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terça-feira, 9 de julho de 2019

Atuação do Profissional da Neuropsicopedagogia no Contexto Escolar


Atuação do Profissional da Neuropsicopedagogia no Contexto Escolar
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Resumo: Diante de inúmeras mudanças na atualidade, o estudo aqui realizado teve como objetivo analisar se a atuação do profissional da Neuropsicopedagogia pode direcionar de forma mais eficaz e pontual a aprendizagem dos nossos alunos no contexto escolar. A Neuropsicopedagogia se constitui como novo campo de conhecimento direcionado a trabalhar e agir diante das dificuldades de aprendizagem. Este artigo está fundamentado em publicações bibliográficas de autores renomados que se concentram nas crianças em idade de aprendizagem escolar, sendo a escola o ambiente institucional favorável para ser desenvolvida uma prática Neuropsicopedagógica. Esse artigo aborda a relevância do Neuropsicopedagogo na instituição escolar como assessoria na superação dos problemas de aprendizagem ali encontrados. O referencial aqui usado é respaldado nas ideias de vários autores, onde se enfatiza como o neuropsicopedagogo pode agregar nas limitações existentes no espaço escolar, diante das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Também, iremos compreender basicamente a neurociência e a neuroaprendizagem, conhecer o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso central, pontos esses primordiais para a compreensão do processo de aprendizagem. Abordaremos de forma pontual sobre a plasticidade neural, região do cérebro encarregada da aprendizagem e as áreas do córtex cerebral, simultaneamente ativadas nesse processo, fatores esse de extrema relevância para os profissionais da educação. Certamente os professores terão maior sucesso na arte de ensinar estudando e compreendendo como nosso cérebro aprende.
Palavras-chave: Neuroaprendizagem, Dificuldades de Aprendizagem, Aprendizagem Significativa, Córtex Cerebral.

1. Introdução

Neuropsicopedagogia é um campo do conhecimento que compartilha de modo harmonioso com outros conhecimentos e princípios de diferentes elementos das Ciências Humanas: Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Antropologia, entre outras, compreendendo o erro apresentado pelo sujeito na técnica de construção do seu conhecimento, de uma aprendizagem significativa e suas interações como razões relevantes no desenvolvimento das competências cognitivas. Ou seja, neurociência anda junto com outros saberes e ciências, complementando os conhecimentos.
Desta maneira, o profissional da Neuropsicopedagogia apropria-se de um papel de extrema importância na abordagem do enigma da dificuldade de aprendizagem de crianças em idade escolar. As dificuldades encontradas durante esse período são esperadas, entretanto necessitam ser supridas, fazendo-se necessárias algumas intervenções distintas das normalmente utilizadas quando a criança apresenta alguma dificuldade.
Outro fator a ser considerado é a aprendizagem significativa, onde novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o conhecimento prévio que o aluno trás consigo, cabe ressaltar que este é um processo dinâmico em que o novo conceito formado passa a ser um novo conhecimento, que pode servir de futuro ancoradouro para novas aprendizagens (AUSUBEL et al., 1980; MOREIRA, 1999a, 1999b).
A neurociência tem demonstrado o quão promissora pode ser uma parceria com a educação, trazendo todo o seu conjunto de saberes sobre o Sistema Nervoso Central, local onde tudo acontece, como os comportamentos, pensamentos, emoções e movimentos. A partir dos conhecimentos desta área que a educação pode ter um salto quando se fala em efetividade e eficácia, levando em consideração que a partir do surgimento e avanço da neurociência foi possível fornecer melhorias na qualidade de vida da sociedade atual, disponibilizando tratamentos efetivos para variados distúrbios neurológicos, ou seja, contribuiu e tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de soluções de diversos transtornos e doenças, incluindo os problemas educacionais. A neurociência estuda cada funcionamento do cérebro e, a partir de então, consegue intervir nas dificuldades, transtornos e distúrbios de aprendizagem.
A aprendizagem significativa transforma o sistema nervoso central, e isso nos faz refletir em plasticidade cerebral, que é um processo adaptativo que dá ao indivíduo possibilidades de aprender, mesmo frente às novas situações ambientais; o que, além disso, tem trazido contribuições de como a mesma pode ser estimulada de forma mais efetiva dentro da educação.
Também, abordaremos de forma sucinta referente a forma que aprendemos, onde se constatou que é preciso motivação para aprender. A atenção é fundamental na aprendizagem. O cérebro se modifica em contato com o meio durante toda a vida. A formação da memória é mais efetiva quando a nova informação é associada a um conhecimento prévio.
Objetivou-se apontar quais contribuições que a neuroeducação pode oferecer para os processos de ensino-aprendizagem, bem como o profissional que estuda essa ciência voltada à educação, o Neuropsicopedagogo, pode auxiliar para melhorar o aprendizado, assim como, estimular de forma adequada e diferenciada as potencialidades da criança que cada dia se transforma dentro da modernidade a qual está inserida.
A pesquisa foi realizada a partir de uma análise sistemática de livros e periódicos publicados na internet com as palavras chaves: neuroeducaçãoneurociênciasatuação do Neuropsicopedagogo e psicologia educacional. Julgamos que através da análise e compreensão dos estudos realizados em livros e periódicos que tratam deste tema, iremos proporcionar um esclarecimento maior sobre a questão, de modo a oferecer melhorias no desempenho profissional e trazendo maior clareza sobre referido assunto.
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa numa abordagem qualitativa de caráter exploratório. Foi considerado como objetivo principal deste estudo analisar as contribuições das Neurociências na educação, bem como a importância de um profissional Neuropsicopedagogo ao lidar com a aprendizagem dos alunos com trajetória de insucesso escolar dentro desse espaço.

2. Fundamentação Teórica

A neurociência pode ser uma importante ferramenta no processo de aprendizagem. Isso porque, ao pesquisar e trabalhar informações e dados sobre diferentes aspectos do sistema nervoso, esse ramo do conhecimento nos ajuda a compreender como aprendemos, mostrando-nos diversas possibilidades para aperfeiçoar as relações educacionais.
Segundo Migliori (2013), a ciência vem demonstrando que a aprendizagem é a chave do progresso e do desenvolvimento humano. Porém, os modelos de educação que temos praticados não estão orientados para conhecermos nosso cérebro e nossa mente, e compreender como a aprendizagem os transformam.
A Neurociência nos traz clareza referente ao conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que fazemos mentalmente, as imagens que formam o pensamento e o próprio desenvolvimento infantil. Os neurônios, espelho, que possibilitam à espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado.   A plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar, até a velhice ou a morte, também altera nossa visão de aprendizagem e educação. É a capacidade adaptativa do sistema nervoso e ocorre em todo o momento durante toda a nossa vida.

2.1 Neuroplasticidade

Conforme temos necessidade de novas aprendizagens, acontecem evoluções dentro do nosso cérebro, este faz adaptações no sistema nervoso central, isso decorre da capacidade de modificar sua organização estrutural e seu funcionamento.
Migliori (2013, p. 01) nos explica pontualmente sobre a neuroplasticidade:
[...] essas propriedades correspondem ao fenômeno da plasticidade, isto é, a possibilidade de os neurônios transformarem sua forma ou função, de modo prolongado ou permanente, em decorrência de uma ação do ambiente externo, ou seja, das nossas experiências. Em razão dos impulsos nervoso que percorrem o sistema nervoso central, a plasticidade cerebral ocorre ao longo de toda vida, e dela depende todo o processo de aprendizagem.
Compreendemos então, que o nosso sistema nervoso faz as modificações na sua organização e estrutura de funcionamento mediante as nossas experiências vividas, isso inclui o acontecimento de uma lesão grave no cérebro, até o processo de aprendizagem e memória. Esse fato ocorre de forma constante em todas as ocasiões da nossa vida. Se adapta com a nova situação, criando novas sinapses e caminhos para atingir o mesmo objetivo.
Vale aqui abordar as várias formas de plasticidade, são elas:
  • Neurogênese: ocorre em razão do nascimento de novos neurônios;
  • Neuroplasticidade do desenvolvimento: compreende vários e complexos estágios, a fim de permitir o natural desenvolvimento do cérebro;
  • Neuroplasticidade após lesão cerebral: ocorre pela autorreparação dos tecidos cerebrais em função de reabilitação específica;
  • Neuroplasticidade decorrente das experiências de vida: o cérebro se reorganiza para atender aos nossos desafios e aprendizagem, e modifica as conexões neurais, fixando-as na memória.
  • Neuroplasticidade intencional: pesquisas mostram o quanto podemos provocar as transformações anatômicas e funcionais do cérebro de forma intencional, atividades específicas, como por exemplo, a meditação.
Segundo a Psicopedagoga Maria Irene Maluf (2005) em entrevista a Direcional Educador: "O estudo das neurociências deveria ser aplicado nos cursos de especialização de professores". Defende que "não existe aprendizagem que não passe pelo cérebro, a ciência a neurociência e a neuroaprendizagem, através de neuroimagens, são elementos importantes para evitar o fracasso escolar". Afirma que conhecer o funcionamento do cérebro e do Sistema Nervoso é fundamental para entender o processo da aprendizagem. Ou seja, para entender o que está acontecendo com o aluno, as suas dificuldades, é necessário entender o processo de aprendizagem no cérebro, como ele acontece.
Maluf (2005) destaca a necessidade de ajustes às características etárias específicas dos alunos para atingir o sucesso escolar. Precisa levar em conta a idade de cada aluno e o desenvolvimento do cérebro nessa idade. A plasticidade neural é maior nas regiões cerebrais encarregadas da aprendizagem, e as áreas do córtex cerebral são simultaneamente ativadas durante a aprendizagem, fatores importantes que devem ser conhecidos pelos profissionais da educação, e que estes se voltem para esse conhecimento, a fim de contribuir para o sucesso do processo ensino/aprendizagem. Os professores terão mais sucesso no processo de ensinar tendo conhecimento de como o cérebro aprende e utilizando estes conhecimentos com seus alunos.
Maluf (2005), defende que o sucesso escolar depende também do apoio familiar, bem como do apoio aos professores e da escola para ajudar no desenvolvimento da capacidade de aprender e alcançar a condição de autonomia, objetivo maior da educação.
Conhecer o funcionamento cerebral é fundamental para compreender como se dá a aprendizagem de todas as pessoas, em todas as idades e situações, especialmente na escola, frente à educação formal. Mas é importante ressaltar que como a Neurociência cognitiva objetiva estudar e estabelecer relações entre cérebro e cognição principalmente em áreas relevantes para a educação, o diagnóstico precoce de transtornos de aprendizagem está entre as prioridades da Neuroaprendizagem, o que revelará também melhores métodos pedagógicos de desenvolver a aquisição de informações e conhecimentos em crianças com transtornos e dificuldades do aprender, assim como a identificação de seus estilos individuais de aprendizagem no contexto escolar. Isso tudo deve-se primordialmente às descobertas neurocientíficas em torno  de como se desenvolvem a  atenção, a memória, a linguagem, a emoção e cognição, o que traz valiosas contribuições para se alcançar a educação (MALUF, 2005).
Diante desse complexo sistema neural é que a pedagogia escolar deve apresentar seu currículo, sua dinâmica com a classe e seu olhar individual diferenciada com os alunos que apresentam alguma dificuldade em aprender.

2.2 De que Forma Ocorre a Aprendizagem

Nossa aprendizagem intelectual é voltada quando adquirimos conhecimento do mundo externo. Essa aprendizagem tem como característica seu processo lento, pois a esquecemos com certa facilidade. Requer um consumo alto de energia em virtude que demanda esforço consciente, a atenção seletiva e sustentada, bem como a repetição constante do assunto estudado. Rever e relembrar o assunto faz com que a aprendizagem aconteça de maneira efetiva. Nesse quesito que surge a importância de fazer associação dos aspectos emocionais e intelectuais nesse processo de aprendizagem.
Migliori (2013) explica com clareza como ocorre novas aprendizagem:
Para realizar uma nova aprendizagem, acionamos todo o cérebro de forma sistêmica, em redes. Por outro lado, para recuperar uma aprendizagem velha, já conhecida, acabamos acionando somente a área cerebral necessária para realizar aquela ação. Quanto mais repetimos aquela mesma aprendizagem, mais o cérebro reduz o número de neurônios envolvidos com aquela atividade. Isso nos permite dispor de recursos para novas aprendizagens, mas também nos faz perceber os riscos de uma educação centrada no treinamento e repetição.
A partir do momento que entramos em contato com algum estímulo externo, o cérebro passa a trabalhar de forma intensa para dar uma resposta mais rápida. A informação viaja pelos nossos neurônios a uma velocidade de 360 km/h. A resposta varia para cada pessoa, de acordo com a experiência cerebral de cada um. A velocidade é bem significativa, demonstrando a grande capacidade que nosso cérebro tem em se adaptar a novas vivências e situações que possam ocorrer em nossa vida. E as nossas sensações têm uma responsabilidade primordial para o processamento de aprendizagem.
Hoje sabemos que os estímulos adequados a cada faixa etária promovem maior número de conexões sinápticas, além de criar as conexões certas para a aprendizagem, mas é preciso saber como se dá a maturação neurológica para que se possa estimular adequadamente essas conexões e assim não causar prejuízos ao processo de aprendizagem. Ou seja, é muito importante ter esse conhecimento, buscar entender como ocorre esse processo de aprendizagem, com o intuito de ajudar os alunos com dificuldade de aprendizagem.
Diante dessas informações relevantes, é de vital importância o educador perceber as relações que existem entre a aprendizagem, as emoções, a afetividade com seu professor, o gosto pelo aprender, o esforço cognitivo, o meio em que o aluno vive, bem como a necessidade de continuação dessas funções sistêmicas no cérebro, sem repetir modelos prontos de aprendizagem, que ativam sempre os mesmo âmbitos já constituídos. Isso diminui a eficácia de formar novas redes sinápticas, ou seja, não aumentando a capacidade de aprendizado. Faz-se necessário, então, criar novas formas de ensinar, com o objetivo de proporcionar novas sinapses. Se o aluno não aprende de uma maneira, é necessário que ensiná-lo de outras maneiras, fazer com que o aluno aprenda e goste de aprender.

2.3 Atuação do Neuropsicopedagogo no Espaço Escolar

Referente ao termo de Neuropsicopedagogia, vale salientar que é uma área de estudo das Neurociências que tem por objetivo a “análise dos processos cognitivos, [...] construir indicadores formais para a intervenção frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido à lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquiridas” (ROTTA apud CONSENZA, 2011, p.50).
Segundo o Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, capítulo III, do exercício das atividades, das responsabilidades e promoção profissional, resolução SBNPp n° 03/2014:
1°. Entende-se que sua atuação na área de Institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva escolar deve contemplar: a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/especialização.
Agora que já temos um breve conhecimento da importância da neurociência em meio à educação, bem como as atribuições de um Neuropsicopedagogo descritas acima, vale refletir sobre o nosso sistema de ensino convencional. Sabemos que o mesmo demonstra certa fragilidade para ensinar aos alunos que apresentam alguma dificuldade, ou transtornos de aprendizagem. Por isso, é de extrema importância abrir espaço para que o profissional da Neuropsicopedagogia intervenha nesse processo e ajude as instituições a reformularem sua prática pedagógica. Proporcionando, desta forma, novas oportunidades ao aluno de aprender, criando estratégias que favoreçam o processo ensino/aprendizagem.
Neuropsicopedagogo detém o conhecimento necessário para colaborar de maneira categórica nesse processo de transformação. Esse profissional tem ciência que, quem ensina, ensina um "alguém", fato esse de vital importância. Portanto, o docente precisa ajustar o seu modo de ensinar à melhor forma de como esse "alguém" aprende. Pensando nesse indivíduo de maneira especial, ou seja, de maneira particular. E a área que traz o conhecimento necessário para identificar as melhores práticas é justamente a Neurociência, área essa de especialização de um Neuropsicopedagogo.           

3. Considerações Finais

Notamos cada vez mais a necessidade de reformular as práticas educacionais. Muitos educadores percebem nitidamente em suas carreiras, inúmeros resultados negativos relacionados à sua didática em sala de aula; conclui-se então, que é imprescindível conhecer o funcionamento cerebral, constatando a “raiz do problema”, para então saber que abordagem melhor se aplica para sanar tais dificuldades. É aí que entra o profissional da Neuropsicopedagogia, este tem o relevante papel de ajudar os docentes a compreender o funcionamento desse sistema e a auxiliá-los a reorganizarem suas aulas e sua maneira de ensinar, de forma que resultem em estimular o cérebro o mais eficazmente possível. Isso resultará em êxito se o processo neurobiológico de cada indivíduo for respeitado, ou seja, respeitar a individualidade de cada um.
Considerando a teoria apresentada pelas obras literárias dos autores consultados, conclui-se que é de extrema valia, na prática pedagógica do educador, reconhecer a importância e compreender o funcionamento do sistema nervoso e seu desenvolvimento. Como se pode perceber, o papel do Neuropsicopedagogo demanda uma atuação de extrema importância, na medida em que ajuda a minimizar o sofrimento de alunos com seu fracasso escolar, através de estratégias e técnicas aprendidas ao longo de sua formação, possibilitando assim atuar neste espaço de forma reeducativa, entendendo como o cérebro funciona e como aprende. E, o mais importante, aplicando com os aluno esses novos conhecimentos.
Ao buscar desvendar as possíveis perturbações na aprendizagem do indivíduo, esse profissional poderá eliminar ou amenizar os obstáculos do sintoma da não aprendizagem, com base nos conhecimentos das Neurociências. Vale lembrar que superar as dificuldades e os desafios impostos pelo insucesso escolar, caminho percorrido pelo Neuropsicopedagogo, não é nada fácil, devido às expectativas colocadas em seu desempenho profissional que, por sua vez, reflete diretamente no rendimento escolar do aluno que se encontra em processo de tratamento.
Concluímos que a Neurociência, apesar de ser uma área muito jovem, vem trazendo grandes contribuições para educação. O trabalho em conjunto com o profissional da Neuropsicopedagogia dentro do contexto, resultará em ganhos satisfatórios para os educando, bem como para os educadores que também necessitam de maior conhecimento sobre essa área.

Referências:

AUSUBEL, D.P., NOVAK, J.D. e HANESIAN, H. Psicologia educacional. (trad. de Eva Nick et al.) Rio, Interamericana, 1980. 625 p.
CONSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociências e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
DASTRE, Norita M. Como o cérebro aprende.https://tutores.com.br/blog/como-o-cerebro-aprende/>. Acesso em 13 de abril de 2019.
MALUF, Maria Irene. A dificuldade de aprendizagem vista pela psicopedagogia clínica. In: Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. (Org.) Neuropsicologia e Aprendizagem. 1° ed. São Paulo: TECMEDD, 2005, v. 1, p. 77-88.
MIGLIORI, Regina. Neurociência e Educação. 1° ed. São Paulo: Brasil Sustentável, 2013, p. 38- 45.
_____. Sustentabilidade e neuroplasticidade do cérebro. Disponível em: https://www.akatu.org.br/noticia/sustentabilidade-e-neuroplasticidade-do-cerebro/. Acesso em: 13/04/2019.
OLIVETTO, Tatiana. Como é o processo de aprendizagem no cérebro.https://metodosupera.com.br/como-e-o-processo-de-aprendizagem-no-cerebro/>. Acesso em 13 de abril de 2019.
SANTOS, Lucilia da Silva. A atuação do neuropsicopedagogo frente ao combate do insucesso escolar. Disponível em:  https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/a-atuacao-do-neuropsicopedagogo-frente-ao-combate-do-insucesso-escolar/67602>. Acesso em 13 de abril de 2019.
TERUEL, José Roberto. A Neuropsicopedagogia no Contexto EscolarPsicologado. Edição 02/2017. Disponível em < https://psicologado.com.br/abordagens/psicologia-cognitiva/a-neuropsicopedagogia-no-contexto-escolar >. Acesso em 19 de março de 2019.
VICTORIA EDUCACIONAL. Cresce a Importância do Neuropsicopedagogo na Escola http://blog.victoriaeducacional.com.br/cresce-a-importancia-do-neuropsicopedagogo-na-escola/>. Acesso em 13 de abril de 2019.https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3369246/mod_resource/content/1/Capitulo201/20 ->. Acesso em 13 de abril de 2019.