TENTATIVA DE EXPLICAÇÃO DO SISTEMA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD - ID-EGO-SUPEREGO -
BY:VMC
1º MODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE - (1900)
O CONSCIENTE:
. É separado do pré-consciente pela barreira do recalcamento. O recalcamento consiste em excluir da consciência toda representação psíquica que a crítica formulada pelo princípio que norteia nossa vida desperta e voluntária julgue inaceitável.
. Sua principal função é receber os estímulos do ambiente ou do interior do indivíduo. Não se deixa marcar por nenhuma excitação (sistema de traços mnêmicos). É regido pelos mesmos processos o pré-consciente.
1ºMODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE -(1900)
PRÉ-CONSCIENTE
. É uma subparte do consciente. O que os diferencia é sua funcionalidade. . . .Situado entre o consciente e o inconsciente.
. Entre o pré-consciente e o inconsciente existiria uma “censura” que impede certos
conteúdos do inconsciente tenham livre acesso aos demais. Através do recalcamento.
. Atua sobre o controle da motilidade; do pensamento ágil, da atenção; da memória; e do raciocínio. Além de ser o responsável pela censura dos conteúdos inconscientes
1ºMODELO - SISTEMA DA PERSONALIDADE- ( 1900)
O INCONSCIENTE
. É organizado por leis e princípios que lhe são próprios e um regime energético , específico.É o núcleo ativo da personalidade.É constituído por dois aspectos:
1º . o conteúdo - definido pela presença de atos psíquicos (idéias) que carecem de consciência.
- Impulsos carregados de desejo (protofantasias) transmitidas de geração em geração.
2º - o modo de funcionamento:
. Desconhece a dúvida e a negação. Regulado apenas pelo princípio do prazer.. Dispensa toda e qualquer referência à realidade. São atemporais.(seus conteúdos não São organizados em função da ordem de suas ocorrências e não se alteram ao longo da vida do sujeito ). Esses conteúdos estão sempre ativos e permanecem presentes no inconsciente, mesmo quando passam para o sistema consciente.
2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE - 2ª TÓPICA
ID
. Constitui a parte obscura , inacessível de nossa personalidade. É a essência biológica do homem.
. As leis lógicas do pensamento não se aplicam a ele.(assim, impulsos contrários: amor-ódio, coexistem lado a lado. Não há nada que se possa comparar a negação. Seu conteúdo é de impulsos apenas em busca de descargas afetivas. É atemporal; amoral;
. É a expressão dos impulsos de morte e de vida , presente em todos os
organismos vivos.
2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE -2ª TÓPICA (1914)
EGO
. Não está presente no início da vida do indivíduo, devendo ser desenvolvido. É geneticamente uma parte do Id adequadamente modificada pela proximidade e contato com o mundo externo.
. Funciona como escudo protetor contra tudo aquilo que ameaça o aparelho mental..Enquanto sistema, encontra-se principalmente voltado para o meio externo, sendo instrumento perceptivo básico daquilo que surge de fora. Constitui-se no órgão sensorial de toda a personalidade, é receptivo também às excitações provenientes do interior do sujeito. é Durante o seu funcionamento que surge o fenômeno da consciência.
. Sua incumbência é observar o mundo externo, estabelecendo um quadro do mesmo nos traços da memória. Para tal é preciso que separa o que é oriundo do mundo externo, daquilo que provém de fontes internas ).
. Cabe a ele também controlar os impulsos provenientes do Id à motilidade. Este controle é efetuado, principalmente pela atividade do pensamento. Este se impõe no Ego , entre o impulso e a ação. Retira do Id a energia (libido) para exercer tais funções. Para tanto, utiliza-se de subterfúgios (mecanismos de defesa) ou seja, identifica-se com o objeto do desejo libidinal, desviando para sí próprio a libido do Id.
2º MODELO - ESTRUTURA DA PERSONALIDADE - 2ª TÓPICA (1921)
SUPEREGO
. Funciona como a “agencia crítica” da nossa personalidade. É formado durante o declínio do complexo de Édipo, a partir da interiorização das imagens idealizada dos pais. Decorre deste processo que a parte referente a imagem idealizada (dos pais) transmuta-se no interior do Ego, em imagem idealizada de si mesmo, e a parte referente á função paterna constitui-se em agente crítico do Ego dotado de características de severidade e proibições que a criança atribuía aos pais.
. Tem como função crítica e normativa e revela-se como base de todo ideal humano - Situa-se frente ao Ego como modelo (se é ideal) e obstáculo (se é o proibido).
. É o responsável pela origem da consciência moral, sentimento de auto-estima e de culpa.
RELAÇÕES ENTRE A REALIDADE EXTERNA,
ID - SUPEREGO - EGO
O ego tenta conciliar e sintetizar as exigência contraditórias e mesmo incompatíveis, emanadas do Id, do Superego e da realidade externa. Ao exercer sua função, o Ego é de um lado, observado com severidade pelo Superego, que estabelece padrões definidos para sua conduta, sem levar em conta as demandas do Id. Por outro lado, o Id também luta pela satisfação plena de seus impulsos, permanecendo rígido e intolerante no desconhecimento das imposições do Superego e na ignorância dos limites impostos pela realidade externa. Esta última por sua vez, permanece indiferente aos anseios, desejos e restrições que emanam e são criados pelo próprio sujeito.
TIPOS PSICOLÓGICOS SEGUNDO FREUD
Os seres humanos se constituem em variedades de quase infinita multiformação. podemos, entretanto, delimitar alguns tipos psicológicos gerais, fundamentando-nos no estudo da libido. Deve-se , por outro lado, , ressaltar que a descrição de tipos não mantém , para Freud, nenhuma relação a psicopatologia, muito embora, em suas expressões externas, possam aproximar-se dos quadros clínicos, vedando, assim a brecha entre normal e patológico. Com tal ressalva feita, é possível descrever três tipos libidinais básicos, de acordo com a localização predominante da libido em diferentes setores da personalidade:
Os tipos podem existir sem que haja a presença de patologia. Aliás, através de seu estudo, não é possível desvendar nenhum aspecto marcante relativo à gênese nem das neuroses nem das psicoses. Os tipos puros, onde predomina o investimento libidinal em uma única instância psíquica, não são, em geral propensos a conflitos psíquicos condicionantes da neurose ou psicose.
Entretanto, no caso de desenvolvimento de perturbações na personalidade, os tipos eróticos evoluiriam para a histeria, enquanto que os tipos obsessivos voltar-se-iam predominantemente, para a neurose obsessiva. As pessoas de tipo narcisista, pela independência que mostram em relação ao mundo externo, estariam mais propensas à psicose, além do fato de poderem apresentar alguns fatores essenciais que o condicionam à criminalidade.
MECANISMOS DE DEFESA
1.REPRESSÃO: Esquecimento seletivo de situações desagradáveis que provoque ansiedade. Ocorre inconscientemente e está subjacente a todos os outros mecanismos de defesa. A energia reprimida é geralmente deslocada para uma ação que em si não causa angústia. Ex. lavar as mãos compulsivamente para aliviar a culpa pela masturbação.
2. REGRESSÃO: O indivíduo, angustiado apresenta formas de comportamentos características de fases anteriores de desenvolvimento. Quando criança, voltar a chupar bico tomar mamadeira por ocasião do nascimento e um irmão. Quando adulto, frente a uma situação angustiante, pode chorar, gritar, roer as unhas e fazer birra tal qual uma criança.
3. PROJEÇÃO: mecanismo no qual características do indivíduo que a estão angustiando são vistas por ele mesmo, como pertencentes a outros indivíduos.Desconfiar sempre da honestidade do outro, pode representar em sua conduta, certos traços de desonestidade que o incomodam e prefere vê-los em outras pessoas.
4. NEGAÇÃO: Implica na percepção do mundo tal como a pessoa desejaria que ele fosse e não como ele é. O devaneio, e o sonho acordado do adulto é uma forma de negação da realidade. Muitas vezes para se adaptar ao meio social somos levados a utilizar este mecanismo diante de evidências visíveis, dizemos que não estamos com raiva quando, na verdade, estamos sentindo e manifestando uma cólera intensa.
5. FORMAÇÃO REATIVA: Deformação da consciência de forma que um impulso que originalmente gera a ansiedade e angustia, é substituído por motivação diametralmente oposta. Uma pessoa pode aparentar bondade com outra quando na verdade sente mesmo é hostilidade e ódio. Esta suposta bondade impede a angústia e o sentimento de culpa que ocorreria caso a pessoa desse vazão a hostilidade reprimida.
6. RACIONALIZAÇÃO: É dar razões socialmente plausíveis para comportamentos individuais não aceitáveis socialmente. Estudante que não passa no vestibular diz que foi até bom pois aquele não era exatamente o curso que queria fazer.
7. AGRESSÃO: Reação típica da frustração. Pode ser direta: quando se dirige a pessoa ou objetos provocadores de frustração. Agredir fisicamente alguém, ou quebrar um objeto. Agressão é indireta e a forma mais comum. Descarregar tensões ou frustrações na mulher, quando o chefe lhe chama a atenção no trabalho.
8. SUBLIMAÇÃO: Substituir a energia oriunda do Id para outro objeto de modo a se manter a auto-estima e proteger-se contra a autocrítica e ansiedade. A energia é canalizada conforme os padrões sociais . Toda a gama de atividades científicas, artísticas, culturais é resultado da sublimação da libido e da agressividade que foram impedidas de se expressarem livremente.
9. REAÇÃO DE CONVERSÃO: Conversão de tensões psicológicas e emocionais em sintomas físicos (dores de cabeça, úlceras etc.)
10. IDENTIFICAÇÃO: por este processo o indivíduo é levado a incorporar características daquele com o qual se identifica, fortalecendo seu ego com sentimentos de autovalorização, prestígio e estima. É muito comum o adolescente identificar-se com artistas, heróis ou adultos que por ele é valorizado (professor por exemplo)
BIBLIOGRAFIA:
1. BARROS, C.S.G., PONTOS DE PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO, 2ª ed., S.P., Ática, 1987.
2. RAPPAPORT, C.R. (Coord.), TEMAS BÁSICOS DE PSICOLOGIA, Vol.7, S.P., E.P.U, 1984.
3. KAPLAN H. e SADOCK B. J., COMPÊNDIO DE PSIQUIATRIA, Ciências comportamentais , Psiquiatria Clínica,P.A., Artes Médicas, 1993.
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