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sexta-feira, 8 de maio de 2009

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Transtornos de Personalidade
Os Transtornos da Personalidade caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e comparando com a média das outras pessoas) mas não chegam a preencher os critérios para um transtorno mental franco.
Estas alterações quando permanentes, diferente das alterações patológicas que podem surgir de um momento para outro, constitui o que poderíamos chamar de Ego Patológico ou Transtorno de Personalidade (Ey).
De acordo com Henri Ey, entendendo o Ego como equivalente à Personalidade, a liberdade e a individualidade características da personalidade normal estariam comprometidas em determinadas alterações permanentes da maneira de existir no mundo, como se ap pessoa fosse refém de seus próprios traços, inflexíveis e permanentes.
O Transtorno de Personalidade seria uma maneira de atuar permanente, continuada e duradoura de um Ego não-normal, ao contrário das alterações francamente patológicas que podem ocorrer durante a vida, à partir de um momento definido (tal qual as crises, os surtos, os processos patológicos).
Em psicopatologia, as anormalidades da personalidade se reportam, principalmente, à possibilidade que se tem de classificar determinada personalidade como sendo desta ou daquela maneira de existir, enquanto o normal seria a pessoa ser "um pouco de tudo", ou seja, ter um pouco de cada característica humana sem prevalecer patologicamente nenhuma delas.
Desta forma, diante da possibilidade de se destacar um traço marcante, específico e característico numa determinada pessoa, ou seja, diante do fato desta personalidade ser caracterizada por um determinado traço, torna-se possível sua classificação.
Caso ainda esta característica responsável por sua classificação, prejudique a liberdade desta personalidade ser livre e desimpedida de qualquer estigma limitador de sua maneira de ser, caso ainda essa característica faça sofrer seu portador ou outras pessoas, aí então, ao invés de estarmos diante de apenas um certo tipo de personalidade, ou de um certo traço, estaremos diante de um Transtorno de Personalidade.
Karl Jaspers afirma serem anormais as personalidades que fazem sofrer tanto o indivíduo quanto aqueles que o rodeiam. Para ele as personalidades anormais representam variações não-normais da natureza humana e que, na eventualidade de superpor-se à elas algum processo, tornar-se-iam personalidades propriamente mórbidas (doentias). Jaspers aborda o tema sob a ótica das variações do existir humano de origem constitucional (que fazem parte da pessoa).
Assim sendo, podemos considerar a maneira própria das Personalidades Anormais de ser no mundo como uma apresentação do indivíduo diante da vida situada nas extremidades da faixa de tolerância de sanidade pelo sistema cultural. Estas personalidades anormais seriam alterações perenes do caráter caracterizando não apenas a maneira de ESTAR no mundo mas, sobretudo, a maneira do indivíduo SER no mundo.
A Organização Mundial de Saúde trata o assunto sob o titulo de Transtornos da Personalidade e de Comportamentos, especificando-os nos títulos de F60 até F69 na Classificação Internacional das Doenças (CID-10). Descreve tais transtornos da seguinte maneira:
“Estes tipos de condição (Transtornos de Personalidade) abrangem padrões de comportamento profundamente arraigados e permanentes, manifestando-se como respostas inflexíveis a uma ampla série de situações pessoais e sociais. Eles representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivíduo médio, em uma dada cultura, percebe, pensa, sente e, particularmente, se relaciona com os outros. Tais padrões de comportamento tendem a ser estáveis e a abranger múltiplos domínios de comportamento e funcionamento psicológico. Eles estão freqüentemente, mas não sempre, associados a graus variados de angústia subjetiva e a problemas no funcionamento e desempenho sociais”.
Os Transtornos de Personalidade, segundo ainda o CID-10, são condições do desenvolvimento da personalidade, aparecem na infância ou adolescência e continuam pela vida adulta. Esta condição diferencia o Transtorno da Alteração da Personalidade. Esta última (Alteração), sucede durante a vida como conseqüência de algum outro transtorno emocional ou mesmo seguindo-se à estresse grave.
O Transtorno de Personalidade, conforme esta classificação diz, ao tratar dos Transtornos Específicos (uma subdivisão dos Transtornos em geral), são perturbações graves da constituição do caráter e das tendências comportamentais, portanto, não são adquiridas do meio.Desta forma, os Transtornos de Personalidade seriam modalidades incomuns do indivíduo interagir com sua vida, de se manifestar socialmente, de experimentar sentimentos (ou não experimentá-los). A CID-10 apresenta entre os títulos F60 e F69 uma grande variedade de subtipos de Transtornos de Personalidade. Procuraremos aqui compatibilizá-los todos com outras classificações de forma a abordar os tipos sinônimos com a mesma descrição.
O DSM-III-R falava sobre o que deve ser entendido dos Distúrbios da Personalidade de maneira muito próxima ao que a O.M.S. considera válido para seus Transtornos da Personalidade;
"Características de personalidade são padrões duradouros de percepção, relação e pensamento acerca do ambiente e de si mesmo, e são exibidos numa ampla faixa de contextos sociais e pessoais importantes. É somente quando as características de personalidade são inflexíveis e inadaptadas, e causam um comprometimento funcional significativo é que elas constituem os Transtornos da Personalidade. As manifestações dos Transtornos da Personalidade são, freqüentemente, reconhecíveis na adolescência ou mais cedo, e continuam por quase toda a vida adulta, embora elas muitas vezes se tornem menos óbvias nas faixas médias ou extremas de idade".
O DSM-IV fala dos Transtornos da Personalidade da seguinte forma:
"Um Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é invasivo e inflexível, tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo."
Aspectos Psicobiológicos e Transtornos de PersonalidadeAs diferenças biológicas individuais têm sido há muito tempo relacionadas à diversos tipo de temperamento e de personalidade e cada avanço da ciência torna mais clara a interação dos fatores genéticos e ambientais na determinação da constituição da pessoa.
Modernamente considera-se que o estudo dos Transtornos da Personalidade se estrutura sobre quatro domínios psicobiológicos. São eles:
1 - A regulação dos impulsos;2 - A modulação afetiva;3 - A organização cognitiva e;4 - O controle da ansiedade.
E estudo dessas, digamos, funções psíquicas, extremamente relacionadas às alterações da personalidade, tem recebido substancial contribuição pelos modernos métodos de avaliação bioquímica, pelos exames neuropsicológicos e pelas imagens computadorizadas das tomografias e dos aparelhos de emissão de pósitrons.
Transtorno Paranóide de PersonalidadeA característica essencial deste distúrbio é uma tendência global e injustificável para interpretar as ações das pessoas como deliberadamente humilhantes ou ameaçadoras. Tem normalmente início no final da adolescência ou no começo da idade adulta. Quase invariavelmente há uma crença de estar sendo explorado ou prejudicado pelos outros de alguma forma e, por causa disso, a lealdade e fidelidade das pessoas estão sendo sempre questionadas. Muitas vezes o portador deste Transtorno é patologicamente ciumento e questionador da fidelidade do cônjuge, ao ponto de causar situações francamente constrangedoras.
O portador deste distúrbio de personalidade pode interpretar acontecimentos triviais e rotineiros como humilhantes e ameaçadores, desde um erro casual no saldo bancário, até um cumprimento não efusivo podem significar atitudes premeditadamente maldosas. Há uma sensibilidade exagerada às contrariedades ou a tudo que possa ser interpretado como rejeição, uma tendência para distorcer as experiências, interpretando-as como se fossem hostis ou depreciativas, ainda que neutras e amistosas (pensamento paranóide). Estas pessoas podem sentir-se irremediavelmente humilhadas e enganadas, conseqüentemente agressivas e insistentemente reivindicadoras de seus direitos.
Supervalorizam sua própria importância, as suas idéias são as únicas corretas e seus pontos de vistas não devem ser contestadas, daí a facilidade em conquistar inimigos e a tendência em pensamentos auto-referentes. São desconfiadas, teimosas, dissimuladoras e obstinadas, vivem numa solidão freqüentemente confundida com timidez, como se não houvesse no mundo pessoas com quem pudessem partilhar sua prodigalidade, dignidade e seus sentimentos superiores.
As pessoas com Transtorno Paranóide da Personalidade são extremamente sarcásticas em suas críticas, irônicas ao extremo nos comentários e contornam as eventuais situações constrangedoras recorrendo a artimanhas teatrais e chantagens emocionais. Não toleram críticas dirigidas à sua pessoa e qualquer comentário neste sentido é entendido como declaração de inimizade.
Pelo entusiasmo com que valorizam suas idéias, sempre as únicas corretas, podem ser vistos como fanáticos nas várias áreas do pensamento; seja religioso, político, ético ou profissional. Gostam de fantasiar mas tem dificuldades em distinguir a fantasia da realidade. Pessoas com estes distúrbios são hiper-vigilantes e tomam precaução contra qualquer ameaça percebida.
A afetividade, nestes casos, é muitas vezes restrita e pode parecer fria, dado ao gosto destas pessoas em serem sempre objetivas, racionais e pouco emocionais.
Recomenda-se, como critérios para este Transtorno, que sejam caracterizados por:a) sensibilidade exagerada à contratempos e rejeições;b) tendência a guardar rancores persistentemente, isto é, recusam à perdoar aquilo que julgam como insultos ou desfeitas:c) desconfiança e tendência à interpretar erroneamente as experiências amistosas ou neutras;d) obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real;e) suspeitas injustificáveis em relação à fidelidade (conjugal ou de amigos);f) autovalorização excessiva;g) pressuposições quanto à transformações.
Transtorno da Personalidade Esquiva é um padrão de inibição social, sentimentos de adequação e hipersensibilidade a avaliações negativas।

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