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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O TERCEIRO MILÊNIO: INOVAR O QUE? PARA QUÊ? QUEM SERÁ BENEFICIADO?

A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O TERCEIRO MILÊNIO: INOVAR O QUE? PARA QUÊ? QUEM SERÁ BENEFICIADO?

Vera Maria de Carvalho- Uniceub/2005

Nietzche defendeu a idéia de que todo o comportamento humano é motivado pela busca do poder. No sentido positivo, a busca do poder não é simplesmente ter poder sobre outros, mas poder sobre si-mesmo. É esse o poder que todos proclamam e, que grande parte dos educadores pressupõem possuí-lo quando assumem a postura e o status de professor. Ele tinha razão quanto a motivação. Apenas enganou-se quanto a situação. Creio que para que o poder só tem sentido se for embasado na: criatividade, flexibilidade, originalidade , humildade e sinceridade. Tais poderes são manifestados num “super-homem” um, “super-professor”, capaz de desenvolver uma independência, teórica, uma criatividade pedagógica e, acima de tudo, uma originalidade ideológica capaz de superar todas as barreiras metodológicas até então apresentadas. Nossos refenciais teóricos ainda estão embasados nos primórdios da filosofia onde se propunha uma intervensão metodológica mas não se tinha um referencial concreto que pudesse sustentar tais teorias.

É nesse sentido que o Pai da Didática, o grande educador Comenius, teve que enfrentar um grandes desafios culturais, sociológicos, filosóficos, semânticos eantropológicos à época. Seu grande mérito foi, provar que criança deve ser tratada como criança e, jamais como um adulto em miniatura. Independentemente de credos, a historia nos mostra que os grandes Didáticos da humanidade sobrevivem até hoje, apesar de todas as inovações tecnológicas que podemos desfrutar atualmente. Dentre os grandes gênios que a humanidade produziu, Nesse sentido, Nietzsche teve como “modelos” o próprio Sócrates, Jesus, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Shakespeare, Gothe, Júlio César, Napoleão que, a meu ver, foram os grandes didáticos da humanidade atual. Cada um a seu tempo, a seu modo, em seu contexto histórico, continuam a nos ensinar a simplicidade de ver e viver a vida, enfim, o conceito de super-homem e ou super-mulher que freqüentemente é interpretado como uma declaração de “sociedade mestre-escravo”, infelizmente associada com o totalitarismo.

Qual o sentido da Didática?

Se concebermos a didática como uma ciência. Claro que exigiria uma mudança de paradigma. Teríamos que ampliar o conceito cartesiano de ciência para concerbermos uma postura holística. Assim, compreenderíamos a Didática como uma ciência dimensionada para o humano. Nesse sentido, A Didática se propõe a judar no processo de educação do Homem. Toda e qualquer ciência, seja ela exata, humana ou teleológica, só tem valor quando se propõe a oferecer ao Homem possibilidades para melhor realizar e viver a vida.

Nesse sentido, a Didática é a própria capacidade que o ser humano desenvolve para sobreviver às intempéres. Afinal ela só terá sentido se for para melhorar a qualidade de vida do ser humano, independentemente do contexto em que este estiver inserido. A premissa é válida para todos as demais ciências. Considerando que o Homem é o ser que busca a possibilidade de desfrutar da vida com toda a plenitude, um ser que, com toda a ansiedade, angústias, dilemas, dicotomias de valores, princípios e culturas, deseja viver plenamente. Vivemos a feliz angústia do querer viver da melhor forma possível, do querer ser alguém junto a alguém, enfim, do querer ser feliz!

A grande meta do Homem é ter uma vida feliz; nisso, todos somos unânimes! para conquistar essa felicidade, o ser humano se empenha com todas as suas forças. Todos sabemos que a vida não nos é dada como uma dádiva. Temos que passar por um processo que exige esforço, trabalho, labutas e, até mesmo sofrimentos. Mas, o viver do Homem não é um simples estar batalhar para se manter vivo, num estado vegetativo. O homem é um ser nasceu para modificar, transformar, conquistas e realizar um projeto de vida. É um ser que não se satisfaz com a sobrevivência meramente fisiológica. Este ser vai além do ‘agora” . Este ser transcende todas as expectativas biofisiológicas das outras espécies. O ser humano não é passível de limites.

Nesse sentido, a pessoa se torna cada vez mais pessoa à medida que toma consciência da sua própria existência, da sua realidade e do seu contexto sócio-histórico. Sempre que a pessoa tenta libertar-se através da busca o universo pessoal, com autenticidade e liberdade, com espírito aberto e crítico, ela se despoja de todas as banalidades que possam, eventualmente limitá-la. O ser humano quer vencer a dor, superar as dificuldades que o impedem de se realizar seus objetivos. O homem busca, através das ciências, as respostas para os problemas existenciais. É capaz de realizar esforços inimagináveis para superar as dificuldades e atingir suas metas. Desse potencial que é a vocação do Ser Humano. Todos os Humanos são capazes de superar, inventar, criar, descobrir, fazer, sempre em busca do que é essencial: a Vida. A qualidade de vida. É nesse sentido que a educação realmente se propõe a ajudar o Homem a viver bem a própria vida e, em contrapartida, realizar experiências concretas para que sua comunidade, sociedade, enfim, a humanidade possa se beneficiar disso.

Não será ainda a nossa educação “um massacre dos inocentes que desconhece a personalidade da criança como tal, impondo-lhe um resumo das perspectivas do adulto, as desigualdades sociais forjadas pelos adultos, substituindo o discernimento dos caracteres e das vocações pelo formalismo autoritário do saber”?

Parece que nossa educação destrói personalidades, destruindo a alegria e a felicidade que deve ser o ato de aprender. Nosso ensino impede o palpitar dos corações pela imposição de conhecimentos que muitas vezes, não tocam a alma do educando, mas simplesmente o cérebro e o intelecto. Na educação e no ensino, o objetivo fundamental é o encontro da felicidade e não somente a aquisição de conhecimentos; se eles não tornarem a pessoa feliz; o objetivo não será outro senão, a deformação. O ensino não pode se limitar à aquisição passiva e artificial de conhecimentos que não servem de respostas às experiências diárias. Todos os conhecimentos assimilados devem ser educativos e formadores de personalidades, respondendo às necessidades e urgências da pessoa, fornecendo-lhe as melhores condições para o crescimento pessoal. Separar o ato educativo do ato de ensinar seria fazer uma cisão muito profunda na formação. Seria finalmente, querer separar o intelecto das emoções e sentimentos. Isto é totalmente impossível.

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