado, 31 de dezembro de 2016

Desejo a todos os internautas!! 

Que curtiram minha página, E ATÉ OS QUE NÃO CURTIRAM.....OS QUE  leram meus artigos e publicações E OS QUE NÃO LERAM Que todos enfim, tenham um ano de 2017 repleto de realizações, com objetivos bem definidos e metas simples e/ou complexas, não importa, desde que todas sejam trabalhadas e milimetricamente conquistadas!

Boas Festas!
Harmonia em seus lares!
Saúde para dar e aproveitar!
Ano Novo, Vida Nova, Desejos renovados!!!!

                      FELIZ ANO NOVO!!!!!!!

sábado, 17 de dezembro de 2016

                FELIZ NATAL
                                                       BY: VMC


Aproximando-nos  do final de um ciclo comemorações!
Mais  um ano se finda!  O bom  ou   ruim,  não importa
Agora são  passado!  Voltamos a alimentar novas esperanças
Desejamos novos rumos, novas perspectivas, novas ilusões!

Apesar dos pesares, o balanço que podemos fazer é:
Vitória!  É  sempre positivo porque a vida continua..
Bem ou mau, apesar das perdas, temos uma trajetória a cumprir:
Sobreviver,  afinal,  temos um mundo para gerir,  pessoas para renascer!

Vida cheia  de contradições, natureza cheia de revolução
Final de ciclo com inúmeras decepções.  Autoridades sem
Nenhuma reputação! Oh! Deus como será a nova geração?
Tristezas, violências, decadência, revoluções, quanta desilusão!

Novo ano se anuncia, novas perspectivas , novas amizades.
Novo ano, novos amores, novos parceiros, novas ilusões!
Precisamos nos nutrir dessa esperança genuína que JESUS de Nazaré
RE-INVENTOU  para prosseguirmos  na permanente expectativa de felicidade!

Sejamos realistas, sejamos esclarecidos, sejamos solidários, sejamos tolerantes
A vida continua. Crianças nascem  todos os dias! A  esperança se renova...
Renascimentos, assim determina a inteligência superior: Sejamos infantes!
Façamos uma bela e harmoniosa ceia para cultivar esse Natal: Renovando-se!




terça-feira, 15 de novembro de 2016

A MAIOR PERDA DA MINHA VIDA...

QUERIDA MAMÃE DONA DICA - 1922 - 2016 - O DIA MAIS TRISTE DA MINHA
VIDA...QUE DEUS LHE RECEBA COM CARINHO QUERIDA MÃE. OBRIGADA POR
TER SIDO MINHA MÃE E MEU PAI NESSA VIDA! ATÉ BREVE!!

COMO LIDAR COM A PERDA?

Ninguém Prepara Os Filhos Para o Envelhecimento dos Pais


Sabem quando a preocupação é tanta que nem conseguimos chorar? Quando o sentimento de impotência se sobrepõe a qualquer lágrima narcisista que naquele momento nos diz que nada mais importa a não ser a pessoa que temos à nossa frente, naquela cama de hospital? A roupa para passar a ferro pode esperar, o jantar pode esperar, o Mundo pode esperar.

E à nossa frente encontra-se aquela pessoa de olhos vidrados, sem reacção, numa fugaz memória da mulher forte que uma vez foi. Continua a ser a mesma pessoa, sem ser a pessoa que era. Qualquer pergunta que fazemos, fazemo-la sem grandes expectativas de obter resposta, apenas para conforto próprio de que estamos de facto ali. No quarto ao lado ouvem-se os gritos duma qualquer outra mulher desdentada e desesperada, toda ela dores e doenças. Para mim, qualquer outra mulher, mas para outra pessoa, também ela a razão pela qual nem se consegue chorar de tanta preocupação.

É costume dizer-se que nada nos prepara para sermos pais, que são os filhos que nos ensinam a ser pais. Mas o que não nos ensinam mesmo é a sermos filhos de pais envelhecidos. Queremos salvá-los deles próprios, impedir que o corpo ceda mais rápido que a cabeça, ou que a cabeça ceda mais rápido que o corpo, mas não há como. 

E o tempo passa a correr. O meu pai já nem parece o mesmo. Também ele não chora de tanta preocupação. A mulher com quem passou a vida toda, a quem prometeu amar na saúde e na doença, ali está, doente. E ele, a ficar doente, sugado pela doença da mulher que ama, mas que já não reconhece. Quando o amor passa a pura e constante preocupação torna-se numa forma estranha de amar, e o desespero leva-o a fazer coisas irreconhecíveis. Também ele é a mesma pessoa sem ser a pessoa que era. Muito mais magro, muito mais pálido, muito mais triste. E nada nos prepara para isso.

No hospital, outras pessoas esperam, umas mais preocupadas, outras mais aliviadas. As ambulâncias vão chegando, uns choram, outros gritam, outros olham o vazio, e há sempre quem esteja a tentar perceber o que é que se passou com cada um deles. Quem morreu, quem não morreu. Esta é a dinâmica da sala. Não há conversa de ocasião que se possa fazer, não importa o tempo, a política, futebol ou religião. Importa apenas aquela pessoa que amamos e que queríamos recuperar, voltar a vê-la, forte e saudável como ela era.

O mais triste é quando chega o luto antecipado. Aquela réstia de esperança que na verdade já nada espera. É quase como que aguardar pela autorização de poder chorar. E pior de tudo é saber que, quando a barragem que contem as nossas lágrimas finalmente rebentar e estas correrem incontroláveis pelo nosso rosto abaixo, sabermos que choramos em pranto num misto de tristeza e alívio. Isso é o mais triste, a noção de que a pessoa está melhor assim, inexistente enquanto que nós, os que continuam mortais, aqui ficamos, na merda.

Nunca ninguém nos preparou para isto, nunca a sociedade se preparou para isto. O nossos líderes falam em envelhecimento ativo e saudável, mas falam por ocasião, não por genuína preocupação, porque na verdade a forma como olham e tratam os velhos pouco lhes importa. Importa-lhes não terem dores de cabeça ou escândalos que possam manchar as suas ambições políticas. Vemos isso quando estamos desesperados, no corredor das urgências, tudo é treta.

A forma como as pessoas são tratadas não difere muito da maneira como se tratam os refugiados. Agregam-se as pessoas idosas e doentes todas num sítio comum e estas passam a ser apenas mais um nº para a estatísticas, onde ninguém realmente se importa a não ser a própria família, e por vezes nem isso.

domingo, 6 de novembro de 2016

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA PARA UMA VIDA MAS LEVE


VOCÊ ACREDITA QUE ESTÁ VIVO???



Se depois de ler esse texto você achar que ainda está vivo, ótimo!


Caso contrário, é bom repensar se ainda existe algum sopro de vida aí dentro. Vou contar como tudo aconteceu.
A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.
Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios disseram, não.  Enquanto o meu coração gritava, sim! Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina. Morri no dia em que me entreguei à preguiça. No dia em que decidi ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma. Você pensa que não decide essas coisas? Lamento. Decide sim! Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, 
espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.

Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só. Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura. Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor. Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.
Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis. A pior delas? Eu mesma. Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões. No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos. Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei. Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia. Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor. Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.

Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã. Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou. Ficou vazio… Sem história, música ou cor. Não morri de causas naturais. Fui assassinada todos os dias. As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos. Mas ainda assim foram decisões.

O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas. É dessas que me despeço.

Lidia Guerra.            

           

domingo, 16 de outubro de 2016


A importância dos vínculos afetivos no desenvolvimento e nas dificuldades de aprendizagem

                                                                                        Por :David Léo Levisky


O desenvolvimento das funções psíquicas, entre elas o aprendizado, depende de questões ligadas ao equipamento biopsicológico, e ao investimento afetivo dessas funções.


Aprender tem origem latina: “ ex-ducere” - colocar para fora, um processo que vem do interior para o exterior. Entende-se interior o mundo mental, interno, dos afetos, das emoções, dos sentimentos, dos pensamentos, sonhos e fantasias.
São elementos que constituem a subjetividade individual, cada vez mais singular na cultura contemporânea. Considero aprendizado o desenvolvimento de um conjunto de funções cognitivo-afetivas que envolvem processos e sistemas neuropsicoafetivos e sócio-culturais que participam da vida adaptativa do sujeito ao meio e às suas necessidades, dentro dos seus limites, na busca de maior autonomia. São sistemas interligados que sofrem influências externas tanto do ambiente físico quanto do psicossocial. Tais sistemas se estimulam de forma recíproca e adquirem no decorrer do processo de desenvolvimento relativa autonomia funcional que depende de capacidades integrativas das experiências objetivas e subjetivas do sujeito.

Nesta oportunidade não serão abordadas as dificuldades de aprendizagem decorrentes de causas orgânicas congênitas ou adquiridas (seqüelas traumáticas ou infecciosas), mas aquelas decorrentes de distúrbios relacionais ao nível dos investimentos afetivos durante o desenvolvimento da criança.

A clínica psiquiátrica de orientação psicanalítica põe em evidência dificuldades de aprendizado, global e específica, como conseqüência da vida relacional, não raro, a partir das primeiras relações afetivas ou, até mesmo antes do nascimento e, em função do imaginário dos pais e do meio circundante. Distúrbios neuroperceptivos pré-existentes contribuem na organização e na dinâmica das dificuldades relacionais. Nos processos precoces de desenvolvimento e no estudo dos seus desvios torna-se difícil determinar qual fator teve início primeiro. De qualquer forma, são situações interdependentes que demandam atenção global e não apenas voltadas para as dificuldades específicas.

As dificuldades de aprendizagem podem ter causas específicas que levam a problemas emocionais emocionais. Mas o inverso também é verdadeiro, questões psicoemocionais gerando dificuldades específicas. As dificuldades de aprendizado podem ser a expressão de sintomas de conflitos psíquicos inconscientes decorrentes de inibições, repressões, cisões, projeções, ansiedades, fobias que interferem nos processos de simbolização e de representação. Há casos cuja dificuldade de aprendizagem é conseqüente à não aquisição ou à aquisição deficitária ou distorcida na construção do mundo interno, da organização egoica e superegoica, das vicissitudes da vida pulsional. São fenômenos que interferem nos processos de simbolização, ligados aos mecanismos de defesa do ego, à estruturação do self, ao processo de identificação, às características das relações objetais e à baixa tolerância às frustrações.

As dificuldades de percepção e de discriminação que se manifestam precocemente ou durante a vida escolar de modo a interferir na pedagogia formal e no comportamento como expressão de conflitos inconscientes que afetam as funções egóicas, inclusive a organização do pensamento, a leitura e a escrita, a compreensão e a expressão do mundo simbólico. Lembrar sempre que estamos falando de seres em desenvolvimento cujas funções estão em processo de estruturação biológica e funcional. Todos nós temos a experiência de ter passado por momentos de angústia e sentido sua interferência na percepção do mundo interno e externo. São situações que afetam a capacidade de pensar, de analisar, associar. Uma criança que sofra estados repetitivos ou crônicos de ansiedade, e mesmo de angústia, pode resultar em perturbações na apreensão da realidade interna e externa bem como na organização de respostas catárticas ou elaboradas.

Regressões, fixações, organizações defensivas caracteriais, inibições interferem no desenvolvimento psicopedagógico e comprometem o desenvolvimento das potencialidades agressivas, destrutivas e reparadoras, da criatividade, da capacidade de brincar e das capacidades instrumentais da criança, podendo se cristalizar.

Para um desenvolvimento adequado das potencialidades psíquicas, e, portanto, das funções ligadas ao aprendizado, é fundamental a existência de um bom vínculo inicial parental por meio do qual se estabelece o sentimento de confiança básica. A qualidade das relações afetivas interfere no desenvolvimento dos processos biológicos, na mielinização, no desenvolvimento das terminações sinápticas, nas defesas imunológicas, no ganho pôndero-estatural, por exemplo
 Através da relação dual mãe-bebê, acrescida da função paterna complementar às necessidades de sustentação das funções maternas e determinante no processo de triangulação, o bebê terá condições para desenvolver o que Winnicott chamou de espaço transicional no qual a cultura, o conhecimento e o aprendizado terão lugar. Dependendo das características de desenvolvimento e resolução desta triangulação, exemplificada pela elaboração da relação simbiótica entre o bebê e sua mãe com a separação proporcionada pela entrada do terceiro elemento, o pai é que se estabelecem as noções do eu, tu, ele; a percepção do espaço bi e tridimensionais fundamentais para a formação e o desenvolvimento da atividade simbólica, da linguagem em suas diferentes formas de expressão.

Winnicott mostra a importância do espaço, do objeto e dos fenômenos transicionais para o desenvolvimento dos elementos simbólicos e consequentemente da cultura. A capacidade simbólica pode ser compreendida “como a capacidade de experimentar a perda do objeto e o desejo de recriá-lo no interior de si mesmo dão ao indivíduo uma liberdade inconsciente na utilização dos símbolos; o fato de que o indivíduo a experimenta como uma de suas próprias criações permite-lhe sua livre utilização. A formação do símbolo reina sobre a capacidade de comunicar, pois toda comunicação é feita através de um símbolo”(Hanna Segal, 1957).

Viver o espaço da ilusão e da realidade, usar, brincar, fantasiar, confrontar experiências a partir do contato com o objeto real externo, a mãe ou sua representante afetiva, inicialmente representada pelo corpo materno, são as bases para o aprendizado criativo.

Os distúrbios da aprendizagem se manifestam, com frequência, sobre aquelas funções em franco desenvolvimento por estarem recebendo maior investimento afetivo. Distúrbios de orientação têmporo-espacial, por exemplo, pode ser uma decorrência da falta de sincronismo nos ritmos existentes na relação mãe-bebê ao perturbar a capacidade de continência das tensões emocionais.

Para o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem não basta uma coleta cuidadosa dos sintomas e da história do paciente. É preciso diagnosticar a qualidade das relações emocionais do presente e do passado-presente, isto é, dos aspectos infantis presentes nas relações. Assim, será possível, levantar hipóteses sobre a existência de fatores psicológicos e emocionais na organização psíquica do sujeito. Não basta conhecer a criança. É fundamental compreender a criança que está na cabeça dos pais e os pais que estão na cabeça da criança: expectativas, papéis, fantasias, condições sócio-culturais e emocionais mesmo antes do nascimento e, principalmente, durante os primeiros anos de vida.

A compreensão da dinâmica familiar interfere na constituição do espaço interno e na formação e desenvolvimento dos objetos representativos dos afetos e do mundo exterior. Tais elementos participam do processo de aprendizagem e da dinâmica na mediação entre o sujeito e o mundo ao seu redor. Ansiedades existentes na relação do casal ou num dos pais é apreendida pela criança interferindo e mobilizando fantasias ou mesmo perturbando o desenvolvimento de funções como dar e receber, unir e separar, dividir e multiplicar, experimentar ou evitar a experiência emocional.

A aquisição do aprendizado e do conhecimento depende da capacidade para suportar tensão e frustração na aquisição do novo. Portanto, é fundamental que se tenha a preocupação de procurar entender a gênese do fenômeno: se as dificuldades apresentadas pela criança são expressão de conflitos emocionais da criança, da família, do meio sócio-cultural ou uma resultante de um conjunto no qual a criança é o emergente, o sintoma de uma rede complexa de relações perturbadoras que interferem no processo de aprendizagem.

Não se pode avaliar as dificuldades de aprendizagem desvinculada dos processos relacionais familiares e sócio-culturais com o risco de se fragmentar o sujeito e favorecer o desenvolvimento de sentimentos de exclusão.

Para ilustrar estas questões complexas que envolvem as primeiras relações afetivas e a aprendizagem apresentarei o caso de um rapaz de 15 anos. As inúmeras dificuldades sociais e de aprendizagem conduziram-no a se submeter à psicoterapia psicanalítica e ao um trabalho psicopedagógico, complementares entre si.

Resumo do caso:

João é muito tímido, aspecto frágil e aparenta um ar deficitário. Envergonha-se ao fazer algo errado. É repetente por duas vezes. Desde o início do primeiro grau necessitou de reforço pedagógico. Suas dificuldades escolares se intensificaram na quinta série, em desenho geométrico, depois em matemática e ciências. Relaciona-se, de preferência, com crianças menores. É motivo de gozação entre os colegas. Primogênito e único homem de uma prole de 3 filhos. Tem pouca iniciativa. Mantém-se distante das irmãs e pouco se relaciona com o pai, mais descontraído quando em companhia da mãe. Queixa-se de pesadelos após filmes de terror, apesar de sentir grande atração. Imagina-se futebolista profissional no futuro, mas não tem tenacidade.
Desiste ao ter de enfrentar dificuldades, mesmo as mais comuns. Tem poucos colegas e não se mantém em grupo. Suas qualidades esportivas não correspondem às suas expectativas. É motivo de agressão entre os colegas. Inúmeros medos. Fez várias tentativas de tratamento psicoterápico e psicopedagógico com resultados medíocres. Apresenta-se dependente e com pouca autonomia. Quer sempre agradar e tem pavor de errar. O envolvimento afetivo é superficial e não demonstra grande curiosidade cognitiva. Seu ritmo é extremamente lento, sem energia.
O conteúdo adquirido é de forma mecânica. Não apresenta déficits de compreensão, manejos gramaticais ou semânticos; bom vocabulário ativo, denotando dificuldades para a “metalinguagem”, isto é, para explicar o significado das palavras.
Acentuada disgrafia. A leitura é adequada quanto a entonação, expressividade, velocidade e pontuação. Sua visão dos fatos é rígida e não reflexiva, com pouca mobilidade do pensamento. A elaboração oral é melhor do que a escrita. Dificuldades de análise e síntese.

Em sua história de vida existem fatos relevantes que permitem suspeitar da importância da qualidade dos vínculos precoces na relação mãe-bebê-família. A sucessão de situações traumáticas resultou na vivência angustiante e catastrófica de sua relação com o mundo, com as novas experiências. O paciente, muito esperado, nasceu num ambiente de alta expectativa intelectual. Os pais, durante o período gestacional, estavam muito preocupados com a mudança para o exterior, dedicando-se pouco à gravidez. Surgiram graves conflitos entre o casal. Por ocasião do seu nascimento a mãe entrou em importante quadro depressivo. O período adaptativo no exterior foi muito difícil, o mesmo ocorrendo no retorno para o país.

Tudo isto para reproduzir o texto de Winnicott intitulado “Tudo começa em casa” no qual aborda a importância das primeiras relações afetivas na constituição do sentimento de ser e das possibilidades para o desenvolvimento das potencialidades psíquicas. Só existe um bebê lá onde existe o outro para lhe dar significado.
É através de trocas complexas entre mãe e bebê que se organiza um continente psíquico no qual poderão emergir e evoluir as potencialidades psíquicas construtivas, destrutivas e reparadoras.
O uso pelo bebê do objeto afetivo, seguido de frustrações adequadas, permite prazer e desprazer em níveis suportáveis para o bebê possa integrar e modular aspectos contraditórios e sintônicos do self. Esse processo evolutivo depende da capacidade de ilusão e de desilusão, elementos participativos do processo de simbolização. Ele ocorre por ocasião da incorporação e projeção dos objetos do mundo interno (símbolos representativos dos objetos reais e concretos da vida afetiva do bebê). Por meio desses processos iniciais adequados, da continência afetivo acolhedora o bebê desenvolve conhecimento e aprendizado concomitantes ao processo de identificação, imitativos e criativos, re-significados pelos pais e meio ambiente, durante os sucessivos intercâmbios que ocorrem na vida relacional.



Bibliografia
Levisky, D.L.: “ Algumas contribuições da psicanálise à psicopedagogia” In Scoz (org) Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional Porto Alegre Artes Médicas 1992
”Ética, psicanálise e responsabilidade social na educação” trabalho apresentado no “El umbral del milenio” Lima-Peru 15 a20 abril de 1998 Sociedad Psicoanalítica del Peru.
Levisky,R.B. “Possíveis relações entre a psicodinâmica familiar e o processo de aprendizagem” Psicopedagogia – Avanços teóricos e práticos –escola-família – aprendizagem. Anais do V Congresso Brasileiro de Psicopedagogia São Paulo Vetor editora psico-pedagógica Ltda. Pag.272-279. 2000.
Segal, H.: “Notes on symbol formation”Int. J. Psychoanal.38, 391-397 1957



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

AUTOESTIMA X NARCISISMO - TEXTO PARA DEBATE

Como criar uma criança com autoestima sem torná-la narcisista



Desde os anos 70, a autoestima tem sido um tema supervalorizado entre pais, professores e psicólogos. Os pais ouvem por aí que precisam elevar a autoestima de seus filhos para que eles possam se tornar adultos felizes e produtivos.



ALERTA 1:
AUTOESTIMA É MUITO DIFERENTE DE NARCISISMO. O QUE VOCÊ ACHA?
COMO FAZER ESSA DISTINÇÃO?
ATENÇÃO PAIS, EDUCADORES, FAMILIARES, PROFISSIONAIS EM GERAL...

Já os educadores acreditam que a autoestima é a chave para o sucesso acadêmico, então tentam incutir nas crianças desde cedo o senso de valor próprio para que se tornem “crianças melhores”.  Enquanto os psicoterapeutas incentivam as crianças a criarem um senso de autoestima. Muitas pesquisas demonstram que realmente há uma grande relação entre a autoestima e o bem-estar subjetivo, ou o bem-estar geral. A questão é que estamos, sem querer, criando uma geração de narcisistas.
Alguns psicólogos afirmam que existem certos traços genéticos que influenciam na formação da personalidade, outros defendem a tese de que a personalidade é moldada ao longo do tempo, ou seja, a personalidade é mutável. Já outra parcela de psicólogos acredita que a personalidade é fluída na infância e formada entre o final da adolescência e início da vida adulta.

ALERTA 2: ACREDITO QUE A PERSONALIDADE É MUTÁVEL ATÉ PORQUE, SOMOS SERES HUMANOS E CONSEQUENTEMENTE SOMOS VULNERÁVEIS A TODAS AS INTEMPÉRIES....TODOS PODEMOS MUDAR. MELHOR...TODOS PODEMOS EVOLUIR...
Brummelman (psicólogo e pesquisador) admite que acredita na existência de um componente genético que influencia no desenvolvimento de alguns traços de nossa personalidade, tanto com relação à autoestima geral quanto com relação ao narcismo. No entanto, ele defende que o fator mais importante reside na interação da criança com os pais, professores e outros adultos relevantes na sua criação, ou seja, tudo depende do ambiente em que a criança cresce. Embora a autoestima e o narcisismo tenham algumas características bem semelhantes, em princípio elas são bem diferentes. Assim, quando tentamos incutir autoestima em nossas crianças, podemos estar na verdade encorajando-as a desenvolver tendências narcisistas.
O senso comum diz que o narcisismo é uma forma exagerada da autoestima, mas os pesquisadores afirmam que a diferença vai muito além disso. Tanto a autoestima quanto o narcisismo se baseiam na percepção que temos a respeito de como somos vistos pelos outros. No entanto, tanto os narcisistas quanto as pessoas que têm uma autoestima elevada, percebem o mundo social de uma forma diferente dos demais e isso faz toda a diferença em como eles veem a si próprios e aos outros.
Os narcisistas enxergam seu mundo de forma piramidal, eles veem uma hierarquia em tudo e, adivinhem só, eles sempre se veem no topo ou planejam estar lá. Para eles as pessoas não são iguais, existe sempre o mais fraco e o mais forte, dessa forma eles se sentem autorizados a passar por cima dos outros para alcançar o almejado “topo”. Por outro lado, as pessoas com elevada autoestima percebem o mundo de maneira horizontal, e não querem passar a frente dos demais, querem apenas se dar bem. Em outras palavras, veem os relacionamentos como fins em si mesmos, e não como um meio.



ALERTA 3: OS NARCISISTA SENTEM-SE COMO SUPERIORES EM TODAS AS INSTÂNCIAS: BELEZA, INTELIGENCIA, COMPETÊNCIA,ETC. OS QUE POSSUEM AUTOESTIMA PREFEREM SENTIR-SE COMO PESSOAS DIGNAS...
Em suma, os narcisistas se vêem como superiores, enquanto as pessoas com alta autoestima preferem se ver como dignas. Os sinais de autoestima e narcisismo começam a aparecer em torno dos sete anos de idade. Este é o momento em que as crianças começam a desenvolver o sentido global, bem como habilidades de percepção social, começam a comparar-se com os outros e intuir como são vistas por eles. Segundo os pesquisadores, a adolescência é o marco final para que a pessoa desenvolva uma autoestima elevada ou se torne um narcisista.
Para testar esta teoria, os pesquisadores realizaram um estudo de longo prazo no qual avaliaram a personalidade das crianças ao mesmo tempo em que observavam a interação delas com os pais. Eles descobriram que as crianças que desenvolveram uma autoestima elevada foram criadas por pais bondosos, que manifestavam carinho por elas, no entanto, não elogiavam os filhos excessivamente. Já as crianças que desenvolveram uma personalidade narcisista tiveram pais que as supervalorizavam e que constantemente as comparavam com outras crianças, supervalorizando os seus ganhos com relação às demais.
Brummelman e seus colegas propõem várias intervenções para ajudar as crianças a desenvolverem uma autoestima elevada, livre de tendências narcisistas.
Em primeiro lugar eles sugerem que os pais e professores elogiem as crianças por seus méritos, mas sem compará-las com outras crianças. A diferença entre “bom trabalho” e “você é o melhor” pode parecer sutil, no entanto, a primeira transmite um senso de merecimento, enquanto a segunda transmite um senso de superioridade que é o núcleo do narcisismo.
Em segundo lugar, os pais também devem auxiliar as crianças na forma como elas pensam, encorajando-as a pensar que são iguais às outras e tão merecedoras quanto elas, em vez de estimulá-las a pensar que são superiores.
A terceira intervenção que os pesquisadores propõem é destinada para aquelas crianças que apresentam sinais de baixa autoestima. Estas crianças precisam de adultos significativos em suas vidas para ajudá-las a interpretar melhor as observações que fazem sobre si mesmas e na forma como se percebem vistas pelos outros. As pessoas que têm baixa autoestima, tanto crianças como adultos, tendem a ignorar elogios e se criticarem demais. Portanto. os mais velhos precisam assegurar a essas crianças que elas são dignas dos comentários positivos e que precisam aceitar a crítica como um feedback construtivo. Todos esses cuidados vão servir para que essas crianças se tornem adultos com uma autoestima elevada, e não apenas narcisistas.
Fonte: PsychologyToday traduzido e adaptado por Psiconlinews
PARA PAIS, PROFESSORES E FAMILIARES: PENSE NISSO!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

VAMOS CHORAR????????????CHORAR NOS FORTALECE!




Você se acha chorão? Estudo revela que todos os que choram são mais fortes!


Geralmente, as emoções são todas diferentes umas das outras, assim como as pessoas que as gerem. No entanto, como é de conhecimento geral, a tristeza é catalogada como uma emoção negativa.


As expressões relacionadas com esta emoção são facilmente identificáveis e ações como um olhar triste, ombros caídos e choro, são, por vezes, considerados por muita gente como sinais de fragilidade e insegurança.
Para muitos, a imagem da tristeza só serve para nos fazer sentir pior, para passar a ideia de que não somos suficientemente fortes para aguentar determinados obstáculos e problemas que surgem, sem virmos abaixo. No final de contas, um grande Homem, não chora!
Esta foi uma ideia passada pelos antigos e que tem permanecido até aos dias de hoje! Contudo, recentemente foi feito um estudo que contraria este fundamento e revela que, quem chora é mais forte!

Curiosos? Admirados? Pois bem! Neste artigo lhe vamos explicar o porquê de as pessoas que choram serem mais equilibradas emocionalmente.
1.   Não se deixam pressionar pelas expectativas sociais: Todos aqueles que choram têm mais facilidade em se sentirem mais libertos, conseguindo se expressar completamente, sem se preocuparem com o que os outros irão pensar.Geralmente, quem chora é mais verdadeiro e vive uma vida de acordo com os seus próprios princípios, não se deixando influenciar por padrões sociais e estereótipos.
Este tipo de pessoas são aqueles que estão de bem com a vida e contribuem para um meio social mais saudável.
2.   Expressam suas emoções sem medo: Por norma, aquelas pessoas que tem uma grande segurança e confiança nelas mesmas, possuem uma inteligência emocional extraordinária. A verdade é que, quem expressa as verdadeiras emoções, necessita de uma coragem enorme, pois, muitas vezes, está lutando contra a sociedade e os padrões por ela criados.
4.   As lágrimas têm significado: O choro é talvez um dos atos mais íntimos que uma pessoa pode ter com outra. Geralmente, a sensação que passa quando alguém chora é que está se entregando e mostrando a sua verdadeira personalidade. Por isso, as lágrimas são muito expressivas e permitem a criação de laços afetivos entre variadas pessoas.
5.   Usam o choro como uma terapia: O choro, para quem não sabe, estimula a libertação das endorfinas que se encontram em nosso cérebro e são responsáveis por aliviar a dor que sentimos em determinados momentos, despertando um estado mais relaxado e pacífico. É por isto que, depois de chorar, as pessoas se sentem muito melhores e relaxadas.Através de um estudo, verificou-se que é recomendável deixar que o choro de uma pessoa fluir. Assim, após a primeira fase passar (aquele momento de mais nervos e de libertação de emoções), chega a segunda fase, em que, por norma, o indivíduo começa a relaxar e a acalmar, reduzindo os batimentos cardíacos e a respiração.
6.   As lágrimas mudam a perspectivas: Para além de o choro ser útil para desabafar e limpar a alma, geralmente, limpa também os olhos e a mente, permitindo às pessoas ver determinadas questões com mais clareza e de uma perspectiva mais realista. Desta forma, podemos concluir que as lágrimas, para além de um efeito calmante, permitem-nos crescer e fortalecer a nossa personalidade.Assim sendo, com este artigo você conseguiu concluir que o choro não é de todo um sinal de fraqueza, mas sim um sinal de uma personalidade forte e equilibrada!

In: http://www.dicasonline.tv/chorao-mais-forte/




terça-feira, 31 de maio de 2016

O Homem que Calou a Marília Gabriela



Esse senhor é psicólogo....qual a sua opinião???

Jô Soares assume que é gay! VAMOS DISCUTIR SOBRE ISSO???

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS


Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio
Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais
Daniela Alonso (novaescola@fvc.org.br)
1. Inclusão no Brasil e Educação especial na escola regular
João Guilherme dos Santos, aluno com deficiência física, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva, em São Luís.
Daniela Alonso, especialista em Educação Inclusiva e selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10
O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.
Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.
A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.
Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).



In: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/palavra-especialista-desafios-educacao-inclusiva-foco-redes-apoio-734436.shtml